TOLERÂNCIA
Autor Silvana Giudice
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/20/2009 2:18:08 PM
Outro dia, um amigo me perguntou, como eu escolhia os temas para escrever os meus artigos.
Às vezes o refrão de uma música me chama atenção, uma frase de um anúncio, ou até uma palavra que ouço de um desconhecido.
Na verdade, sou inspirada de diferentes formas e tudo, simplesmente acontece naturalmente. Entretanto, alguns temas latejam, na ânsia por compreensão mais apurada dos meus próprios questionamentos.
Esta semana, fiquei irritada com uma moradora, que mudou recentemente para o andar de cima do meu apartamento.
Seis horas da manhã, todos os dias pontualmente iniciam-se os barulhos de portas e janelas, que abrem- fecham- batem....gavetas, que abrem- fecham- emperram..... E entre, estridentes sons de chinelos no assoalho de madeira e patas de cachorro, sou acordada por esta irritante melodia sinfônica.
Um dia, tudo bem! Estão se acostumando....
Outro dia, já acordo contrariada, mas paciência...vamos ver o que acontece....
Mais um dia...chega! Explodi!
Meu Deus! Não quero ser taxada de vizinha chata, implicante, pavio curto, rabugenta, intolerante....
Intolerante? Mas, afinal o que é tolerância?
Lá fui eu, aproveitar o tempo, em que fui forçosamente acordada, para refletir e meditar sobre o tema.
Os limites das pessoas são diferentes. No trânsito, a intolerância já matou muita gente. Um desaforo, que não admitimos “levar pra casa”, pode nos levar direto para o cemitério.
Se nesta fração de segundos, a nossa intolerância recebesse a visita da prudência e do discernimento, com certeza, levaríamos este desaforo para casa e ainda com muita satisfação e gosto. Afinal, em um conflito, nunca podemos prever o desfecho final.
Quando nos irritamos com o procedimento de alguém, normalmente podemos acreditar que o outro agiu para nos afrontar.. Mas, sabemos que nem sempre é assim.
Será, que aqueles que julgamos como “folgados”, não podem ser na verdade “distraídos” ?
A própria face da Humanidade, registra e documenta inúmeros fatos de preconceito, de constrangimento, e de diferenças raciais e sociais em razão da intolerância.
Victor Hugo disse : A tolerância é a melhor das religiões”
O convívio social inteligente, nos convida e nos incita diariamente a aceitarmos o desagradável com uma dose de complacência e bom humor. Afinal, porque somos na maioria das vezes, complacentes conosco e muitas vezes implacáveis com os outros?
Porque levarmos tudo a ferro e fogo?
Porque não praticar a tolerância como uma religião, proposta neste pensamento do escritor Victor Hugo, em que podemos exercitar a nossa capacidade de interagir, de compreender, de aceitar as diferenças, de dialogar e acima de tudo de sermos humildes?
A vida é uma escola , e se integrarmos nossos conhecimentos, ora somos professores, e ora somos alunos.
Resolvi assim, conversar com a vizinha com firmeza e consciente dos meus direitos, mas de uma maneira humilde e amigável.
A vizinha é uma senhora idosa, e cheia de limitações, cuidada por ajudantes e enfermeiras, que estavam fazendo barulho, acredito, não intencionalmente, mas sim por pura distração e esquecimento que em um prédio devemos respeitar determinadas normas.
Assim, me propus a ser condescendente , mas uma vez que as ajudantes estavam agora conscientes do que ocorria, ficaram mais atentas e cuidadosas e os barulhos diminuiram consideravelmente.
Fiquei feliz e o meu sono ...agradecida!
“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos e por estranho que pareça, sou grata à todos eles” – Khalill Gibran.
Silvana Giudice é pedagoga e conselheira metafísica. Devido aos excelentes resultados, a Terapia de Imagens Visuais tornou-se seu principal instrumento de trabalho. Utiliza o Tarô Celta como aconselhamento, bem como a Numerologia. Desenvolve seu trabalho na Confraria dos Mestres.
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