VIDA SEM REDE

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Autor Maria Luiza Silveira Teles

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 10/2/2011 9:55:37 PM


VIDA SEM REDE


Na calada da noite, os sons do tic-tac do relógio, do motor da geladeira, do apito longínquo do trem, do canto do galo na madrugada, tudo isso sempre me deu uma enorme sensação de segurança, pois me remetia à infância e à adolescência, ao meu quarto de solteira e ao aconchego do lar paterno.
Mas, a vida seguiu adiante e, hoje, já não há o som da geladeira, apitos de trem, tic-tac de relógios, nem a casa de meus pais. Somente o galo insiste em cantar de madrugada, lembrando-me que o curso da Natureza segue inexorável.
Meu pai já não está mais aqui. Seus braços fortes e ternos já não podem me abraçar e me confortar nos momentos de dor.
Minha mãe, coluna-mestra de nosso lar, vai se despedindo aos poucos dessa dimensão, imersa num universo inteiramente particular, que só Deus conhece. Eu não a alcanço mais...
Aqueles que foram meus companheiros também atravessaram, antes de mim, o portal da eternidade.
E, agora, madura e conhecedora da vida, diante da grandeza do Universo,
do poderio dos fenômenos da Natureza, percebo que não somos senão “formigas” ou grãos de areia, soltos no Cosmos, sem nenhuma segurança.
Estamos bem agora e, de súbito, um mal-estar nos tira a vida; saímos de casa e, ao atravessar a rua, um motorista descuidado, bêbado ou drogado, nos apressa a morte ou nos coloca numa cadeira de rodas...
Qualquer fenômeno furioso da mãe-natureza nos tira o chão, nos leva a casa...
Dinheiro, poder, saúde, nada garante a vida, a segurança, a estabilidade. Tudo é ilusão... Vanitas vanitatis... A verdade brutal é que nada nos oferece garantia de qualquer coisa.
Ou acreditamos em Deus que, por mais que pensemos, estudemos e filosofemos, jamais chegaremos a compreender, ou não acreditamos em nada e a vida é coisa besta, sem sentido algum.
Embora o limitado não possa abarcar o ilimitado, eu ainda prefiro a primeira opção.
Quando nasci, mergulhei na vida, em choro louco, sem nenhuma compreensão de nada. E, ao morrer, com alguma sabedoria, haverei, tranqüila e sorridente, de jogar-me nos braços de um Deus, que é para mim o Absoluto, a infinitude, a eternidade, a Energia Amorosa que a tudo cria e move, e que me absorverá e abraçará.
Nascer, viver e morrer é saltar sem rede de segurança. Mas, vale a pena! E que dói, dói!...

Maria Luiza


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Maria Luiza Silveira Teles   
Fui professora de Inglês e, depois, professora universitária de Psicologia e Sociologia. Tenho 29 obras publicadas pelas editoras Vozes, Brasiliense e Parêntese. Hoje, trabalho como professora-visitante por todo o Brasil, sou consultora pedagógica e editorial e faça Reiki nas pessoas necessitadas que me chamam.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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