Sempre que as formas da mente têm conhecimento em excesso, perdemos nossa vitalidade
Atualizado dia 2/22/2007 1:07:42 PM em Autoconhecimentopor Vera Godoy
"Conta-se que, certa vez, grande seca se abateu sobre um reino distante trazendo o flagelo da fome. Sem alimento, as famílias começaram a adoecer, perecendo a cada dia. Penalizado, o bondoso rei tomou de um vaso de barro e o encheu com água que brotava de uma fonte sagrada. Chamou dois servos e lhes disse:
- Entrego-lhes este vaso com água a fim de aliviarem a sede do povo. Confio a vocês a tarefa de percorrer as aldeias, diminuindo a carência e reerguendo o ânimo dos sofredores. Enquanto servirem com amor jamais faltará água no vaso. Agora vão e sejam fiéis.
Os dois servos iniciaram a jornada cheios de entusiasmo. Pelo caminho, depararam com crianças doentes e mães aflitas, fustigadas pela sede e pela fome. Fiéis à tarefa serviram a água, devolvendo esperança aos sofredores. Quanto mais ofereciam daquela água, mais brotava no vaso, de maneira que o recipiente estava sempre abastecido.
A certa altura, porém, os dois servidores começaram a desentender-se. Disputavam o direito de carregar o vaso. Divergiam quanto ao melhor caminho a trilhar. Discordavam sobre a quantidade de água a ser oferecida. Quando algum sofredor dirigia-se a algum deles, em tom de gratidão, o outro se sentia espicaçado pelo ciúme. Se um criticava, o outro se melindrava. Se um alterava o ritmo da marcha, o outro reclamava.
Tanto se atritaram que num momento de invigilância o vaso escapou-lhes das mãos espatifando-se no solo ressequido. Só então caíram em si e perceberam que haviam fracassado. Faltara-lhes fraternidade para cumprirem a tarefa. Sem outra alternativa, retornaram ao palácio de mãos vazias e o coração cheio de remorso. E em silêncio ouviram do monarca:
- Se vocês houvessem se ocupado apenas em servir com simplicidade e amor, não teriam fracassado. Enquanto gastavam o tempo em disputas mesquinhas, a fome e a sede avançavam. A tarefa ficou incompleta, porque vocês colocaram o EGO acima do dever e terão que voltar para completar o trabalho.
Assim, os servidores receberam outro vaso abastecido com água e, em silêncio, puseram-se a caminhar ao encontro dos sofredores.
A serviço do Plano Maior somos todos servos do bem com a tarefa de levar a água da esperança aos que padecem no deserto das provas e expiações. A providência Divina nos confia o vaso de recursos em diversas expressões. Um carrega a água da palavra esclarecedora. Outro serve a água da consolação. Outros transportam a água do bom ânimo. Todos têm a sua importância".
Clayton Levy através do espírito de Augusto - Campinas-SP
Muitos dos que estão a serviço do Plano espiritual e que possuem muitos conhecimentos acabam se esquecendo do que é ser espiritual de verdade; envolvem-se tanto com técnicas e métodos novos para desenvolvimento da consciência do ser humano que deixam de reforçar em si mesmos os verdadeiros atributos do espírito. Aqueles atributos que revelam elevação, humildade, compaixão, transcendência, valorização do outro, sublimidade e amor.
Quantos trabalhadores da Luz perdem a oportunidade de servir e cumprir sua Missão aqui no planeta porque não percebem que a vida, com suas sutis mensagens e sinais, está mostrando o quanto ele está se tornando onipotente, forte e poderoso.
E que esse esnobismo desenfreado acaba sempre em sofrimento e na perda da conexão com os Planos de Luz, pois Este só pode comunicar-se através do Eu Superior e não do Ego.
“No sofrimento nossa percepção se torna mais aguçada”. Gera uma introspecção que nos leva a uma condição de mudança INTERIOR, com propósitos mais elevados, com novos conceitos e prioridades de vida e nos tornamos humildes, frente às nossas próprias limitações ou as limitações de quem cuidamos, ajudamos ou servimos.
Interromper nossas metas, duramente planejadas em disputas injustificáveis, só retarda o trabalho do plano Maior para o Planeta e compromete a evolução de nossa consciência. O desejo da felicidade é inerente ao homem, mas criamos problemas demais em função da vaidade espiritual. Ela causa um torpor mental que não nos deixa enxergar as coisas com clareza, trazendo sofrimento para que aprendamos simplesmente A SERVIR COM AMOR!
Desenvolver virtudes espirituais dentro de um trabalho não deve ser sinônimo de prazer ilusório na matéria. Desenvolver a iluminação espiritual através de conhecimentos filosóficos não faz dela um instrumento positivo no serviço. A iluminação necessita ser vivida, precisa ter um significado e isso só conseguimos através da humildade no servir. Olhar o outro e acolher os bons frutos escondidos nesse ser. Olhar o outro e ver o que está afetando a sua existência, o que o impede de manifestar sua essência iluminada. Incentivar e aproveitar o que ele tem de bom para contribuir, sem exigir dele mais do que pode dar. Agir de forma positiva para ajudá-lo a remover os obstáculos. Isso é compaixão. Conseguir promover a manifestação de suas qualidades positivas. Isso é amor!
Produzir no outro um encantamento positivo. Ajudá-lo a reconstruir, interrompendo suas ações negativas, como um pai que vê seu filho pendurar-se numa janela alta e grita! Quando ele grita não está contra a criança, mas a seu favor. Esse grito será um ato de compaixão se auxiliá-lo a aprender o que é perigoso para ele. Auxiliar o próximo a revelar sua natureza iluminada dá sentido ao servir.
Mudar nossa vida no sentido espiritual deve ser nossa meta, mas a luz deve aumentar aos poucos para que não fiquemos ofuscados. A sabedoria chinesa tradicional diz que a busca da iluminação necessita da percepção dos ritmos naturais da vida. Ela diz que nossa mente não é um saco sem fundo. Se a sobrecarregarmos com conhecimentos, preocupações, medos e competições, não haverá paz. Devemos estabelecer um calmo alinhamento entre sentimentos, pensamentos e ações através da prática do desapego em relação a sentimentos egoístas, vaidosos ou apressados.
Vaidade e melindre são características do servidor contrariado em seus interesses, evidenciando um personalismo que precisa ser combatido. Melindre é fragilidade espiritual e todo aquele que se melindra com facilidade, com maior facilidade se afasta da tarefa, crendo-se certamente insubstituível. Percebemos que a nossa grande meta na vida é encontrar a nossa própria essência no mundo espiritual e para isso é necessário agirmos o mais corretamente possível no mundo concreto, redescobrirmos nossa insignificância diante do Cosmos, quebrarmos as couraças de vaidades, apegos e melindres e a luz divina renovará a paisagem.
Gautama Buda descreveu assim o nirvana e a iluminação:
“Você só pode ficar estável se estiver harmonizado e tranqüilo. Com uma mente estável no seu interior, com olhos e ouvidos agudos e limpos, os quatro membros firmes e fixos, você pode abrir espaço para a essência vital. A essência vital é a essência da energia vital. Quando a energia vital é guiada, a essência é gerada. Sempre que as formas da mente têm conhecimento em excesso, você perde sua vitalidade”.
Harold D. Roth, Columbia University Press, N. York, EUA, 1999
VERA GODOY
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Texto revisado por Cris
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