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Upanishade Chandogya

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Autor Marcos Spagnuolo Souza

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 1/31/2008 11:51:23 AM


ALMA

No centro do nosso coração material, há um pequeno escrínio em forma de flor de loto, e ai dentro encontra-se a alma. O pequeno espaço onde habita a alma é tão grande como este vasto universo. Lá dentro os céus, e a Terra, e o Sol, e a Lua, e as estrelas; o fogo, e o relâmpago, e os ventos estão lá, e mais tudo o que agora é e tudo o que não é: pois o universo inteiro está na alma, e a alma habita dentro do nosso coração. A alma que está no corpo não envelhece nem morre e ninguém pode matar a alma, que é eterna. Dentro da alma habita todo o amor do universo sendo ela em si superior à tristeza, velhice e morte; superior ao mal, e a fome, e à sede.

Tudo aqui na Terra, toda obra feita no tempo, acaba, assim também nos mundos que hão de vir acabarão. E por isso, todo aquele que deixa este mundo sem que a alma corporificada tenha consciência de si mesma não encontra a liberdade nos outros mundos. Mas toda alma corporificada que deixa este mundo tendo consciência de si mesma encontra a libertação neste mundo e nos mundos que hão de vir.

Há uma ponte entre o tempo e a Eternidade; e essa ponte é a alma. Nada pode atravessar o abismo entre o tempo e a eternidade, nem o dia nem a noite, nem a velhice ou a morte ou o pesar, somente a alma que possui consciência de si mesma pode atravessar o referido abismo. O mal ou o pecado, a mente ou o corpo não podem atravessar essa ponte, porque o mundo da eternidade que é o mundo do Espírito é puro. É por isso que, depois de atravessar a ponte, os olhos do cego vêem, as feridas dos feridos saram e a alma corporificada recupera de toda a sua doença. Para aquele que atravessa a ponte, a noite transforma-se em dia; porque nos mundos do Espírito há uma luz que eterna, a luz de Deus.

A alma é pura e está para além da velhice e da morte, e para além da fome, e sede, e pesares. Todos os desejos da alma em si são verdadeiros. O caminho da alma é tomar consciência de si mesma. A alma corporificada deve procurar a sua própria alma.


A SEMENTE: SVETAKETU E SEU PAI

O pai de Svetaketu disse: Traz-me um fruto dessa árvore.
- Aqui está, pai.
- Parte-o.
- Está partido, pai.
- Que vês lá dentro?
- Sementes muito pequenas, pai.
- Abre uma delas, meu filho.
- Está aberta, pai.
- Que vês lá dentro?
- Absolutamente nada, pai.
Então lhe disse o pai: meu filho, dessa mesma essência da semente que consegues ver é que vem, na realidade, esta frondosa árvore. Crê meu filho, que uma essência invisível e sutil é a alma. Isso é a realidade. Isso é a alma. Tu és isso.


A ÀGUA E O SAL: SVETAKETU E SEU PAI

- Põe este sal na água, meu filho, e vem amanhã ter comigo.
Svetaketu fez como lhe fora ordenado, e de manhã disse-lhe o pai: traz-me o sal que ontem à noite puseste na água.
Svetaketu olhou para dentro da água, mas não o pôde encontrar, pois o sal tinha dissolvido.
Então lhe disse o pai: prova a água deste lado. Como está.
- Está salgada.
- Prova a água do centro. Como está?
- Está salgada.
- Torna a procurar o sal e vem de novo falar comigo.
O filho assim fez, dizendo: não consigo ver o sal. Só vejo água.
Então lhe disse o pai: do mesmo modo, ó filho meu, não podes ver Deus. Mas Ele está realmente aqui. Uma essência sutil invisível é Deus. Isso é a realidade.

