SUBLIME RESPOSTA
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Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/30/2005 10:07:17 PM
Quero dividir com vocês uma experiência significativa.
Gostaria de dizer que, com base nas minhas vivências, não acredito mais, a esta altura, em coincidências, mas sim em sincronicidade. E justo agora esta experiência maravilhosa, mais uma vez, vem reforçar esta constatação.
A Semana Santa se aproximava e, como de hábito antes de adormecer, nalgum dia eu mentalizava as dimensões maiores da Vida, dirigindo meus pensamentos e minhas questões à Espiritualidade orientadora dos meus dias terrenos, e também, em particular, Àquele que mais uma vez era lembrado e reverenciado pelo mundo cristão, em decorrência de Sua presença entre nós há dois milênios, e de Seus ensinamentos.
Refletia, resumidamente, que adoraria ter merecimento para ser encaminhada, à esta altura dos acontecimentos, e da época na qual vivemos, à resposta mais correta possível acerca de quem Ele foi de fato: do que fez, da sua identidade; do que, afinal de contas, era verdade ou inverdade em meio à confusão caótica de interpretações, dogmas, escrituras, livros, estudos, ortodoxias... Havia, há pouco, escrito para o STUM o artigo "O Verdadeiro Jesus", sentindo de todo coração que não havia engano naquela maneira, exposta por mim, de se considerar as coisas. No entanto, vivemos um tempo excessivamente turbulento, debaixo de uma avalanche verdadeiramente atordoadora de informações bombardeadas de todos os lados e de todos os cantos do mundo, sobre todas as questões humanas a um só tempo. Isto nos deixa sem chão; compele-nos a aguçar, involuntariamente, a visão intuitiva para nos orientarmos com tranqüilidade e acerto em meio a todo esse tumulto.
Fiz esta reflexão, em estado de prece. Passaram-se uns dias.
Repentinamente, na manhã do sábado de aleluia, caiu-me na caixa de e-mails, vindo de uma pessoa absolutamente desconhecida (que nem ao menos desconfio como chegou ao meu endereço eletrônico), um texto dito “sigiloso” que, segundo explicou, espalha na internet há anos - com de registros tidos como verdadeiros acerca da autêntica vida de Jesus, com base em registros históricos não convencionais e, portanto, "non gratos" pela corrente religiosa-cristã, vigente há dois milênios, acerca dos episódios envolvendo o cristianismo.
Li. Caiu-me o queixo em certas passagens. Vou analisando com calma. Coisas desconhecidas, mas absolutamente previsíveis, de dentro de uma linha de raciocínio sensata. Nem ao menos tão inéditas - já tinha ouvido uma coisa ou outra a respeito daquilo em outras fontes: dados esparsos que não me prenderam a atenção por mais de um dia, por parecerem, na época, especulação pura, e não algum tipo de verdade com base em registros factuais, como agora eram apresentados ao meu exame. Nada obstante a derrubada drástica, no conteúdo desta leitura, de vários ícones tidos como pétreos e sagrados a respeito da vida do Cristo, estranhamente, aquela nova versão em nada fez decrescer, a meu ver, a grandeza de Sua Missão e de Sua Mensagem para nós.
Agora, desde anteontem, repetem-se em meu íntimo, ainda mais incisivamente, estas mesmas conclusões, ao cair-me nas mãos o tão polemizado - e agora entendo plenamente o motivo - "Código Da Vinci", talvez o livro que mais me tenha subtraído o fôlego em todos estes anos. Porque não se trata, de modo algum, de obra ingênua. É uma parábola moderna, de uma inteligência suprema, clareza impressionante, e de uma magnitude devastadora. Tal como Jesus nos legou verdades grandiosas de dentro da simplicidade poética dos Seus ensinamentos, este "Código Da Vinci" nos surpreende com uma tempestade quase sufocante de informações seríssimas acerca de toda a verdade ocultada, por debaixo de dois milênios de obscurecimento intencional, sobre quem foi, de fato, Jesus Cristo, e no que consiste, verdadeiramente, o significado da Sua Presença entre nós.
Repito que não existem coincidências, e estes dois canais de informações inusitados que me chegaram após a mentalização realizada na minha privacidade dias antes, são provas contundentes da ação das leis da sincronicidade do universo agindo a nosso favor, para nos conduzirem àquelas coisas para as quais já nos achamos prontos - o Mestre que surge quando o discípulo o merece.
Sinto-me profundamente grata à Existência, ainda uma vez, por suas maravilhas; porque a vida se confirma como uma aventura digna de ser vivida, ainda e sempre, a partir disso.
Quase ao final da leitura do "Código..." - um livro que, a meu ver, não tem sua eclosão nos nossos dias de forma despropositada, nem aleatória - vejo confirmada, para meu reconforto, a convicção mencionada acima: a de que as realidades acerca de Jesus não perdem, em absoluto, a Sua Majestade amorosa, em função de podermos defrontá-lo, neste momento, como um Jesus mais humanizado, mais "em carne e osso" entre nós; mais presente como homem e como profeta, e menos como um fantástico e difícil de conceber "Filho Único de Deus". Porque foi Ele mesmo quem disse que veio para cumprir as leis divinas e não para revogá-las. Portanto, partindo dessa premissa, o que nos legou se reveste de uma aura ainda mais excelsa; porque fez-se homem entre nós, obediente às Leis naturais da Vida e, não esmorecendo na tarefa benfeitora de todas as gerações futuras, sofreu e padeceu, exemplificando soberanamente de dentro da elevadíssima estatura espiritual de que se fazia portador, raramente igualada na História de humanidade.
Essas revelações, não exatamente inéditas, conferiram-me uma sensação de dèja-vu em relação a um acontecimento da infância quase apagado das minhas lembranças: a impressão de faltar o chão sob os pés num certo dia em que minha mãe me contara que "Papai Noel não existia". A quebra do encanto lúdico, para a substituição inevitável conferida pela chegada da verdade: "É seu pai quem coloca os presentes!" Não me importei nem um pouco com os presentes, naquele instante; doía-me a súbita tomada de consciência de que era uma ilusão aquele ser que me visitava, conhecendo-me com todos os meus pequenos deslizes de criança, e me presenteando mesmo assim. A demonstração cálida do amor desprendido. Não havia como ponderar, de dentro da perspectiva infantil, que o meu pai me presenteava também movido pela mesma qualidade de amor e de desprendimento. Nada obstante, era a falta do fator mágico o que me machucava tanto - o fim da inocência, que tanto dilacera o ser humano durante o processo do seu amadurecimento, a partir das suas vivências.
A sensação agora é parecida: o Jesus do lindo conto de fadas acabou.
Meu coração sente e minha alma enxerga, afinal claramente, de dentro de uma conflagração exuberante de Luz, qual a visão correta, qual a versão real. E a despeito de como cada um possa reagir ao mesmo acontecimento, na hora aprazada, rendo louvores à Meiga Divindade representada por Jesus e pela "Deusa", tão condenavelmente menosprezada durante vinte séculos pelos interesses de poder!
Há uma Força superior a tudo; Ela traz à luz as Verdades grandiosas, na hora certa, e confere substância viva às minhas palavras, ao pronunciar, ainda uma vez: "Glória a Deus nas alturas, e paz na Terra aos homens de boa vontade".
A estes, tudo sempre haverá de ser revelado.
Com amor,
Lucilla e Caio F. Quinto
Texto revisado por [email protected] Cris
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |