Sexo: banalização e transcendência




Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 05/04/2008 16:48:23
O sexo, desde as mais antigas civilizações, foi considerado uma sagrada faculdade do homem e da mulher. Nele sempre foi reverenciado o poder criador da vida e da natureza. Todas as culturas dão testemunho disso em seus ritos, mitologias, artes e tradições religiosas.
A sexualidade, no seu sentido mais amplo, é definida nas diversas formas, jeitos e maneiras que as pessoas buscam para obter prazer. É básicamente a busca do prazer humano em suas diversas formas. A idéia de prazer irá variar de pessoa para pessoa, levando em conta a realidade de cada indivíduo. Quando uma pessoa está sentindo prazer, ela está vivenciando a sua sexualidade. Portanto, a busca da sexualidade se dá de várias formas, em várias circunstâncias.
Atualmente, a sexualidade tem estado cada dia mais presente na televisão brasileira, seja nas cenas de novelas, dos filmes ou nas letras e coreografias de músicas que fazem sucesso popular. Os meios de comunicação, entre tantos outros que utilizam o sexo para atrair a atenção do público, acabam por estimular e criar curiosidades precoces em crianças, o que dificulta bastante o processo de conscientização e responsabilidade delas sobre o assunto.
Em relação às músicas que fazem sucesso popular, temos acompanhado nos últimos tempos a crescente banalização do sexo através de letras insinuantes e de coreografias sensuais, onde começamos dançando na "boquinha da garrafa", cavalgamos na "éguinha Pocotó" e terminamos o passeio nas evoluções do "créu".
Sobre o preocupante tema "erotização infantil", alerta o médico e psicoterapeuta Moacir Costa, "os programas de televisão tem apelado para a excessiva valorização do corpo e erotismo; inclusive em programas infantis onde se percebe que a preocupação maior é valorizar os gestos, posturas e danças onde o foco é a sensualidade. Além disso, transmite uma imagem caricatural da mulher, aquele tipo "boazuda". O resultado são as imagens estereotipadas, onde a mulher ressurge como um objeto de consumo, ou de apelo sexual. Resultado disso é que a criança começa a incorporar uma atitude abertamente sedutória, lembrando o comportamento adulto". E completa: "A criança perde muito da sua espontaneidade e naturalidade, e principalmente de sua ingenuidade".
Para a psicanalista Norma Escosteguy, a sexualização infantil precoce traz prejuizos emocionais e éticos sem precedentes. "Se a criança for estimulada a imitar a sexualidade adulta, sem condições para isto, o excesso de excitação poderá diminuir seu interesse e sua capacidade para pensar, para se sentir capaz, para se desenvolver gradativamente e para ter noções de sua identidade".
Na sequência, a psicóloga e psicoterapeuta infantil Nina de Oliveira Dias, registra a sua experiência: "Acompanho no consultório crianças que, super estimuladas, encontram na erotização a única forma de se relacionar. O afeto é erotizado e os movimentos, a vestimenta e a maneira como se comportam, tem o sentido de provocar uma relação erotizante. Apresentam, portanto, distorção em sua capacidade de sentir, pensar, integrar, conhecer e de relacionar, pois são estimuladas a dar um salto para a sexualidade genital, que não tem condições emocionais, biológicas e maturidade de realizar, despertando, muitas vezes, alto nível de ansiedade e depressão".
Na nossa sociedade, onde numa escala os valores de consumo são escancaradamente prioritários, não poderíamos imaginar algo que fosse diferente em relação à utilização do sexo como forma de lucro fácil e garantido. No entanto, esse imaginar "algo diferente" continua para nós sendo um desafio e, ao mesmo tempo, uma esperança de que a sociedade avance no sentido da conscientização de que valores éticos, morais e espirituais são mecanismos imprescindíveis na formação da criança saudável.
Em relação ao sexo e o seu significado na visão espiritual, informa-nos Emmanuel pela psicografia de Chico Xavier: "Toda vez que determinada pessoa convida outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psíquicamente de energias espirituais em regime de reciprocidade".
Finalizando, entendemos que esse "algo diferente" somente ocorrerá à nível mundial, quando o homem começar a compreender melhor a si mesmo como um ser espiritual revestido das mais gloriosas potencialidades, com vistas à imortalidade. Saberá, então, entender e sentir o valor, a responsabilidade perante si e ao próximo e, sobretudo, a orientação de luz ou de treva para a qual direciona a energia fisico-espiritual do sexo, porque acima de tudo, amar é engrandecer-se.
Psicanalista Clínico e Interdimensional.
flaviobastos









Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |