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Saindo do sofrimento e da ilusão

Atualizado dia 4/24/2020 9:53:12 PM em Autoconhecimento
por Rodrigo Durante


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Nossas reações emocionais, julgamentos e opiniões nos dão uma profunda sensação de estarmos certos, servindo como embasamento para nos posicionarmos em relação às circunstâncias da vida que atravessamos. Todas, porém, são relativas, dependentes de uma história, valores morais e situações exteriores para justificarem sua existência. Mas uma vez que são relativas e apenas opiniões, podem ser mudadas a qualquer momento, apenas com uma escolha.

Em um nível mais profundo, no entanto, o que nos faz escolher um ponto de vista ou outro? O que nos faz dizer que a vida é de um jeito ou de outro, que as coisas são ruins ou boas?

Nós passamos nossa existência criando uma estrutura de crenças e valores baseadas em emoções. Isso significa que cada crença dispara uma emoção e vice-versa. Se vemos algo que fere alguma expectativa ou valor pessoal, sentimos algo desagradável em nosso corpo e classificamos aquilo como negativo. Se vivemos algo que vem de acordo com nossas expectativas ou valores pessoais, rotulamos como positivo e sentimos alguma emoção mais prazerosa.

Este jogo de ação e reação nos prende na realidade ilusória do personagem que acreditamos que somos, atuando dentro da dualidade, perseguindo extremos, oscilando de oposto a oposto, sempre em desequilíbrio. Nós sentimos no corpo o padrão que está por trás daquilo que escolhemos acreditar e, por esta razão, temos a sensação de estarmos certos de nossas opiniões. Assim, é muito difícil no meio de uma crise, percebermos que estamos agindo a partir do personagem e de sua história, não do ser real, o Eu Superior, quem verdadeiramente somos. Estamos sempre engajados em algum argumento, tentando provar que estamos certos em relação a algo que acreditamos.

E é na hora da dor, das reações e julgamentos que temos em sofrimento que mais nos perdemos, pois acreditando nela e nas crenças sugeridas por ela em nossa mente, entramos em padrões negativos e logo nos abrimos para as influências espirituais deste meio. O medo, a culpa, a raiva, a acusação, o vitimismo, a desesperança, a preocupação, tudo pertencente à ilusão do personagem que criamos para funcionar na dualidade.

É importante estarmos atentos para não cairmos nestas armadilhas do ego, sustentadas pela crença de que temos razão. Então, ao percebermos as dores e reações negativas ao que sentimos, podemos logo lembrar que isto é pertencente a algum aspecto de nossa personalidade e não ao Eu Superior, nossa meta maior. Todas as nossas partes em sofrimento precisam do nosso reconhecimento e amor. Assim, as situações que atravessamos que servem como gatilho para essas partes aflorarem, são motivos para nossa gratidão, pois através delas podemos curar tudo o que nos causa sofrimento e traz mais dificuldades em nossa vida.

A dor de uma depressão, por exemplo, nos faz ver a vida negativamente, assim como as tristezas que acumulamos, as raivas, as frustrações. Por outro lado, quem alimenta as vitórias, alegrias e realizações, tende a ter pontos de vista mais positivos e otimistas em relação a vida. Ambos, no entanto, pertencem à dualidade e são dois lados da mesma moeda. O equilíbrio que buscamos está no não julgamento, na paz interior, na plenitude e bem-estar desidentificados de qualquer apoio ou referência exterior.

O primeiro passo para nos libertarmos do sofrimento, então, é reconhecer sua origem no ego, em algum aspecto de nossa personalidade. Assim, imediatamente nosso foco sai do personagem e vem para o observador, de onde podemos escolher outro caminho. Sem mais reações ou lutas, podemos acolher esta parte em sofrimento em amor e aceitação, até mesmo conversando com ela se for o caso, deixando-a tranquila e segura, sentindo-se amada, até que ela seja curada e reintegre em nosso ser. A paz e alívio surgem logo em seguida a cada integração.

Sair do ego ou ao menos percebê-lo não é tarefa fácil, por isso é essencial que estejamos atentos e sempre dispostos a amar. Sentiu algo desagradável, é aspecto! Apenas reconheça, ame, acolha e deixe ir... É somente no amor que transformaremos com equanimidade a nós mesmos e nossa vida!

Em Paz,
Rodrigo Durante
Texto Revisado

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