Viajantes.



Autor Ceissamorim - Buddhayan
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/27/2005 8:25:11 AM
Há 40 anos atrás, abandonei tudo o que tinha e parti para uma viagem. Os riscos eram muitos. Tive que trabalhar o desapego, pois era necessário abandonar bens do coração (amigos e família). No entanto, de certa forma, eles viriam comigo no coração e na vaga lembrança. Bens materiais? Nem pensar. Era parte do processo, semelhante à Morte do Xamã.
Desde que parti, tenho caminhado bastante, nesses 40 anos, quase que incessantemente. Imagino que devo ter descumprido alguma cláusula contratual, porém, nesse caso, o Código de Defesa do Consumidor é bem mais rigoroso pois, passe o tempo que passar, o dano causado a alguém deverá ser reparado. Não exatamente por temor ao Karma, ao Inferno, a um Deus punidor, não! É melhor que seja por pura consciência de que o bem deve ser praticado por livre e espontânea vontade do que por algum tipo de pressão. Tudo para nos aperfeiçoar.
Tenho viajado bastante. Com certeza essa não é minha primeira viagem. O que me faz recordar a música: "E assim chegar e partir...".
São muitos os conhecidos encontrados. No início foi difícil minha adaptação. Eu amava as estrelas. Tinha convicção que vinha de lá. Que era especial, que não era humana. Até o dia em que cortei meu dedo e percebi que dessa vez eu era humana, e o pior, não era especial, não era diferente, nem super, nem poderosa.
Numa determinada ocasião tive uma oportunidade única: trazer de lá (das estrelas, do céu, do colo do Criador) três amigos mais amados ou atingir o ápice da vida material ganhando muito dinheiro, sem jamais precisar de nada. Alcançaria tudo mas não teria com quem compartilhar minhas alegrias; deveria optar: ou os bens materiais ou os bens do coração. Escolhi os bens do coração, os amigos mais amados. A partir daí, haveria um ganho material inferior mas, poderia ter os amigos mais queridos ao meu redor até o dia em que o Criador os pedisse de volta para Seu colo.
Nem sempre foi fácil a caminhada. Reencontrei amores, experimentei dissabores ... É assim, quando passamos a ser humanos. Lembram-se de quando Deus se fez humano? Foi difícil para Ele também, apesar de estar sempre consciente. Quanto mais para nós, que nos conscientizamos após ingressarmos no outono.
Alguns conhecidos partiram para outras viagens. O processo é sempre o mesmo, todos nós já sabemos disso, ninguém é marinheiro de primeira viagem.
Devemos nos desapegar, não levaremos nada. Podem permitir apenas que levemos nossas vagas lembranças dos bens do coração. Bens materiais? Nem pensar. E aí recomeça a viagem que durará o tempo necessário para que o Criador arrume nosso cômodo de hóspedes.
Sempre estamos viajando, indo para algum lugar. Sempre estamos mantendo o Criador atualizado dos dissabores de ser humano. Assim fez Jesus, que traduziu a Deus todo o sofrimento do ser humano e o que é mais lindo: Ele chorou quando seu amigo Lázaro morreu mesmo sabendo que iria ressuscitá-lo.
Desde que desembarquei aqui, nenhum parente meu quis ir para outro lugar. Estou há 40 anos sem ver ninguém partir. Tivemos que colocar nossos assuntos em dia. Quanto temos aprendido! Minha avó está prestes a completar 95 anos de viagem. Atualmente, recorda-se de outras paragens.
O certo é que trago junto a mim os três companheiros que me são disciplinadores, inquisitores e que, amavelmente, testam minha paciência, persistência e, nessa viagem, me chamam de mãe. Sinto que fiz as escolhas certas para a minha vida. Trouxe à existência os bens do coração, bens que me perpetuarão, bens que sempre levarei comigo, em minha vaga lembrança.
Sabe, alguns não trouxeram seus bens do coração, por que eles já se encontravam aqui, mas, cuidaram deles, com todo o amor incondicional e eram milhares. Não caberiam em uma casa comum e também não teriam como gerar a todos, tão diferentes. Reconhecem aqui a Madre Teresa de Calcutá, a Irmã Dulce, Mãe Menininha e tantos ventres universais?
E recomeça a música: "tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar e assim chegar e partir..."
Boa Páscoa a todos viajantes.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 14




Facilitadora: Certificada de Access; de Processos de Corpo & de Rejuvenescimento Energético Facelift de Access Consciousness TM. Palestras, Workshops, Cursos e Sessões Presenciais de Barras, Facelift, Processos de Corpo Sessões à distância: SOP e Entidades (à distância). Consteladora Sistêmica Atendimentos em todo o Brasil 55 61 99963-9765 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |