TRANSTORNO DE PÂNICO



Autor João Carvalho Neto
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/12/2006 11:00:28 PM
Os problemas relativos à mente humana vêm sendo, ao longo dos tempos, diagnosticados cada vez com maior precisão e especificação. Nunca tivemos uma catalogação tão detalhada sobre eles como a atualmente apresentada pela Organização Mundial de Saúde. Claro que a mente humana é uma estrutura extremamente complexa, envolvendo uma sinergia de forças psíquicas que pode levar a muitos desequilíbrios funcionais quando adoece. Nem sempre é fácil estabelecer um diagnóstico preciso e, acredito eu, muito menos fácil é separar causas próprias para cada enfermidade, já que muitas delas aparecem em diversos quadros patológicos.
O Transtorno de Pânico, mais conhecido como Síndrome de Pânico, confunde-se, na sua sintomatologia, com outros transtornos fóbicos, como a agorafobia, a fobia social e outros transtornos fóbico-ansiosos, pelo fato de muitas vezes vir associado a eles. Não pretendemos, nestas linhas, estabelecer clareza nas diferenciações mas apenas relatar aspectos que possam facilitar um entendimento geral dos sintomas, causas e possibilidades terapêuticas envolvidas no processo.
Dessa forma, o Transtorno de Pânico pode ocorrer isoladamente ou como crise aguda decorrente de outros transtornos fóbico-ansiosos. Geralmente, envolve ataques de ansiedade grave imprevisíveis, palpitações, dores toráxicas, sensações de asfixia, tonturas, despersonalização e desrealização. Costuma vir acompanhado pelo medo de morrer, de perder o autocontrole ou de ficar louco.
Tais sintomas, pelo sofrimento que provocam e pelo medo de que se repitam sem controle, acabam por enfraquecer ainda mais a mente enferma, facilitando a sua permanência e dificultando os tratamentos possíveis. Por outro lado, pelos constrangimentos que impõem, também são dolorosos para os familiares e amigos da pessoa doente, levando tanto o indivíduo enfermo quanto sua família a isolamentos sociais.
O primeiro passo será sempre o de reconhecer-se doente, aceitando o fato para poder diminuir a ansiedade e buscar a ajuda e compreensão possíveis.
A medicina tradicional, na visão organicista e mecanicista que a caracteriza a partir do século XIX, entende haver desequilíbrios fisiológicos, ligados a uma ineficiência dos neurotransmissores, causadores dos sintomas ligados às crises de pânico. Apesar de reconhecer a veracidade dessa ocorrência, temos a certeza de que a ação desses mesmos neurotransmissores responde a comandos superiores na escala diretiva do funcionamento do corpo, através do controle da mente, sendo nela que se instalam os desequilíbrios etiológicos que se estendem nas demais subestruturas.
Ou seja, não é o corpo que adoece para produzir crises de pânico, é a mente enferma que gera sintomas paralelos de pânico e de desequilíbrios no sistema nervoso.
No entendimento dessa dinâmica, há que se diferenciar a mente, como estrutura psíquica transpessoal, do cérebro como órgão do sistema nervoso.
Em assim sendo, cabe-nos buscar o tratamento dos sintomas imediatos, através da prescrição médica de psicofármacos, amenizando as crises, mas atentar principalmente para as causas profundas ligadas aos transtornos afetivos contidos na mente, pela ação de uma psicoterapia adequada.
Com esta definição, nossas possibilidades de diagnóstico das causas profundas multiplicam-se ao infinito já que existe uma subjetividade própria a cada mente humana, estabelecida pela sua história pessoal desta e de vidas passadas, criando conflitos e reações específicos da individualidade. Muitos episódios fóbicos costumam estar associados a traumas de vidas passadas, como mortes em lugares fechados ou sob a ação de ameaças externas.
Entretanto, no que toca à generalidade dos Transtornos de Pânico, parece haver um traço de caráter patológico comum entre as pessoas que se deixam dominar pela doença, a que chamamos estado de onipotência. A individualidade que se torna onipotente tem uma enorme dificuldade em lidar com as variáveis da vida, esperando por um mundo em que todas as possibilidades estejam sob o seu controle. Como a realidade não corresponde a esta expectativa, e muito menos se sujeita à vontade onipotente, quando alguma variável mais intensa ou várias menos intensas mas repetitivas aparecem como episódios indesejáveis, geram reações de fuga da realidade ameaçadora.
No início, o objeto ameaçador pode ser único, contudo, pela inconsciência do processo, sujeito a princípios mentais de deslocamento e condensação, ele passa a ser percebido simbolicamente em outras formas do mundo exterior, espalhando o medo a outras situações da vida.
Diante da gravidade do Transtorno de Pânico, é imprescindível, como dissemos acima, uma imediata intervenção medicamentosa sob prescrição de Médico Psiquiatra, visando minorar a intensidade dos surtos. Mas, por esta mesma gravidade, sabemos que estarão sempre envolvidas outras estruturas energéticas do corpo humano, que necessitarão formas próprias de intervenção, como terapia com florais, transfusão de energias através de terapias complementares bem orientadas, ou especialidades médicas como a Homeopatia e a Acupuntura.
Quanto às causas básicas da enfermidade, relativas aos conflitos estabelecidos na mente, que, se não tratadas, retornarão através de recidivas, são a elas que deveremos dar especial atenção. Para isso, será indispensável uma intervenção psicoterápica apropriada, de médio a longo prazo, capaz de rever a construção da história pessoal afetiva desta e de vidas passadas daquela individualidade, buscando, na parceria de terapeuta e paciente, as transformações que precisam ser operadas para a elaboração dos conflitos e a restauração da plena saúde.
Apesar das dificuldades envolvidas para o alcance satisfatório do processo terapêutico, acreditamos que o homem foi criado para a felicidade e que não deve jamais abrir mão deste determinismo de sua evolução. Ser feliz é a meta e buscá-la é sempre o dever da mente sadia.
João Carvalho Neto
Psicanalista, autor do livro
“Psicanálise da alma”
www.joaocarvalho.com.br
Texto revisado por: Cris









Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal" E-mail: joaoneto@joaocarvalho.com.br | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |