TIRE SEU PROJETO DA GAVETA E COLOQUE-O EM PRÁTICA
Autor Maria Lúcia Pellizzaro Gregori
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 26/05/2016 17:34:49
Muitas vezes nós ficamos engastalhados com certo projeto que parece estar determinado a não sair do papel. E além dessa determinação, esse mesmo projeto parece estar comprometido com a “não finalização” que pode desqualificar seu conteúdo, fazendo com que seu próprio criador o condene à “gaveta das criações inacabadas”.
Isto não é tão raro assim. Eu tinha uma gaveta desse tipo. Olhava pra ela inúmeras vezes, percebia que seu espaço interno diminuía cada vez mais pois os conteúdos iam entrando, sufocando os já existentes e nada saía lá de dentro.
Mas chega um momento em que uma voz interior grita: “chega de autosabotagem, vamos lá, abra essa gaveta e reorganize tudo, leia, separe, sinta o projeto que está chamando você agora e priorize sua finalização”.
Esse projeto pode ser de qualquer dimensão. Todos têm valor mas tem pessoas que não conseguem saber o que desejam da vida doméstica, da vida profissional, nem sabem se querem uma vida profissional, desconhecem seus potenciais, suas virtudes, não procuram seu desenvolvimento espiritual, enfim, ficam engavetadas também na sua falta de percepção da própria vida.
Só que toda atitude precisa de energia para ser tomada. E onde está essa energia? Somos energia. Tudo é energia, mais sutil, menos sutil, mas é energia, então precisamos começar trabalhando a harmonização dessa realidade.
“Penso: logo, existo!” – René Descartes.
“Pensou... criou” – Física Quântica.
Vamos então, primeiro, verificar o que anda acontecendo no nosso pensamento. São tantos movimentos mentais embaralhados que se torna difícil selecionar uma ideia que seja valiosa o suficiente para suplantar outras tantas e ser trazida à luz.
Mas essa decisão deve ser tomada logo, senão um monte de coisas ficará fermentando no seu cérebro sem destino concreto. Alguns procedimentos muito simples podem ajustar nossa direção e nos ajudar a enxergar novos rumos, mais eficazes e mais vibrantes.
Fazer respirações corretas, pelo menos duas vezes por dia, é um primeiro passo para conseguir um clareamento mental. Uma respiração vitalizante pela manhã e outra tranqüilizante à noite pode ser o começo de uma grande mudança.
O yoga é nosso mestre incontestável com sua sabedoria milenar, onde podemos encontrar muitos ensinamentos em relação à respiração, através dos seus “pranayamas”, que são exercícios respiratórios imprescindíveis para uma boa saúde mental.
Livros e trabalhos disponibilizados na internet podem ajudar muito mas a melhor atitude é procurar uma escola de yoga e começar sua prática. Esse trabalho o levará à meditação que sabemos, precisa fazer parte do nosso cotidiano saudável e prazeroso.
O yoga muda nossa vida e muito.
O respirar nos foi dado como prêmio, ele acontece espontaneamente o tempo todo e podemos como gratidão melhorar a qualidade da nossa respiração e, assim, muitos outros prêmios nos serão dados através do nosso cuidar do ar que entra e do ar que sai de dentro de nós.
Também a forma como nos comunicamos é fundamental para criarmos novos contatos que podem abrir muitas oportunidades para os tais projetos engavetados. Aulas de canto nos ensinam a usar o diafragma conscientemente e a melhorar nossa entonação, nossa respiração, nossa emissão, além de mudar nossa consciência pois o canto faz isso. Os Siddha Yogues cantam mantras como trabalho espiritual e essa prática é transformadora em todos os sentidos.
Trabalhe sua expressão verbal, fale com poder, determinação e suavidade.
Se a mente é observada e trabalhada, se os pensamentos são bem elaborados no sentido de prosperidade não só para você mas para todas as pessoas, se a palavra é dita com sabedoria e cautela, os sentimentos que virão serão a própria expressão de toda essa energia fraterna que é também uma energia de amor. Toda energia de cura é uma energia de amor. Sabemos disso. Aprendemos isso.
O amor começa em nós, começa na coragem de nos amarmos em qualquer circunstância mas com o olhar sincero no valor das nossas ações mentais, verbais e práticas. Quem se ama, quem tem coragem de rever seus sentimentos, todos os dias, descobre que ser humilde é isso, é ser verdadeiro, encarar-se sem julgamentos mas com o desejo enorme de melhorar sempre. Seguindo esse roteiro você ganha muito na capacidade de manifestar o que você é, e não aquilo que os outros gostariam que você fosse.
Esse caminho autotransformador o levará ao prazer de viver, à capacidade de sentir todas as emoções sem se tornar escravo delas, pelo contrário, tornando-se um alvo para a alegria e para o impulso realizador de suas metas. Lidar bem com as emoções depende daquele começo lá atrás onde a respiração é mestre e nós somos os aprendizes beneficiados com sua sabedoria.
A necessidade de sobrevivência nos faz procurar um trabalho que nos proporcione conforto, onde possamos atuar com nossa qualificação, nossa disposição, nossa saúde, nosso prazer, nossa alegria, nosso empenho e nos gratifique á altura do nosso merecimento para ficarmos gratos e satisfeitos.
Finalmente podemos ir lá na tal gaveta de projetos abandonados e selecionar qual deles será reconsiderado e finalizado.
O tempo que vamos precisar para trilhar esse caminho é individual, mas se você entender que está vivo, que está respirando mesmo sem perceber, que a estrada está à sua frente, pode acreditar que já começou.
E nessa estrada a velocidade não conta, não adianta corrermos para o “nada”.
O passo a passo para uma meta é mais rápido do que a disparada sem propósito.
E paradoxalmente falando, por fim, mas por princípio, precisamos nos ligar à Fonte Criadora de todas as realidades pois é confiando que somos extensões dessa mesma Fonte que deu início a tudo que existe, que teremos a certeza de que isso tudo vale a pena.
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