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Saber se levantar

Atualizado dia 28/02/2008 12:15:31 em Autoconhecimento
por Nelson Sganzerla


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Hoje conversando com um amigo a respeito do mercado de trabalho, lembrei-me que ele ficou desempregado por uns seis meses. Dizia-me ele que felizmente arrumou um novo emprego e estava recomeçando tudo e, com muito empenho, iria atrás dos seus sonhos novamente.
Uma pessoa formada em engenharia, com inglês e espanhol fluentes, teve que amargar meio ano para conseguir se recolocar no mercado de trabalho.

Portanto, parabenizo todos os que souberam e sabem se levantar dos tombos da vida; aqueles que sacodem a poeira e dão a volta por cima (como diz a música) e que jamais desistem dos seus sonhos e não se entregam a nenhum tipo de droga, lutando para manter a família sempre unida, porque “casa que falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão”

Realmente, nesse mundo competitivo, de valores ocidentais, a batalha é sempre árdua. Todo dia há que haver um leão para se abater, uma meta para cumprir em que muitas vezes o Ser nunca é valorizado. Ou você tem algo a mostrar, ou não é ninguém. Você pode ser uma excelente pessoa, amiga, companheira, ajudar a todos, todos te adoram... Experimente ficar sem um emprego, ou algo que o valha...

Vivemos nessa grande luta diária. Temos que nos encorajar para isso, fortalecer o espírito, apaziguar a alma e procurar ter uma mente sadia, disposta sempre a tirar da cartola uma solução para os problemas que nos afetam no dia-a-dia dessa caminhada. Conheço pessoas que não podem se dar ao luxo de um fim-de-semana com a família, sem ter que atender uma ligação de trabalho.
Esse é o nosso mundo globalizado, que nos equipa com um laptop, nos acorrenta com um black barry e nos rouba a paz interior de desfrutar com a família um sábado e um domingo.

De que maneira acordar cedo todos os dias, faça chuva ou faça sol, encarar uma condução lotada,
um trânsito caótico, tendo a preocupação de não chegar atrasado ao compromisso ou ao trabalho, sem ter que ouvir do chefe a frase irônica – saia mais cedo de casa.

Agora, nesse momento em que escrevo, milhões já devem estar acotovelando-se no metrô aborrecidos, angustiados por ter tarefas demais no seu dia, sabendo que não terão tempo para almoçar, tristes porque saíram cedo e não puderam despedir-se dos filhos, ou porque saíram brigados com o (a) companheiro (a).

Quantas pessoas não estão preocupadas com a conta de luz que venceu, com o aluguel que está atrasado ou com a mensalidade do colégio do filho, ou do dinheiro da feira, do condomínio.

Essa é a vida da grande maioria, que trabalha e produz nesse país. Não quero me esquecer aqui de maneira alguma, daqueles que perderam o emprego e tiveram seus sonhos interrompidos na metade, tendo que desistir do sonho da casa própria, pois não irá ter dinheiro para pagar a prestação, perdido em casa sem saber o que fazer da vida, pensando em vender o carro para pagar suas dívidas.

Lembro também do sonho daqueles que lutam para encontrar um emprego nas filas das agências da cidade, não se importando qual seja o trabalho, mas que seja dignificante e que consiga levar comida aos filhos, para não vê-los tristes sem entenderem porque não podem comer um BigMac no fim–de-semana, igual aos seus amiguinhos do prédio.

Parabenizo aqui a mulher guerreira que ao ver o marido sem emprego, depressivo por não conseguir manter a família, arregaça as mangas e vai à luta, atrás de um emprego que lhe permita ajudar também em casa. Há pouco tempo a sociedade condenava essa mulher guerreira (muitos maridos ainda acham que mulher tem que ficar em casa).
Também quero parabenizar a mulher que está sozinha pela separação e tem que lutar duas vezes para provar que é seria.

É, meus caros amigos, essa sociedade ocidental não é justa, prega a vitória a qualquer custo, o poder do mais forte, não se importando o que esse mais forte venha a fazer com os mais fracos; prega a vitória do homem que tem que ser o provedor e a mulher a submissa que gasta seu tempo em aulas de cerâmica e de crochê (nada pejorativo).

Essa sociedade discrimina as diferenças que na verdade não são compostas de minorias.
Discrimina os negros, os pobres, as mulheres, os portadores de síndromes, os cadeirantes, os homossexuais e tudo que não se encaixa no padrão de beleza das bonecas das revistas, que a maioria lê nos salões de beleza. Essa sociedade discrimina o velho que tanto trabalhou e ainda trabalha para prover sustento com sua mirrada aposentadoria aos seus filhos e netos.
Essa sociedade é hipócrita e hipócritas também são aqueles que vão à missa aos domingos nos bairros nobres, com seus vestidos de grife, para se mostrarem na fila da comunhão e na saída do estacionamento, com seus carrões importados; se ao menos quando colocassem os pés na rua se lembrassem do que foi dito na missa “amai ao próximo como a ti mesmo”, mas certamente essas senhoras e senhores irão se empanturrar nos restaurantes da cidade negando um prato de comida a um pedinte.

Por isso, eu parabenizo todos que sofrem discriminação, social ou racial nas entrevistas, para um emprego, por não terem uma boa aparência, aqueles que sentem a auto-estima derrubada, por estarem velhos para o mercado de trabalho, as mulheres que são assediadas sexualmente, por chefes que não possuem o mínimo de respeito pelo outro.

Parabenizo aquele que não se dobra ao assédio moral de certos grupos de trabalho, que só sabem bajular e nada têm a acrescentar de bom para a equipe, que só se preocupam com pequenos expedientes ,com fofocas e picuinhas e falam mal de tudo e de todos.

Parabenizo a grande massa brasileira que, apesar das intempéries da vida, procura manter um sorriso no rosto e a fé de que um dia tudo muda, que com o trabalho irá conseguir realizar o seu sonho, que irá conseguir educar seus filhos, com a educação que nunca teve, que irá ter seu teto próprio e se orgulhar de tê-lo construído.
Aquele que cai, mas sabe se levantar e ir em frente muitas vezes começando tudo de novo, como esse amigo meu, independentemente da nossa sociedade. Parabenizo eu, parabenizo você.

Pense nisso.
Muita Paz



Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Nelson Sganzerla   
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