Tarô e exercícios: um encontro que parecia impossível
Atualizado dia 9/1/2006 1:03:06 PM em Autoconhecimentopor Fernanda Petter
Em meu início de carreira eu prezava manter o treino o mais acadêmico possível, buscando adaptar as atividades oferecidas à meta desejada de determinado aluno. O principal foco era a fisiologia propriamente dita. Por exemplo, se objetivo era o emagrecimento, o treino era um, para ganhar massa muscular, outro.
O que comecei a perceber, era que, a maioria dos alunos, apesar de entusiasmados no início, iam perdendo a motivação e não cumpriam nem metade do que havia sido previamente preparado. As aulas acabavam sendo modificadas, o que era para ser uma corrida de 20 minutos virava uma caminhada leve e o que era para ser um treino forte de musculação virava uma aula de alongamento, pois o aluno não tinha energia para cumprir a programação.
Com a observação desses fatos, fui entendendo que cada ser humano deve antes de qualquer coisa, aprender a respeitar seu corpo na sua integridade. Nossa energia cotidiana, fica extremamente afetada com nossa falta de contato com nosso inconsciente e a vida estressante das grandes cidades. Para muitas pessoas fazer exercícios torna-se mais uma obrigação imposta, mais um compromisso em uma agenda lotada de afazeres. Mas, nosso sábio corpo, não responde quando o obrigamos a fazer coisas que ele não quer, ou melhor, não agüenta.
A função fisiológica do exercício é desafiá-lo a suportar cargas e estímulos para melhora do condicionamento físico, trazendo mais qualidade à vida cotidiana.
Mas, como desafiar um corpo que já está em seu limite? Que dorme mal, come mal e vive exposto a situações de profunda desconexão com a alma?
É uma imensa ilusão querer separar nosso corpo físico de nossos medos, complexos e crenças distorcidas que vem à tona nas situações de nosso dia a dia. Tentamos com muito esforço encaixar esse corpo nos padrões estéticos da moda e esquecemos de que ele é reflexo de um eu mais profundo, muitas vezes esquecido e abandonado. Essa cisão entre o corpo concreto e o energético não existe.
Para o profissional de educação física, quando ele próprio desconhece esses aspectos, ambos, professor e aluno saem perdendo. A frustração se torna o sentimento em evidência nas aulas. As tão desejadas mudanças no corpo do aluno não acontecem. O que muitas vezes é confundido com falta de força de vontade.
Sabemos que existem vários instrumentos para ajudar um profissional a identificar o momento pessoal de seu cliente, como radiestesia, runas etc.
Em minha experiência pessoal, tenho utilizado o tarô para o desenvolvimento do programa de atividades de meus alunos. O tarô como instrumento de autoconhecimento, ajuda a identificar que forças arquetípicas estão atuando naquela pessoa, por determinado período.
Normalmente, utilizo um ciclo de três semanas. Os resultados têm sido altamente positivos. As atividades são organizadas de forma que atendam essa demanda física e emocional. Por exemplo, se o arcano regente do período for “O CARRO” dou ênfase ao movimento e ao impulso, as aulas são mais dinâmicas.
Na “TEMPERANÇA”, as aulas são divididas com uma parte mais puxada e outra mais calma. Os alunos se sentem mais acolhidos, compreendidos e muitas vezes surpresos quando se dão conta da influência e dimensão de nosso mundo emocional sobre nosso corpo.
Já tive experiência de alunos que começaram a psicoterapia após o início de nossas aulas. Como professora, pensar que estou estimulando pessoas a praticar exercícios e autoconhecimento é gratificante e acredito que essa proposta deve ser considerada pelos profissionais da área.
Texto revisado por Cris
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