Somos Gananciosos




Autor Vanessa Mazza Furquim
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/28/2008 11:23:12 AM
Eu penso que já se foi a época em que o lema "tempo é dinheiro" imperava vitorioso.
Pois este lema mantinha (e ainda mantém) todas as pessoas presas numa relação muito estranha em que algo tão essencial, eterno e intangível como o tempo havia sido limitado apenas à circulação de matéria. Como se fosse possível quantificar o tempo e reduzí-lo a uma soma determinada!
Tanto é que, ainda hoje, nos baseamos nessa relação tempo/dinheiro quando medimos nosso ganho por hora trabalhada e não por resultado que produzimos. Então, nossa possibilidade de ganhos está presa e circunscrita, como se estivesse numa caixa e a possibilidade de expansão parecesse mínima.
Além disso, quando transformamos o tempo num exercício de competição, no qual sempre queremos mais e nada nunca é o bastante, acabamos - por mais que estejamos preenchidos de matéria e cercados dela - alargando nosso vazio, que, casa vez mais, se torna cada vez maior.
A isso podemos chamar de ganância.
Mas o dinheiro em si não é o problema da ganância. Ela está representada também na questão da pressa, da intolerância, da busca incessante (e agonizante também), por satisfação rápida e individualizada dos sentidos corpóreos, em substituição aos da alma.
Quem é ganancioso, pensa que se não aproveitar tudo o mais rápido possível, irá perder a oportunidade de obter aquilo que quer. Então, essa pessoa se desdobra para conseguir uma promoção, por exemplo, mesmo que isso signifique "passar por cima" dos outros, agir sem ética, provocar fofocas e falações desnecessárias. Já a outra se empanturra de comer, geralmente sem fome, apenas para suprir o medo de que se não comer aquilo naquele momento, terá deixado passar a oportunidade. E pior, tem ainda aquela pessoa que se mantém constantemente elétrica, nervosa, rígida, na defensiva, sem nunca relaxar, pois para ela deixar fluir é o mesmo que permitir ser passada para trás, o mesmo que se mostrar frágil e muito disponível para ser atacada ou destruída.
O interessante é notar que quanto mais ganância alimentamos, mais perda suscitamos, menos alegria criamos, pois, que coisas boas podem resultar do medo?
No fim, penso que perdemos muito tempo, e mesmo dinheiro, e oportunidades, quando estamos sedentos por tudo e não aproveitamos verdadeiramente o singular, o momento único, o acontecimento sutil que às vezes nos vem e que, na pressa, deixamos passar, totalmente despercebidos.
Abandone a ganância. Ela se assemelha a um saco sem fundo e nunca irá preencher seu vazio ou resolver seus problemas. Por isso, não confunda tempo com dinheiro.
Que o tempo cure suas feridas, lhe ajude a refletir, a melhorar e que o dinheiro, ou toda coisa material, sejam suas ferramentas para colocar em prática aquilo que é verdade dentro de si.
E para finalizar, como dizia Jesus, mesmo em outras palavras: Deixe para a matéria o que é da matéria e para o espírito o que é do espírito.
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