Socorro, mais uma reunião?
Autor Irlei Wiesel
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/12/2014 2:43:38 PM
O mercado exige assertividade, produtividade e excelência na performance pessoal. Somos envolvidos constantemente na dinâmica veloz deste movimento. O cansaço é uma companhia desconfortável e constante. Seguir em frente é a meta.
É necessário desobstruir, diariamente, as artérias que bloqueiam o caminho para o sucesso. A pressão arterial do mercado, sempre elevadíssima, exige correria e foco. O colesterol ruim borbulha e parece efervescer naqueles mais ansiosos por resultados. O diabetes deseja espaço no corpo daqueles que não sentem mais a doçura da vida. O nível de triglicerídeos em pessoas ocupadas demais avança com uma velocidade invejável. O sobrepeso insiste teimosamente em mostrar-se refletido no espelho. A atividade física despenca na lista de prioridades. Aliás, o que é realmente prioridade? Será que fomos vacinados para distorcer o conceito de prioridade?
Entendo que cada um sabe o que é importante na sua trajetória. Mas a epidemia da saúde doente, do sobrepeso, das taxas elevadas de impurezas no sangue, a correria frenética para longe de si mesmo, o índice elevado de consumo de medicamentos de uso contínuo, a inclusão de bebida alcoólica na rotina desgastante, o excesso de consumo por coisas materiais, a estranha desculpa da falta de tempo, a tendência coletiva por rotinas estressantes, o sentido duvidoso pelas escolhas pessoais e coletivas, o estranho conceito de sucesso que desequilibra famílias, saúde física, relações pessoais e faz a maioria viver a centímetros de um ataque severo de fúria. Ataques emocionais que podem evoluir para um ataque mais severo, como o cardíaco, por exemplo. É sabido que pressões desgastantes e persistentes podem evoluir silenciosamente para uma isquemia cerebral. Mas afinal o que estamos fazendo com a vida que precisa de um corpo para ser vivida a contento? Por que insistimos tanto em estragar a única saúde que temos? Por que insistimos tanto em manter, criar ou conquistar o máximo e esquecemos que sem saúde usufruímos migalhas. Já que somos seres com instinto natural de vencer obstáculos, por que nos maltratamos tanto a ponto de nos tornarmos o nosso maior obstáculo? Em que esquina da vida começou o projeto de descarte do corpo? Em que rua da vida esquecemo-nos de nós para abraçar o mundo, e nele todos os tipos de egos? Em que rodovia decidimos acelerar a morte para chegar ao sucesso? Em que segundo, durante um dia qualquer, tomamos a decisão de destruir a saúde para comprar aquilo que falta à alma? Em que minuto da vida passamos a confiar na informação de que meta e sonhos combinam com estresse e exagerados comprometimentos? Quem assoprou que concessões exageradas, mesmo afetando nossa integridade, é o melhor desempenho para conquistar o mundo? Quando foi que nos esquecemos de nos lembrarmos das intuições sábias? Como permitimos que um mundo artificial, com aparência duvidosa, destruísse o mundo interno? Quando foi que nos perdemos para nos encontrar? Socorro! Tem alguém do outro lado? Socorro! Alguém sente o que sinto? Socorro! Estou sozinha ou posso contar com mais alguém? Socorro! Não consigo ouvir minha voz interna, só sinto que ela está gritando. Socorro! Qual a rota que me levará a tudo que desejo, com saúde, paz, taxas equilibradas, sangue puro circulando em todo corpo e, principalmente, com tempo para ter muito tempo? Socorro! Acordem, precisamos um do outro para transformar o que está dito e que vivemos. Socorro! Tem muito trabalho. Vamos agendar uma reunião para a felicidade?
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