UM MUNDO DE PRECONCEITOS
Atualizado dia 4/20/2006 11:15:25 PM em Autoconhecimentopor Maísa Intelisano
Preconceitos sempre existiram na base da sociedade, das culturas, dos relacionamentos. Quer gostemos deles ou não, quer os aceitemos ou não, sempre foram eles que orientaram grande parte das nossas escolhas, desde as mais remotas eras.
E se pararmos para pensar, a própria seleção natural é uma espécie de preconceito inconsciente da natureza, quando visto da nossa perspectiva: só os mais fortes, mais bonitos, mais férteis e mais hábeis sobrevivem; os outros perecem, sem cerimônia. E não me venham dizer que isso é coisa de animal irracional, porque a natureza também é sagrada e sábia, a seu modo, criação bela e perfeita de Deus.
É interessante pensar que só os animais racionais é que têm preconceitos... os outros, animais considerados irracionais, aqueles que não pensam e não têm sentimentos, só emoções e instintos, esses não têm preconceitos... Não parece um tanto estranho?
Preconceitos nada mais são que reflexos da ignorância humana. Sim, reflexo daquilo que o ser humano desconhece, pois tudo aquilo que desconhecemos nos assusta, nos incomoda, nos perturba e dá medo. Por isso rejeitamos. E isso acontece com qualquer um de nós, nas mais diferentes situações, nos mais diferentes graus e intensidades, consciente e inconscientemente.
Preconceitos são reflexo também do comodismo em que nos colocamos em relação ao novo e ao diferente. Dá sempre mais trabalho conhecer algo novo e diferente do que permanecer com o que já se conhece. Há um ditado popular que diz que "mais vale um demônio conhecido do que um anjo desconhecido". E assim, muita gente prefere continuar alimentando seus demônios conhecidos a arriscar-se numa aventura por um anjo desconhecido e diferente de tudo aquilo que já viu.
Preconceitos são ainda uma profunda e intensa necessidade de ser aceito. E o que os outros vão pensar, como os outros vão reagir se eu pensar diferentemente da maioria? Serei excluído e serei eu mesmo o alvo do preconceito...
Mas, como dizíamos, o mundo sempre foi assim, eivado de preconceitos. De raça, de religião, de idade, de estética, de condição social, de sexo, de profissão, de nacionalidade... E, ainda assim, quando eles nos tocam de perto, sentimo-nos profundamente agredidos, perturbados, atacados em nossa honra...
Mudam os tipos, mas não muda o mundo em que vivemos, eivado de preconceitos. Mudam as vítimas e os preconceituosos, mas não muda o mundo em que eles surgem, eivado de preconceitos. Mudam as regras e as convenções que se criam, mas não muda o mundo em que elas se estabelecem, eivado de preconceitos.
O que nos resta fazer, então? Reclamar sempre que notamos um preconceito? Espernear, gritar, esbravejar? Apontar, acusar, condenar?
Isso não basta... É preciso muito mais... Os preconceitos estão dentro de nós por isso nos incomodam tanto. São criações nossas, de uma forma ou de outra, quer queiramos ou não... E nós somos todos um pouco filhos deles, de uma forma ou de outra, quer gostemos ou não. Por isso não adianta esbravejar, espernear, apontar ou acusar... isso não resolve...
Para acabar com os preconceitos é preciso que nos vigiemos e destruamos os preconceitos que ainda vivem dentro de nós mesmos. É preciso que impeçamos que até o menor deles se expresse, ainda que inadvertidamente. É preciso que calemos até a mais inofensiva e ingênua frase de ironia divertida... É preciso que omitamos até a idéia mais boba, o comentário mais desprentensioso, o olhar mais perdido. Em tudo, é preciso que eliminemos o interesse próprio e coloquemos o alheio sempre em primeiro lugar...
Só assim estaremos, verdadeiramente, acabando com todos os preconceitos. Mas enquanto esse tempo não vem, é preciso que nos convençamos que, se quisermos vencer nesta vida, é necessário que abramos os olhos e aceitemos o fato de que este é o mundo em que vivemos, eivado de preconceitos, e é com eles que temos que lutar todos os dias para sobreviver e realizar todos os nossos sonhos, concretizar todos os nossos projetos, acreditando em nós mesmos, nas nossas capacidades.
Preconceitos não dão a mínima para gritaria e nós não devemos ter medo da cara feia deles. Vamos, então, encarar de frente os preconceitos que insistem em atravessar o nosso caminho e mostrar quem manda de verdade nessa história toda! Vamos mostrar aos preconceitos que eles nada podem contra quem assume as rédeas da própria vida e decide que é hora de vencer!!!!
Texto revisado por Cris
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Psicoterapeuta com formação em Abordagem Transpessoal, Constelações Familiares, Terapia Regressiva, Florais de Bach e Reiki II, é também tradutora e revisora; palestrante e instrutora em cursos sobre espiritualidade e mediunidade; e fundadora e presidente do Instituto ARCA de Mediunidade e Espiritualidade. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |