Viva e deixe o outro viver
Atualizado dia 8/30/2007 5:05:50 PM em Autoconhecimentopor Nelson Sganzerla
Está certo, não vivemos sozinhos! Fazemos parte de uma sociedade e, portanto, é mais do que normal essa troca, essa relação, essa convivência em nosso dia-a-dia, mas ocorre que a nossa palavra é sempre a correta; a nossa piada é sempre a mais engraçada; o nosso mau humor pela manhã é sempre o melhor de todos.
Mas você já percebeu que às vezes é demais a maneira como as pessoas agem em relação a você? Da maneira como se veste, atitudes e posturas que são suas e de mais ninguém, afinal, somos indivíduos. Percebeu como incomoda o fato de sempre exigirem, meio que nas entrelinhas, uma satisfação sua, do tipo:
"Por que você não foi à tal reunião social? Estava todo mundo lá...
- Ora, não fui porque não quis!
Por que não gosta de determinado alimento? Todo mundo adora.
- Não gosto porque minha mãe me obrigava a comer isso todo dia!
Por que você chegou tarde ao trabalho? Acorde mais cedo...
- Cheguei tarde porque dormi demais, ora!
Por que você não bebe nada alcoólico? Todo mundo está bebendo.
- Não bebo porque meu pai era um alcoólatra!"
Já pensou ter sempre que explicar suas atitudes? Explicamos para quem achamos que mereça uma explicação e ponto. As pessoas querem que você viva da maneira que elas vivem, ou seja, querem que você seja o espelho delas, não suportam as diferenças.
Discordar... Jamais faça isso! Você é um revoltado, nada de agir da maneira diferente de como agem; nada de sorrir, pois quem sorri demais não passa credibilidade. Nada de brincadeira no trabalho, pois quem brinca demais não é um exemplo de responsabilidade.
Ser educado, dar um Bom Dia! Pedir desculpas, reconhecer um erro é sinônimo de fraqueza (acreditem, existem pessoas que pensam assim!) e querem que sejamos assim, sérios, compenetrados e infelizes, pois não suportam a felicidade.
Esse é o mundo dos business.
Quantas vezes você não se pegou no mesmo dilema de estar em um grupo de colegas de trabalho, com todos conjugando a primeira pessoa do singular? Eu faço, Eu disse, Eu detesto, Eu, Eu, Eu... Fulano é isso, fulano é aquilo...
Óbvio, vivemos com pessoas com as quais temos maior afinidade nos valores sociais, morais; afinidades, se não iguais, pelo menos chegando perto disso, pois igual é meramente impossível, o que é extremamente salutar. Mas, se por qualquer motivo essas tribos se juntam em um evento de trabalho, em uma viagem onde temos que conviver por horas lado a lado em um assento, seja no ônibus ou avião ou até no carro, lá estamos nós encrencados com o ego de cada um.
Ego... Como nos atrapalha o fato de sermos egocêntricos! Quantos amores terminaram pelo fato de não deixarmos o outro viver do jeito dele! Quantas oportunidades perdemos em nosso trabalho por não tolerarmos nosso chefe! Pelo nosso maldito ego, por não conseguirmos conviver com quem nos supera como pessoa, que tenha uma personalidade que nos atropela e não conseguirmos lidar com isso. Quantas vezes deixamos de perdoar o outro por sentir o nosso ego ferido? Quantas vezes, até inconscientemente, não aceitamos a maneira do outro viver?
Somos sempre os donos da verdade. Nunca admitimos em hipótese alguma que o outro seja melhor; se somos fortes o outro tem que ser fraco, se somos valentes o outro tem que ser covarde.
Besteira... quanto mais desprezamos o outro por não gostarmos de suas atitudes, mais atraímos pessoas que irão nos tirar do sério e nos incomodar. É como a velha frase “quanto mais eu rezo mais assombração aparece...” (você já disse isso que eu sei!).
Não devemos nunca pensar no que não queremos para nós; toda vez que pensamos no que detestamos e não queremos, nossa mente não entende assim e materializa exatamente o que não queremos. Devemos pensar naquilo que queremos; é diferente, percebem isso?
Machões de plantão, me digam: Nunca ficaram possessos com o decote de sua mulher ou namorada? No exato momento de irem para uma festa? Mas quantas vezes adoraram o decote da mulher ou namorada do outro? No exato momento em que chegaram à mesma festa?
Meus amigos, não adianta! Quanto mais fugirmos de uma situação dessas, mais essa situação irá nos perseguir pela vida. É quando falamos: - Isso sempre acontece comigo! Óbvio, vivemos atraindo-as.
Nosso ego nos escraviza, não nos deixa viver plenamente, nosso ego não entende o outro; ele é radical, fascista, preconceituoso, chauvinista, rancoroso, é um mestre das trevas, é tudo o que não deveríamos ser.
Procure sempre se preocupar com a sua vida (óbvio que não estou falando aqui de egoísmo), mas é a sua vida que lhe interessa, não é a vida do outro. Se fosse assim, deveríamos ser o outro e, graças a Deus, somos indivíduos com diferentes maneiras de pensar e agir.
Vamos procurar deixar de lado o expediente que não é nosso e cuidar do nosso, cuidar dos nossos afazeres, das nossas coisas, do nosso dia-a-dia e deixar de lado a vida do outro. E caso tenhamos que nos preocupar de verdade, que façamos isso como uma mãe sempre faz: querendo o bem.
Entenda, por mais que amemos uma pessoa ou que convivamoscom ela, seja colega de trabalho, namorado(a), marido, mulher, amigos próximos, acima de tudo temos que viver a nossa vida e deixar o outro viver a sua.
Pense nisso...
Muita Paz
Texto revisado por Cris
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