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TEMPO DE SEMEAR, TEMPO DE COLHER

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Autor Claudette Grazziotin

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 28/02/2009 13:42:10



Tempo de Semear, Tempo de Colher
Claudette Grazziotin

Viví muitos anos no interior.

Olhando para trás, digo, que foram anos gratificantes e férteis.
Pródigos em experiências enriquecedoras e fundamentais para o caminho escolhido depois e trilhado até aqui.

Hoje, nesse tempo outonal de sazão, temperado nas vivências alegres e tristes, prazerosas ou doloridas , desejadas ou não, sinto o quanto a natureza sábia que me cercava me ensinou , através das mais puras e imprescindíveis lições de vida; e, o muito que as pessoas simples com quem tive o privilégio de compartilhar momentos singelos, imprimiram na minha alma, de sabedoria e crença nas coisas que realmente tem valor, que são verdadeiras e fazem a diferença para a elevação de nosso espírito.

Aprendi com essa Mestra incomparável e com seus discípulos fiéis que semeavam a terra e cuidavam dos animais com fé e confiança incondicional, a me guiar pela naturalidade de estar sempre atenta aos movimentos e comportamentos, às pausas, aos hiatos, aos silêncios que permanente e invariavelmente se alternavam em tudo que me circundava.

Aprendi a perceber e reverenciar essas preciosidades raras na natureza ora exuberante, festiva, ora fragilizada e agreste, dura.

Aprendi a confiar no caminho do sol pelo céu, na alternância das estações, nos movimentos da lua e no caminho brilhante das estrelas.

Aprendi a sentir a beleza da vida, a me emocionar, na visão da singela beleza de uma flor do campo, numa árvore frondosa e rara ou num pequeno talo de capim.

Aprendi a me orientar pela canção das águas das fontes e riachos, no canto dos pássaros anunciadores de tempo bom ou tempestades e na direção dos ventos.

Aprendi a prestar atenção nos pedregulhos dos caminhos, a reconhecer, respeitar e me proteger das farpas e dos venenos das ervas daninhas, fugir das armadilhas dos animais peçonhentos e a aceitar com sabença as inevitáveis surpresas.

Aprendi a observar nas trilhas e rotas das formigas, dos pequenos insetos, das abelhas incansáveis, a ordem e organização que tornavam possível a convivência harmoniosa e produtiva de milhares de seres.

Um mundo fascinante e lindo, ali, aberto e disponível, doando-se totalmente para mim, desejando ardente que eu tivesse coração para senti-lo, olhos para percebê-lo e ouvidos para escutá-lo descortinando-o e mergulhando nele, plena e intensamente, para emergir transfigurada, inteira, transpirando vida.

Depois, que parti de lá, a cidade grande foi tentando matar essa pureza, essa integridade, essa visão intuitiva, tentando me fazer perder o faro, a atenção atilada, me distraindo com falsos brilhos, valores enganosos e dissimulados, torturando-me com ardis ignóbeis na ânsia de apagar em mim, a memória do meu cheiro de musgos, do meu gosto puro de terra, essa força que me sabe simplesmente aquela que é, como a mãe natureza.

Sempre que vacilei, que a neguei, que esqueci de sua presença em mim, de suas lições amorosamente doadas, sofri dissabores, padeci dores e enfrentei dificuldades de todo gênero e grau.
Mas, a mulher natural, a discípula da Grande Mestra dentro da minha alma, lutou bravamente e me deu resistência para me manter a tona, não me deixando soçobrar e vencer pelas armadilhas da selva de pedra.

E construí para Ela, aqui um refúgio, o lugar sagrado onde renasço todos os dias, onde bebo na fonte cristalina das verdades sagradas da simplicidade, sem lugar para falsidades, para ambições desenfreadas, para traições e apegos.
Um lugar onde a poesia verte límpida e clara, onde, num minuto viajo para lugares encantados no balanço da minha rede, nas asas do meu beija-flor. Onde abraço o amor que me chega, canto a canção dos pássaros que me visitam e onde vibro com o sol e converso com as estrelas noite a dentro, enquanto a lua passeia pelo meu pedaço de céu.
É nesse refúgio consagrado a Ela que meu coração aconchega e nutre meus filhos, meus amigos e aquele que tiver a sensibilidade de reconhecer esse pedaço do paraíso.

E, aqui, nesse recanto abençoado onde agora escrevo e onde posso ser simplesmente aquela que é, eu agradeço o presente de ter vivído onde vivi e conhecido as pessoas que conheci, indistintamente.

Graças a esse presente dos deuses, de ter nascido onde nasci, hoje, eu sei que habito um Templo Sagrado em todos os lugares por onde passo.





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