Seja ousado: diga eu não sei!
Atualizado dia 4/3/2008 2:51:21 PM em Autoconhecimentopor Wilson Francisco
É muito comum, por exemplo, você ser interrompida em uma confissão, por palavras do tipo: Ah, minha amiga, você foi enganada? Pois é, isso não é nada diante do que eu passei e blá, blá, blá... Ora, você procurou aquela pessoa, apenas para lhe falar de suas dores e ansiedades, confidenciar para esvaziar a alma, procurar um lenitivo ao expor o que machuca seu coração. Você nem sempre quer saber do que o outro pensa, passou ou entende. Você está procurando um ombro e alguém que ouça você. Porque, quase sempre, a gente tem noção onde errou e porque errou.
Pois bem, tenha a coragem de dizer eu não sei porque você sofre; eu não tenho um caminho diferente, sou também um buscador. Mas tenho aqui em meu peito um encosto, onde você pode colocar sua cabeça; tenho também em meu embornal, uma vasilha com água fresca. Venha aqui, sente-se, conte-me sobre você. Eu e o Vento vamos escutar seu coração e levar para bem longe de você essas amarguras todas. E aí, minha amiga, você poderá continuar sua caminhada, procurando a sua paz.
Lembre-se, nossas certezas podem ser perigosas. Elas podem criar fortalezas em torno de nós, isolando–nos num castelo de auto-suficiência cujas bases podem não ser tão sólidas. Investigue. Evite ter resposta para tudo e todos. Deixe o outro refletir, decidir e buscar. O que lhe garante que esse caminho que você percorre serve para este seu amigo? Cada criatura tem um jeito próprio de viver... É muito cômodo dar um sapato usado com a idéia de que o necessitado calça qualquer número. A miséria não muda o tamanho da criatura.
Esta criatura que está na sua frente, desesperada, inconformada, tem uma alma, inteligência e sentimentos. Conforte-a mas dê a oportunidade dela decidir seu caminho. Se você escolher o rumo, ela nunca aprenderá a ser seletiva, a decidir sobre o que fazer...
Tenha a ousadia de se explorar, de buscar dentro de você os tesouros da vida. Mas se lembre que esses mesmos tesouros estão também na intimidade do outro. “As distâncias maiores que devemos percorrer estão dentro de nós”, dizia Charles de Gaulle.
Há pessoas que correm daqui para lá, fazem cursos, se integram em grupos, freqüentam templos, igrejas, centros espíritas, em busca de espiritualidade. Ledo engano, a espiritualidade está dentro de você. Olhe no espelho, identifique-se, observe-se e veja que aí nessa pessoa que está à sua frente está Deus em muitos caminhos e sabedoria.
Um dia, um grande empresário comentou que admirava a arte e inteligência do jardineiro de sua casa. Era um homem simples, mas naquela função era extraordinário. Em cada época, mudava todo o panorama do jardim e com toques mágicos mostrava a beleza das flores. Era um encanto observar a harmonia que ele implementava entre a terra, as plantas e o espaço físico que a residência oferecia.
Diante de uma situação nova, não tenha vergonha de perguntar para o outro. Coloque-se na posição de aprendiz, você verá o quanto o Universo tem a oferecer a você, em termos de inteligência e amor. Você é um ser como tantos outros, está se desenvolvendo para se tornar o melhor. E aproveite sempre cada mínima oportunidade para sentir a singeleza da vida.
Seja ousado, aguarde a sua vez, evite ultrapassar tudo e todos, cada criatura tem o seu lugar, o seu espaço, no Universo.
Pesquisadores do corpo humano observam que numa conversa envolvendo várias pessoas, cada uma estará no lugar certo, como se, inconscientemente, todos obedecessem a uma simetria universal. E observe bem que se uma pessoa está demais no grupo, fatalmente ela sairá, se o grupo estiver harmônico.
Dia desses, minha filha disse, em lágrimas, que decididamente ela não tinha pulso firme para manter o controle na educação dos filhos. Certo, uma confissão importante, verdadeira, mas foi assim e neste momento, que ela acabou encontrando, o caminho para tomar as rédeas de sua vida e o poder para auxiliar com eficácia os meus netos. Enquanto ela estava resistente e entendendo que a situação era insustentável, tudo se tornava difícil. Logo que ela reconheceu publicamente sua fragilidade, tudo se assentou, como num passe de mágica. Ela encontrou uma saída, um jeito próprio de conduzir e resolver certas questões. E seus filhos, diante daquele depoimento dramático e sincero, entenderam que precisavam agir diferente. Não só porque viram a mãe em prantos, mas principalmente porque aquela aparente fragilidade demonstrava que aquela mulher/menina, que gerou seus corpos, era realmente uma mulher talentosa, porque tivera a coragem de abrir mão de seu trono de mãe para se colocar na situação de filha e de uma criatura que procurava caminhos. E eles, naturalmente, pivôs daquela situação, saíram do anonimato, do desdém com que invariavelmente os filhos se colocam, para assumir as responsabilidade que a situação exigia.
Tenho acompanhado sempre o sucesso de algumas mães que tiveram êxito na relação com os filhos, quando tiveram a coragem de dizer aos filhos que não tinham mais solução para eles e que se colocavam na condição de amigas, para o que der e vier.
Essa atitude de baixar a guarda, ser humilde e sincera, permite a essa mãe abrir um espaço enorme para o diálogo, para a ousadia de se sentir igual ao seu filho, porque na verdade ambos são almas realizando uma importante jornada na Terra e essa atitude poderá ser a ponte através da qual os dois conseguirão atingir suas metas: evoluir com o perdão para aperfeiçoar em si o Amor.
Texto revisado por: Cris
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