Saudade...
Atualizado dia 06/07/2008 16:48:11 em Autoconhecimentopor Renata Cibele Lima
Será que essas lembranças devem ser esquecidas como algo ultrapassado, sem sentido e que só pertence ao passado? Mas, como é bom relembrar! Não há sofrimento nas memórias desse amor. Houve entre nós muito carinho e intimidade. No momento é uma doce saudade. Estou feliz contando a história de um amor!
De repente, olhei a janela do quarto. A cortina aberta revelava um mundo lá fora. Suas imagens e acontecimentos não tinham o poder de tirar-me de minhas recordações. Dentro de mim, lampejos de saudade remetem-me ao outro tempo. Uma porta semi-aberta entre o hoje e o ontem. Uma abertura, uma passagem que, mesmo estreita, tem o espaço suficiente para virar a chave mágica e poderosa da lembrança do amor.
Quantas vidas, idas e vindas serão necessárias para confirmar que laços de um amor verdadeiro são indestrutíveis? Mesmo que tenham se transformado em novas formas de amar. Toda construção de relacionamentos se baseia em reais sentimentos que levam o aprendizado vindo deles para as próximas gerações. Aprendemos a viver interagindo com o outro. As partes de um ao entrar em contato com as partes do outro fazem uma intersecção transformadora. O resultado é a união. Forças diferentes que unidas contribuem para o crescimento de ambos.
E agora? Onde fica a saudade nessa história? Depende da visão e sentimento de cada um, das próprias lembranças da vida até este momento! Há dois tipos de saudade: a nostálgica e a dolorida. A nostálgica traz recordações de todo o bem que a vida proporcionou e faz tudo ter valido a pena. É o sentimento de estar vivo e ter aprendido a caminhar mesmo com novos cenários. A dolorida traz o inconformismo em ter que alterar o caminho. É a não aceitação do hoje e o desejo de voltar ao passado, mesmo tendo a dor como reveladora da falta de sentido em querer reviver através das lembranças. O conhecido ultrapassado é carregado como um saco mental e emocional dificultando os passos na realidade presente.
Então, é melhor deixar só a boa saudade guardada. Transformá-la em uma jóia, um símbolo dos bons momentos vividos. O hoje é outra jóia, é real e precisa de lapidação e amor.
Um abraço.
Texto revisado por Cris
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Renata Cibele Lima é Escritora, Arte-Educadora, Artista Plástica, Pesquisadora e Consultora em Desenvolvimento Humano. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |