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Timidez é doença?

Atualizado dia 7/14/2007 5:09:14 PM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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O tímido é um indivíduo conhecido por apresentar dificuldades no relacionamento social. Conhecido também como retraído, acanhado ou introvertido, o sujeito tímido, teoricamente, leva mais tempo para conquistar amizades. E quando elas acontecem, costumam passar por rigorosa seleção de "candidatos".

Por ser o tímido uma pessoa seletiva, normalmente tem poucos amigos e também poucos casos de relacionamentos amorosos. Costuma ser introspectivo e circunspecto. Em alguns casos o retraimento está relacionado à sensação de sentir-se em público, o centro de atenções das pessoas que estão à sua volta, isto é, a sensação de estar sendo observado ou até analisado por elas.

No entanto, timidez é patologia passível de tratamento psicológico pelo simples fato da pessoa ser retraída socialmente?

Considerando a minha experiência de atendimento psicanalítico e psicoterápico, incluindo a investigação regressiva da vida atual e de vidas passadas, a síntese aponta para a divisão de duas categorias de tímidos: os tímidos equilibrados e os tímidos em desequilíbrio.

A primeira categoria corresponde àquela timidez em que de uma forma pelo menos razoável, os indivíduos interagem consigo mesmo e com as outras pessoas. Conseguem estudar, trabalhar, relacionar-se afetivamente, etc. E, principalmente, terem a lucidez de que apesar de serem indivíduos retraídos socialmente, conseguem reagir a essa condição ao planejarem objetivos e metas de crescimento pessoal e profissional para as suas vidas.

A segunda categoria corresponde àquele grupo que além da timidez propriamente dita, associam-se os sintomas de algumas consideradas psicopatologias (como a depressão de níveis 2 ou 3), necessitando acompanhamento psicoterápico e/ou químico, além das opções das terapias alternativas.

Renato, por exemplo, era um jovem estudante de jornalismo e profissional do rádio. Porém, era uma pessoa tímida. Chegou ao consultório com todas as queixas que reúne o quadro da timidez. Contudo, conseguia interagir consigo mesmo, e de forma razoável, também social e profissionalmente. Era lúcido e muito inteligente e tinha consciência das suas dificuldades de relacionamento. No entanto, não era uma pessoa com visíveis sinais de angústia por ser "portador" de tal estigma; pelo contrário, percebia, sem reunir características do perfil narcisista, que possuía um sentimento intelectual superior, mas que não gostaria de continuar com essa "sensação" para poder aproximar-se das pessoas com mais naturalidade.

Passadas algumas sessões em que foram feitas várias interpretações do material que fluiu de seu inconsciente em relação à sua solitária vida atual, Renato foi encaminhado para a experiência regressiva. Na revivência viu-se como um marinheiro em uma embarcação muito antiga. Percebeu que passava mais tempo navegando no mar do que vivendo em terra firme. Era uma vida de muita solidão, introspecção e contemplação da natureza, pois gostava de admirar o nascer e o pôr do sol no oceano, o que ainda costuma fazer nos dias atuais. Era, digamos, um marinheiro com alma de poeta.

Assim como extroversão não significa atestado de sanidade mental, timidez (ou introversão), ao considerarmos as duas categorias informadas, também não significa atestado de insanidade mental, pois tudo depende do nível de lucidez de cada pessoa e, principalmente, de como ela irá conviver ou administrar essa limitação na sua vida diária.

Possuir a percepção da experiência real de sofrimento, creio ser o motivo suficiente para que a pessoa tímida procure auxílio na psicoterapia. Caso contrário, se ela tiver a percepção de que a sua timidez não seja fator de bloqueio às suas metas de crescimento pessoal e profissional, a psicoterapia torna-se desnecessária porque, acima de tudo, timidez não significa atestado de incapacidade para a vida.

Na verdade, o que buscamos é o ponto de equilíbrio entre o sujeito extrovertido e o indivíduo introvertido. Nenhum deles, digamos, é modelo de comportamento por reunirem características de polos distintos. Para chegarmos a esta certeza, basta refletirmos a respeito de como seria a humanidade sem um desses polos...

Para finalizar, transcrevo a seguir, uma mensagem recebida de uma leitora, e que serve como exercício de reflexão a todos nós, pois vem a ser o testemunho de uma reação às adversidades com que a vida, às vezes, costuma surpreender-nos: "No ano passado descobri que sou bipolar. Hoje a minha vida mudou muito, mas muito mesmo! Comecei a dar valor para coisas que realmente são importantes e que me trarão satisfação pessoal e espiritual! São inúmeras as mudanças que tive que fazer, mas hoje percebo que tudo valeu a pena e que tudo o que eu passei (remédios, afastamento do trabalho, terapia, tratamento espiritual) me fizeram uma pessoa melhor e consciente. Com certeza os bipolares podem e devem se adaptar e ser felizes!"

Observação: o verdadeiro nome da pessoa foi preservado.

Psicanalista Clínico e Interdimensional
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Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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