UM DIA DE FOLGA
Atualizado dia 14/04/2006 18:50:21 em Autoconhecimentopor Deborah Valente B. Douglas
O ato de trabalhar tanto já vem desde as antigas civilizações com a escravidão. Os escravos ou servos nunca tiveram muitas horas de descanso.
Com a revolução industrial e a ambição em demasia pelo fator econômico, esse costume de horas contínuas de trabalho se expandiu em larga escala. Naquela época, os trabalhadores ficavam no serviço mais de 14 horas por dia e com um salário baixíssimo.
Os tempos mudaram, mas parece que a sociedade mudou muito pouco. Muitos ainda trabalham em regime de escravidão. Muitos ainda trabalham 14 horas por dia por um salário baixo. Muitos ainda se movimentam sem parar o dia todo.
Com a emancipação da mulher, a coisa piorou. A mulher ganha reconhecimento, mas junto com isso, mais trabalho e mais responsabilidade. Ela trabalha fora, cuida da casa, cuida dos filhos, faz supermercado, cuida do cachorro e ainda tem que cuidar de si mesma, pois a aparência é muito importante nos dias de hoje.
O que o mundo ganhou com toda essa movimentação? Ganhou dinheiro (para alguns), ganhou uma série de deveres e obrigações (para todos), ganhou reclamações (para muitos), ganhou insatisfações (para a maioria).
Aí eu me pergunto, ganhou qualidade de vida? Temos todos os aparelhos elétricos disponíveis. Isso é uma comodidade. Temos o computador. Que grande maravilha! Alguém já quis pagar uma conta no banco e te disseram que isso seria impossível pois estavam sem sistema? Temos luz elétrica. Isso é um achado! Alguém já ficou impossibilitado de trabalhar ou fazer qualquer outro dever por uma pane na geração da companhia elétrica?
Continuo me perguntando, quais as reais vantagens de tanto trabalho, de tanta modernidade, se quanto mais a gente precisa, seja de um aparelho elétrico ou seja do dinheiro por um trabalho exaustivo, nós não temos.
Toda a filosofia prega que devemos viver o tempo presente. Eu concordo com isto. Não sou saudosista não. Mas não daria para viver um tempo presente com mais qualidade? Por que a humanidade se complicou tanto?
O jeito é conseguir, além de dias de folga, horas de folga durante o dia. Conheço uma pessoa que prefere dormir menos, somente para relaxar na madrugada. Eu mesma estou me rebelando agora, pois tenho um monte de roupa para passar e me recusei em fazer o dever para fazer o que me dá prazer, que é escrever.
Não digo para abandonarem emprego ou faltarem, mas sim aproveitarem a hora do almoço, por exemplo, para não falar de trabalho e principalmente não pensar.
Temos que ter horas e dias de folga. O organismo e a mente precisam descansar.
Quero um dia de folga para ir à padaria a pé sem necessitar do carro. Quero um dia de folga para plantar uma rosa. Quero um dia de folga para falar para vocês que toda essa movimentação não tem razão de ser. Quero um dia de folga para poder sensibilizar e confortar corações tristes e solitários. Quero um dia de folga para sensibilizar políticos e empresários no sentido de amenizarem sua ganância. Quero um dia de folga para falar para vocês que tudo isso gera o aniquiliamento do próximo. Quero um dia de folga para perceber que a natureza se movimenta lentamente e que nós, pertencentes à ela, também temos um ritmo próprio.
Que seus dias de luta tenham um mínimo de qualidade de vida. E que, quando tenha um dia de folga, possa valorizar sua natureza, pensando e fazendo o que gosta.
Tenha um bom dia de folga!
Texto revisado porCris
Avaliação: 5 | Votos: 11
Comecei no Stum em 2001. Escrevia artigos como forma de desabafo, mas vi que a qualidade não estava boa. Estudei bastante e me aperfeçoei na poesia. Hoje tenho dois livros editados, O UM e ATOS REVERSOS, sob o pseudônimo de Alma Collins. Escrever é a sublimação do pensamento posto no papel. Espero que gostem E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |