UM PASSADO QUE NÃO PASSA!
Atualizado dia 10/9/2007 5:57:57 PM em Autoconhecimentopor Paulo Valzacchi
A vida passa de uma maneira extremamente rápida e leva consigo nossos sonhos, nossas lembranças, nossas dores, mas deixa dentro de nós algo maior: saudades e um sentimento nostálgico.
Muitas pessoas chegam com suas dores em busca de um alívio, uma palavra amiga ou um entendimento. Seus sofrimentos estão baseados em sonhos que se foram, em conquistas que se interromperam e que literalmente as colocaram atadas a um passado distante e dolorido. Ofertar uma solução, um bálsamo é muito difícil, mas um ouvinte amigo pode ajudar e muito.
A maior parte das dores estão ligadas ao relacionamento que, nos dias de hoje, se desfazem deixando trilhas e marcas profundas. Em minhas terapias, sinto a presença de muitas expectativas que não se cumpriram, de muitos planos que não vieram a ocorrer, e dar um basta em tudo isso e começar uma vida nova, certamente, é o mais sábio a fazer, mas nem sempre é tão simples assim.
Junior, um de meus clientes, falou de sua dor depois de uma separação de dois anos de um relacionamento profundo. Contou suas histórias, sua paixão, seu afeto, seu amor e um final nada esperançoso. Passou cinco anos de sua vida pensando diariamente naquela pessoa e mais cinco anos tentando esquece-la. Foi uma jornada dificil.
Sentado em minha frente hoje, Junior não sofre o impacto das emoções, mas revela a doce lembrança e os sonhos que se perderam. Agora ele criou um novo espaço para novas conquistas e sempre me diz como é difícil esquecer.
Para muitos a solução é esquecer o que se passou, mas isso não é possível. Como a dança de duas almas em um ritmo de paixão e amor que marcam seus sentimentos, esquecer as coisas doces que se foram é uma tentativa sem qualquer realização. Nossa mente e nosso cérebro registram todos os momentos de impacto e, de vez em quando, conforme cada circunstância, ele se revela. No final, sabemos que não é possivel esquecer de algo, mas é possivel lembrar de uma maneira diferente.
Para Junior, sua salvação foi lembrar diferente, mas para Clarice isso não funcionou. Tornou-se uma pessoa amarga e rancorosa, fechou-se, calou-se e simplesmente morreu por dentro.
Essa dor pode ser dividida. Aliás precisa ser dividida, externada, senão o impacto dessas emoções se torna prejudicial.
Seja como for nosso destino, a melhor maneira de viver a vida é estar leve, re-inventando um presente, libertando-se do passado. Nem sempre uma chave funciona para todas as portas, mas sei que talvez esta seja a hora de tentar.
Sucesso em sua jornada.
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Texto revisado por Cris
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