Somos dependentes de amor!
Atualizado dia 21/12/2007 00:35:29 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Mais tarde, quando este indivíduo passar por frustrante experiência amorosa, o conteúdo que estava reprimido pela ação dos mecanismos inconscientes de defesa é liberado, podendo desencadear crises depressivas como porta de entrada de patologias de maior ou menor gravidade.
A neurose de fixação (ou obsessiva) por um(a) parceiro(a) cuja relação foi intensa enquanto durou, e que com o término provoca dor e sofrimento traduzido por crises depressivas sem perspectivas de saída da situação, nada mais é que uma dependência emocional-transferencial das figuras referenciais da infância.
Quando os pais ou substitutos falham no suprimento de amor na infância, o(a) filho(a) quando adulto(a) fica fragilizado emocionalmente e dependente de alguém que preencha o vazio de amor que ficou no passado. E quando novas experiências frustrantes acontecem, o conteúdo reprimido emerge do inconsciente com a força de uma avalanche, fustigando neuroticamente o indivíduo, provocando-lhe ainda mais dor e sofrimento.
Portanto, estados depressivos gerados por fixação neurótica em situação de ruptura de relacionamento amoroso são casos complicados que necessita de psicoterapia que consiga trabalhar tecnicamente o material inconsciente pela ótica da psicanálise.
A regressão, no caso de dependência emocional, pode ajudar na hipótese de que consiga estabelecer conexões entre a vida atual do indivíduo (até a situação intra-uterina) e situações de vivência(s) passada(s), à medida que o sentimento intenso experienciado pelo paciente, no caso o sentimento de rejeição, possa também estar vinculado ao remoto passado.
Basicamente, porém, é pelo conhecimento do "manejo" técnico que o terapeuta utiliza as ferramentas adequadas para fazer as leituras do material que emerge do inconsciente do indivíduo, para que, na seqüência, ele possa fazer as elaborações necessárias do que foi interpretado pelo psicoterapeuta.
É através de níveis de compreensão do material elaborado de seu inconsciente que o paciente processa um melhor nível de autoconhecimento, à medida que é pela conscientização de sua real situação de dependência emocional que ele consegue alcançar a libertação do padrão comportamental que o mantém preso à infãncia.
Ocorrendo o corte da fixação infantil, o indivíduo começa a experienciar uma outra fase em sua vida: assume-se como uma pessoa adulta e passa a desejar o enfrentamento de novos desafios, inclusive a possibilidade de novos relacionamentos amorosos, pois agora possui a percepção em si mesmo do que seja equilíbrio emocional.
Sentindo-se mais seguro e autoconfiante para novos desafios no terreno do amor, o indivíduo encontra-se apto à entrega na medida exata de seu querer, pois "o outro" não mais representa aquele neurótico referencial de suprimento que representara.
Contudo, à medida que despertamos para o transcendente em nós, a busca da libertação emocional não termina por aí, pois o amor, sendo uma energia de longo alcance fraternal, independe de nosso ego no sentido da trancendência além dos limites das isoladas paixões humanas.
Psicanalista Clínico e Interdimensional.
Atendimento online/messenger
(ver site do autor)
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 29
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |