SÓ A LUZ DISSIPA AS TREVAS
Autor Joäo Virginio Silva
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/1/2006 8:17:17 PM
Por mais que já se tenha estudado e pesquisado sobre a mente humana_ ela ainda continua sendo para a maioria de nós_ uma incógnita, um grande mistério. Penso que o problema está na nossa incapacidade de observarmos melhor esse processo em nós mesmos. Todas as pesquisas estão direcionadas á mente do outro, nunca pesquisamos a nossa própria psique, talvez_ por acharmos que a nossa seja diferente das demais.
Pois bem_ a mente a meu ver_ a mente humana é o resultado de tudo aquilo que chegamos a conhecer através das experiências que tivemos. São as nossas memórias, nossas lembranças, nossos condicionamentos, nossas identificações, nossos apegos, etc, etc. A nossa mente é isso, não conhecemos outra coisa a não ser isto. Sendo assim, a nossa mente é o conhecido, e com esses dados conhecidos, com essa memória limitada e temporal, temporal_ porque esses dados foram adquirimos através do tempo_ e com esses dados tentamos abestalhadamente desvendar o oculto, o desconhecido, o atemporal, a verdade ou Deus. Não percebemos que o conhecido, que com esse tipo de mente não podemos, obviamente, conhecer o não conhecido_ não podemos conhecer a verdade que liberta o homem do sofrimento. O que a nossa mente pode fazer é apenas e tão somente, conhecer aquilo que ela já chegou a conhecer através da experiência, através do que ela já aprendeu, do que armazenou em sua memória. A mente não pode vislumbrar ou ver a realidade de sua própria tolice, de sua própria incapacidade para conhecer o que está oculto. È bastante inteligente o fato de que, se compreendo de uma forma muito clara, que minha mente não pode conhecer o oculto, nasce então daí_ uma quietude absoluta na mente. Sente-se que posso captar a verdade, o oculto com os recursos do conhecido, torno-me mentalmente muito barulhento_ falo, recuso, escolho, tento encontrar um modo de alcançá-lo, etc, etc. Se, porém, a mente compreende a sua incapacidade absoluta para conhecer o oculto, se percebe que não pode dar um único passo em direção ao oculto, ao desconhecido_ então_ a mente se torna completamente silenciosa. Não busca mais nada.
A ação de buscar só se realiza do conhecido para o conhecido, a nossa mente funciona assim, do conhecido para o conhecido_ não sai disso_, portanto, tudo o que a mente pode fazer é apenas estar consciente de que essa ação jamais desvelará o não conhecido. Qualquer ação por parte do conhecido permanece dentro do campo do conhecimento. Isso é tudo que tenho de perceber_ é a única coisa que a mente tem de compreender. Então_ desprovida de qualquer estímulo, de qualquer propósito, a mente se torna silenciosa. Você nunca notou que o amor é silêncio?. Ele pode ocorrer ao segurarmos a mão de uma pessoa, ao olhar, com carinho, para uma criança, ao admirarmos a beleza de um pôr de sol. O amor não tem passado nem futuro, e o mesmo se dá com esse extraordinário estado de silêncio. Sem tal silêncio, que consiste num vazio absoluto, não criação. Podemos ser muito competentes em nossas funções diárias e profissionais, mas onde não há criação, há a queda e a destruição_ há o declínio da mente.
Quando a mente se encontra vazia, silenciosa, quando a mente se encontra em estado de completa negação_ que não é o vazio, e nem o contrário de ser positivo_, mas um estado totalmente, diferente, no qual cessa todo pensamento_ então, somente então, aquilo que é inominável pode vir a se concretizar. Eis ai a liberdade, aliás, essa é a única liberdade que existe, o resto é tolice. Pois só uma mente confusa é que busca por liberdade_ uma mente limpa e lúcida_ é uma mente totalmente livre, e conseqüentemente, amorosa.
Avaliação: 5 | Votos: 8
*" LOUVAI AO SENHOR, PORQUE ELE É BOM; PORQUE A SUA BENEGUINIDADE É PARA SEMPRE "* E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