MEDITAÇÃO

A meditação é mais elevada que o pensamento. A terra parece repousar em meditação silenciosa; e as águas, e as montanhas, e o firmamento, e os céus, todos parecem estar em meditação. Sempre que um homem alcança a grandeza nesta terra, ele tem a recompensa correspondente à sua meditação.

GRANDEZA

Neste mundo, chamam grandeza à posse de gado e cavalos, elefantes e ouro, servos e esposas, terras e casas. Mas eu não chamo grandeza a isso. Grandeza é encontrar na sua própria alma e em Deus o prazer e júbilo, esse se torna mestre de si próprio, então a sua liberdade é infinita. Todo aquele que não reconhece entre grandeza material e grandeza do conhecimento sobre a alma torna-se o servo de outros mestres e, nos mundos não mais alcança a libertação.

PRAJAPATI

Prajapati, o Mestre, disse para a alma corporificada de Virochana olhar numa taça de água e perguntou o que viu. Virochana disse que o estava vendo claramente, desde o cabelo ás unhas dos pés. Prajapati mandou que vestisse com belas roupas e mirasse novamente na taça de água e depois perguntou a Virochana o que tinha visto. Virochana disse que tinha visto ele próprio vestido e enfeitado com belas roupas. Prajapati olhou para Virochana e salientou: “viu, mas não compreendeu. Não encontrou a alma, a sua alma. Qualquer que nele crer, seja ele bom ou mau, esse perecerá”.

Então Virochana, cheio de alta satisfação, foi ter com outras almas corporificadas e deu-lhes o seguinte conhecimento: “nós somos os nossos próprios corpos, e esses devem ser tornados felizes na Terra. São os nossos corpos que devem ser glorificados, e para eles deveríamos ter servos. Todo aquele que tornou o seu corpo feliz, todo aquele que para o corpo tiver servos, esse estará bem neste mundo e também no mundo que há de vir”.

É por isso que, quando aqui na Terra uma alma corporificada não tem qualquer fé e não pratica o desapego dos seus desejos materiais, então dizem dele: “Esta alma corporificada é um demônio”; pois esta é, na verdade, a sua demoníaca doutrina. Vestem os seus corpos mortos com belas roupagens e os glorificam com perfumes e enfeites, pensando que assim conquistarão o outro mundo.

Indra viu o perigo destes ensinamentos e pensou: “Se a nossa alma se confunde com o corpo, então se o corpo é cego à alma também é cega; quando o corpo é aleijado a alma também é aleijada e quando o corpo morre a alma também morre. Não posso encontrar gosto em tal doutrina”.

Indra procurou Prajapati novamente e o Mestre ensinou uma doutrina superior, a mais elevada que se pode ensinar. Então Prajapati disse: “É verdade que o corpo é mortal, que está sujeito ao poder da morte; mas ele é também a morada da Alma e de Deus, o Espírito da vida imortal. O corpo, a casa do Espírito, está sob o domínio do prazer e da dor; e se uma alma corporificada for dominada pelo seu corpo, então essa alma corporificada nunca poderá se libertar-se. Mas quando uma alma corporificada está em júbilo em Deus, no Espírito que é sempre livre, então essa alma corporificada é libertada de toda escravidão, a escravidão do prazer e da dor. A alma quando se confunde com a forma passa a ter um corpo material, mas quando a alma se eleva às esferas superiores, aí encontra o seu corpo de luz. Quando a alma está em calma silenciosa, ergue-se e deixa o corpo e, alcançando o Espírito Supremo, aí encontra o seu corpo de luz. É a terra da liberdade infinita onde, ultrapassando o seu corpo mortal, a alma está livre. Aí ela pode rir e cantar a sua glória gozando de etéreos corpos de luz e esquece a carroça do seu corpo na Terra. Porque, tal como uma besta está atrelada a uma carroça, assim também, na Terra, a alma está atrelada a um corpo. Toda alma corporificada que, na Terra, passa a ter consciência de sua própria alma e de Deus no seu interior goza todos os mundos e todo o júbilo”.








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