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ROBERTA

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Autor Hellen Katiuscia de Sá

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 3/2/2006 6:39:45 PM


Lá estavam eles, novamente, discutindo em frente à Roberta. Gesticulavam nervosamente, falavam alto sem mesmo um ouvir o outro, em meio a tanta raiva de ambos... e Roberta assistindo a tudo. Queria chorar, pedir que parassem, mas até isso ela não podia. Tinha medo que se voltassem contra ela.

Então Roberta entrou no seu túnel numa velocidade impressionante! E as imagens de fora iam se desfazendo. Não ouvia mais os pais discutindo no meio da sala. E a TV desaparecera; os móveis, o teto, o chão... e os olhos de Roberta deslizaram pelo seu ombro, rolaram mansamente pelo braço da menina e independentes, foram em direção à rua.

Ah!!!! Que maravilha! Seus olhos ganhavam a avenida... Corriam livres e sorridentes, numa velocidade espantosa! E nessa corrida magnífica vinha-lhe o som do vento, feito uma navalha afiada! Que maravilhosa música: era a liberdade! Liberdade daquela casa de gritos que ninguém escutava.

E os olhos, fora de Roberta, viraram apenas um e este via tudo, porque ele transformara-se em ouvidos. Seus olhos mortais ficaram cegos para não ver mais os pais brigando. Eles agora eram apenas um e podiam ouvir. Ouviam somente os sons da rua... E espantosamente, entravam onde Roberta quisesse.

Era incrível! Roberta ficou tão feliz de poder deslocar-se da sala de estar para outro lugar numa velocidade inexplicável, que nem se importava mais com os pais discutindo na casa. Roberta não estava mais naquele lugar. Estava brincando na rua. Seu corpo apenas estava lá, paralisado no sofá da sala. Mas sua mente dançava sorrindo e livre, no meio da rua.

Roberta estava feliz... feliz. E de braços abertos, descobriu que podia passear por aí, sem que ninguém soubesse. E isso era o máximo. Nos dias que se seguiam, ela ia cada vez mais longe... Com os olhos da testa Roberta visitava lugares diferentes; via pessoas estranhas e elas lhe ensinavam coisas que dificilmente os adultos conheceriam... E sempre que seus pais começavam a discutir novamente, Roberta ia embora daquele jeito.

Um dia visitou um local onde havia portas transversais no teto. E o teto parecia um céu. Elas sempre se abriam para Roberta e tinha alguém lá. Um dia Roberta arriscou-se e foi mais longe. Atravessou a porta e uma pessoa que estava lá lhe ensinou a caminhar sobre as águas, que eram o chão. Ele pegou a mão da menina e juntos caminharam sobre as águas. Foi quando Roberta viu o sol no horizonte. Era lindo... Era lindo...

Mesmo em meio a tanta alegria e novidades, Roberta se entristecia. Pois quando retornava via, novamente, os pais brigando... Ela apenas gostaria que eles e as outras pessoas pudessem ver o que ela via. Mas não conseguiam... e Roberta nunca pôde contar a seus pais sobre isso tudo, porque eles nunca tinham olhado para a filha...

Hellen Katiuscia de Sá
02 de março de 2006

Texto revisado por Cris

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