Sete de Setembro em Nova Iorque



Autor Amigos da Teosofia
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/6/2012 10:14:21 PM
Sete de Setembro em Nova Iorque

Como Nasceu o Movimento Teosófico Moderno
:: Carlos Cardoso Aveline ::
O dia sete de setembro não é apenas a data em que se comemora a independência do Brasil. Este dia pode ser visto, também, como a data de aniversário do movimento esotérico moderno. A decisão de criar o movimento teosófico foi tomada, formalmente, durante uma reunião na residência de Helena Petrovna Blavatsky em Nova Iorque, em sete de setembro de 1875. Era uma terça-feira. Dezessete pessoas ouviram ali a palestra de George Henry Felt sobre os mistérios antigos, intitulada "O Cânone Perdido das Proporções, dos Egípcios, Gregos e Romanos". A palestra agradou a todos. Depois dela, houve um vivo debate e, por uma proposta de Henry Olcott, foi decidido criar uma Sociedade para que se pudesse continuar aqueles estudos. William Q. Judge propôs que Henry S. Olcott fosse eleito presidente. Olcott propôs, por sua vez, que Judge fosse eleito como secretário. As propostas foram aprovadas.
Entre os presentes havia dois notáveis eruditos da religião judaica. Um deles era editor de uma publicação de judeus reformistas. Também estavam ali vários espíritas, um maçom de destaque, um médico e dois ou três advogados. Ao final, decidiu-se convocar outra reunião para a noite seguinte, com o objetivo específico de fazer avançar o processo de criação da Sociedade.
Na reunião do dia oito, William Judge fez uma Ata. O documento foi assinado por ele, Olcott e H.P.B. Foram tomadas algumas decisões formais, inclusive a de produzir os Estatutos da nova Sociedade. Ao ler as primeiras linhas da Ata, podemos ver a importância da Cabala judaica naqueles momentos inaugurais do movimento: "Em consequência de uma proposta do coronel Henry S. Olcott, de que uma Sociedade seja formada para o estudo e elucidação do Ocultismo, a Cabala, as senhoras e os senhores então presentes abriram a reunião e, por proposta do sr. W.Q. Judge ..." [1] É interessante examinar qual é a real importância do evento de sete de setembro para a história do movimento teosófico.
O livro "A Guide to Theosophy" foi publicado 1887. Na página 51, a obra afirma que a Sociedade Teosófica foi fundada em 17 de novembro de 1875. H.P.B. possuía um exemplar do livro e, neste trecho, ela acrescentou na margem do papel a seguinte anotação a caneta: "Formalmente; mas na verdade ela foi fundada em sete de setembro de 1875 em minha casa em 46, Irving Place, Nova Iorque". [2]
Boris de Zirkoff foi o editor dos 15 volumes de "Collected Writings" de H.P.B., todos publicados pela Sociedade de Adyar no século vinte. Zirkoff examinou detalhadamente o processo de criação do movimento teosófico, e concluiu: "Parece não haver razões para duvidar de que a verdadeira formação da Sociedade Teosófica ocorreu em 7 de setembro de 1875..." [3]
O evento do dia sete foi, portanto, no mínimo absolutamente decisivo. A escolha do nome da sociedade foi feita na reunião de 13 de setembro. Em 17 de novembro houve apenas o discurso inaugural formal do presidente, Henry Olcott. Porém, mais tarde, foi esta data que passou a receber a maior divulgação pública.
A criação do movimento teosófico em um dia sete de setembro tem, seguramente, um significado oculto. Setembro é o sétimo mês do ano astrológico, e, no antigo calendário romano, era o sétimo mês do ano: daí o seu nome. [4] H.P.B. escreveu amplamente sobre a força e a energia do número sete e, em um texto de 1880, ela afirma:
"Na antiguidade mais distante, atribuía-se um profundo significado aos números. Qualquer povo que tivesse alguma coisa parecida com uma filosofia dava grande destaque aos números na realização das suas práticas religiosas, no estabelecimento de dias de festivais, de símbolos, dogmas, e até mesmo na distribuição geográfica dos impérios. O misterioso sistema numérico de Pitágoras já não era nada novo quando surgiu, mais de 600 anos antes da era cristã.
O significado oculto dos algarismos e suas combinações faziam parte das meditações dos sábios de todos os povos, e não está muito distante o dia em que, levado pela eterna rotação cíclica dos acontecimentos, o nosso agora cético Ocidente terá de admitir que, naquela periodicidade regular de eventos sempre recorrentes, há algo mais que mero acaso. Os nossos sábios ocidentais já começam a notar o fato. Ultimamente, eles têm aguçado sua atenção e começado a especular sobre ciclos, números e tudo aquilo que, apenas alguns anos atrás, eles haviam condenado ao esquecimento nos velhos arquivos da memória, que nunca seriam reabertos exceto para rir das superstições estranhas e idiotas dos nossos ancestrais não-científicos." Em seguida, H. P. Blavatsky cita trecho de um jornal alemão da época:
"O número sete era considerado sagrado não só em todas as nações com culturas próprias da antiguidade e do Ocidente, mas tem sido visto com a maior reverência também pelas nações mais recentes do Ocidente. A origem astronômica deste número está confirmada além de toda dúvida. O homem, sentindo desde tempos imemoriais que depende de forças celestes, sempre e em todo lugar considerou que a Terra estava sujeita ao céu. Assim, o corpo celeste maior e mais iluminado tornou-se para ele o poder mais importante e mais elevado; e assim eram os planetas que toda a antiguidade contou como sendo sete. Ao longo do tempo, eles se transformaram em sete divindades. Os egípcios tinham sete deuses originais e mais elevados; os fenícios tinham sete kabiris; os persas, sete cavalos sagrados de Mitra; os parsis, sete anjos opostos a sete demônios, e sete moradas celestes em paralelo com sete regiões inferiores.
Para representar essa idéia mais claramente em sua forma concreta, ossete deuses eram frequentemente descritos como uma divindade com sete cabeças. Todo o céu estava sujeito aos sete planetas; portanto, em quase todos os sistemas religiosos nós encontramos sete céus."[5]
De fato, para a teosofia original, a vida é setenária nos seus mais diferentes aspectos. Em um segundo texto, publicado meses mais tarde, a fundadora do movimento teosófico abordou especificamente a influência do número sete sobre o movimento teosófico, e fez uma lista impressionante de eventos - nos primeiros anos do movimento - em que o número sete estava presente.
Ela esclarece: "E deve ser lembrado que, em nenhum destes casos, houve qualquer intenção de que o número deveria cumprir um papel em nossos assuntos; mas, ao contrário, o que ocorria em muitas destas ocasiões era exatamente o oposto do que nós havíamos desejado" [6]
Para ler o texto completo: https://filosofiaesoterica.com/ler.php?id=708#.UElIX41lTgw









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