TERÁ A MENTE INTEGRAL UMA INTENÇÃO?
Autor Lucya Vervloet
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/9/2010 10:39:27 PM
Desde sempre escuto as seguintes expressões: De boa intenção o inferno está cheio/ Qual foi a intenção?/ Coloque a intenção e a energia fluirá até você/ Essa é a Intenção da Mente cósmica. Mas, quando andei lendo algo sobre o zen há uma década atrás, lembro-me bem de que eles afirmavam que tudo flui a contento, sem intenção, que a natureza cria por criar.
Iniciei a prática de alguns exercícios de Chi kung, elaborados pelo mestre tailandês Mantak Chia, há algum tempo e a intenção também deveria ser colocada. Hoje me pergunto, devo ou não tentar manipular as energias disponíveis? Será que minha mente egóica e limitada sabe bem o que está fazendo? Não estarei interferindo e ao invés de ajudar posso estar atrapalhando? Ou devo mesmo relaxar e deixar que a Inteligência da energia da Mente Divina se encarregue de tudo?
Lembro-me que durante as aulas sobre como funciona a troca energética entre o nosso corpo e a energia Chi de cura, que a tudo envolve no Universo, na busca pela desintoxicação e purificação dos sistemas, as posturas que funcionam melhor, a maneira de usar nosso equipamento respiratório para uma melhor oxigenação dos órgãos internos, como melhorar a vida sexual, sacralizá-la, entendendo o real poder desta energia se bem canalizada, os exercícios que ativam glândulas etc, a intenção estava presente. Sei que mal não faz, ao contrário, quando temos a devida disciplina na prática, podemos perceber o sensível aumento da vitalidade, bem estar e satisfação.
Estudando o buda-dharma, ou seja, procurando dar atenção redobrada ao momento presente, às experiências reais, observando as inclinações de minha mente, quando sinto raiva ou melancolia, o que tento afastar, o que tento atrair, quais os limites que defino para o mundo que crio, o quanto a mente pode ser obsessiva por significados, enfim, o quanto de confusão ainda estou gerando; a impressão que tenho é a de que um grande mosaico está sendo revelado aos poucos. E o que aparentava estar tão distante, se pudermos parar, perceberemos que a luz está aqui, bem perto, nunca esteve ausente, é só abrir os olhos e querer ver.
Como explica Steve Hagen, a diferença entre os budas, os despertos, e o resto de nós é que eles não mais vêem solidez nas formas do mundo, não vêem os eus. Vêem apenas o fluxo. Não mais se deixam confundir pelas aparências, sabem que tudo é ilusório. Pelo simples fato de que a aparente existência de algo depende de tudo o que ela não é, pela condição de ser composta por vários agregados. Da mesma forma que nós e como nos percebemos e rotulamos. Como podemos nos definir? Vejo que neste instante já não sou mais a mesma pessoa de tempos atrás. Por onde anda tal pessoa? Sei que por vezes até sinto saudades dela. Mas... Se foi, metamorfoseou-se, viveu várias experiências reais ou não, para chegar a ser o que aparenta houve a dependência de vários outros componentes, e transforma-se a todo momento... Portanto, eles conseguem ver assim que nessa dependência reside a mudança e o próprio movimento. Assim.
Ele coloca também que nosso problema crônico está com a intenção. Como ignoramos o Todo, somos iludidos pelas partes. Somos seduzidos pelos objetos da nossa consciência - dos nossos conceitos sobre o que pensamos ver -, mas que com a devida prática em observar nossas tendências mentais e emocionais, poderemos organizar nossa mente de maneira mais natural e de acordo com a Própria Mente, e enfatiza, com o Todo.
A conclusão que pude obter do que acabo de estudar, seria o fato óbvio de que não conhecemos todos os detalhes que envolvem um sistema, a vida, a natureza, e devido ao próprio limite de nossa percepção sobre os fenômenos naturais e aleatórios, não intencionais e portanto livres, criados pela Mente Cósmica, o que nos resta é confiar na perfeição e beleza destes. O que entendo por usar a intenção de nossa mente para a condução das energias curativas, o chi natural, (não acho que precise, mas...) através de nosso corpo, só nos traz positividade e dependendo de outros fatores, a longevidade. Fazer um trabalho para superarmos os limites do ego e os vários sofrimentos que geram, dando passagem à "Intenção" da energia divina que acreditamos ser harmonia e perfeição, precisamos aceitar que por ser uma Intenção "aleatória", nem sempre a compreenderemos. Deu um nó?
Relaxem, o controle está sempre com a Mente Integral sem intenção, mas nós já conhecemos a Realidade, se pararmos um pouco, está clara e simples. Talvez com um menor cultivo das sofisticações intelectuais e do rebuscar da linguagem para tentarmos aparentar erudição a gente chega lá. O que precisamos é realinhar nossa mente de forma mais natural, aceitando aquilo que é, sem julgamento de bom ou ruim, bonito ou feio, apenas deixando ir, simplesmente... Sem intenção.
namastê
Avaliação: 5 | Votos: 4
Astrologia (básico na Regulus/SP) e autodidata. Participei de workshops de Runas, Tarot místico/terapêutico com Veet Pramad. Estudei Numerologia e quirologia. Iniciei-me na energia Reiki. Estudei 12 meses do Curso de Psicanálise/ES. Com uma visão universalista da vida dediquei-me ao aprendizado de idiomas e culturas estrangeiras. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
