UMBANDA, A RELIGIÃO NATURAL - 2
Autor Orlando josé ravaglio
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/24/2006 11:33:32 PM
DA CRIAÇÃO
Desde tempos remotos da criação do universo que a sabedoria, a inteligência e o poder confundem-se num único reflexo formando, todas as variações da existência humana, uma imagem refletida, mas absolutamente mutável e de diferentes caracteres; o ser humano nasceu na natureza, nela vive e dela faz parte. E só por seu intermédio ele pode novamente voltar à sua origem, sendo necessário voltar no tempo, através da RELIGIÃO NATURAL, para chegar ao instante da criação.
As religiões que surgiram nas várias épocas de existência humana possuem uma única base que as une, independentemente da época ou região em que tenham surgido: um conhecimento sagrado sobre o qual se apóiam os fundamentos de todas estas religiões e esta base é a CRIAÇÃO DO UNIVERSO.
Como podemos observar e sentir, em tudo existe uma harmonia e esta harmonia faz com que exista, na humanidade, a RELIGÃO NATURAL, assim como o AMOR pois ela é única como este. E o ser humano que vive a RELIGIÃO NATURAL é o reflexo da imagem de DEUS, ele foi criado à Sua imagem e Semelhança, sendo portanto o herdeiro da sabedoria, da inteligência e do poder que emanam de DEUS. Mas a humanidade foi, é e sempre será apenas o REFLEXO da imagem de DEUS e nada mais.
A RELIGÃO NATURAL é um assunto que nos leva ao conhecimento de todas as coisas e suas origens e, por ter sua complexidade, devemos trata-la com cuidado, apresentando sempre a sua forma mais pura. Por isso transcreveremos exatamente como no original transmitido pelas entidades espirituais, o texto do Centro de Pesquisas do Templo Guaracy.
A eternidade dormia o seu sono latente repousando sobre o NADA, que era o TUDO, porque TUDO e NADA coexistiam na ETERNIDADE, sem distinção, e formando uma única, eterna e incriada Potência. A força não atuava, o Movimento estava parado e o Tempo não era, mas a Potência existia e o equilíbrio era perfeito. E enquanto assim em latência a Eternidade dormia, eis que a razão desperta o Tempo, o Movimento sai da inércia e a Força se manifesta. A Eternidade assume o tempo e a Potência manifesta a luz. O ser absoluto acabava de abrir os olhos e sua luz penetrou o NADA comparando-o com o TUDO. Separados pela luz de um lado ficou o NADA e do outro ficou o TUDO. A Potência manifestada pela vontade de sua própria Força abre os olhos da Eternidade e o Absoluto se manifesta. Ele era o único e Perfeito, Um só corpo, um só espírito. Quis Ele, e por sua única vontade, que em si separassem águas de águas; as de cima das de baixo; o espírito da matéria; o positivo do negativo. O espírito era perfeito e a matéria o caos.
E assim se formou o equilíbrio entre as forças positivas e negativas e nascia a Potência criadora. Do duplo gerante (águas e águas ) nasceu o terceiro elemento: a Essência Anímica. E então, existiram os espíritos; e então, existiu a matéria. Espírito e Matéria co-eternos com o absoluto existiram porque Ele assim o quis; e nada os destruirá porque eles pertencem à Potência e a potência é indestrutível; e assim nasceu o Princípio e Causa de todas as coisas, originárias da potência, porque antes Dela só existia Ela, e ficaram assim formados: espírito e matéria formam a Potência Criadora, mas somente os três juntos formam o Absoluto Eterno. O Espírito-positivo e a Matéria-negativo formaram a Essência Anímica que é neutra; da neutralidade nasce a justiça e na balança da justiça os pesos são iguais: e assim foram criadas as leis que regulam os espíritos e as que regulam a matéria, estas leis são contrárias para que haja o equilíbrio perfeito.
A FORMAÇÃO DO ELEMENTO ADÂMICO
Então, se os espíritos eram puros, a matéria era impura; se na lei dos espíritos existiam as virtudes, na lei da matéria existiam os vícios; se na lei dos espíritos existia o amor, na lei da matéria existia o ódio; se na lei dos espíritos existia o livre-arbítrio, na lei da matéria existia a opressão; se o espírito era invisível, a matéria era visível. E assim foi, assim é e assim sempre será. A causa se manifesta no efeito e o efeito se transforma em ato. Isto é o universo.
A Essência Anímica é formada pelas propriedades da matéria e do espírito que, por sua vez, são separados entre si formando dois pólos opostos de energia. Havia tempo que o Universo Primordial tinha sido criado, que a Potência Divina de si mesma havia separado a alma da forma e que a força chamada espírito era perfeita mas não era absoluta, assim como a força chamada matéria era imperfeita, porém não absoluta; já que assim o foram e um dia de novo serão, quando a Potência Absoluta novamente voltar ao estado primitivo. As duas forças foram então chamadas de Paraíso para a força Espiritual e Caos para a força material, e eram antagônicas. Existia na fronteira entre as duas forças uma terceira força mesclada igualmente de força positiva e negativa formando um metabolismo químico chamado EDEM.
Parte da força positiva, usando sua propriedade de livre-arbítrio, manifestou sua vontade de dar forma ao seu estado energético, ao atravessarem os limites do EDEM. O contato direto entre sua energia positiva e a energia negativa do caos provocou uma explosão de intensidade tão grande que fracionou parte do caos e formou um elemento ao mesmo tempo positivo e negativo denominado Elemento Adâmico. Este foi o instante ZERO da formação do universo cósmico que conhecemos. No princípio, criou DEUS a essência da estabilidade da matéria prima (céu, espaço ou ar) e o eterno movimento (terra). Mas a terra não existia ainda senão em contingência e potência; a escuridão encobria a face do infinito e o ESPÍRITO DE DEUS vibrava sobre a matéria-prima homogênea, ainda não diferenciada (águas).
E disse DEUS: Haverá luz (espiritual; fogo etéreo) e houve luz (o reino espiritual) e considerando DEUS esta essência luminosa (inteligente) como boa, determinou um meio de separação entre a luz e as trevas (vida latente) e chamou a luz de dia (manifestação fenomenica positiva) e as trevas chamou de noite (manifestação fenomenica negativa). Sobreveio a tarde e depois a manhã (fronteira entre as duas forças); foi o primeiro instante cósmico.
E disse DEUS: Haverá uma esfera de rarefação no centro da matéria-prima (águas ou hidrogênio) e haverá uma força operando separação entre águas e águas; e fez DEUS a essência dessa esfera de rarefação (firmamento) e produziu uma separação entre as águas que estavam abaixo (etéreas) e as que estavam acima da esfera de rarefação; e chamou DEUS a esfera de rarefação de CËU (a estabilidade); sobreveio a tarde e depois a manhã; foi o segundo instante cósmico.
E disse DEUS: As águas (etéreas) que estão abaixo do céu se juntarão num mesmo lugar e aparecerá a aridez; e assim foi. E chamou DEUS a aridez de Terra (movimento) e a confluência das águas chamou Mares (manifestação do elemento plásmico formador) e DEUS viu que isto era bom (o reino mineral).
E disse DEUS: A terra fará vegetar ervas vegetantes e germinante de um germe inato e uma substância frutífera que dê frutos segundo a sua espécie, cuja semente estará nela, sobre a terra. E assim foi. A terra produziu plantas, ervas que contêm sementes segundo a sua espécie, contendo fruto e a semente. E DEUS viu que isto era bom. E assim foi o terceiro instante cósmico.
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