Viver no mundo sem ser do mundo
Atualizado dia 29/09/2015 13:14:15 em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
Agimos como androides programados por crenças, tradições, verdades filosóficas e assim por diante, desta forma, ser feliz, tornou-se o nosso maior desafio, pois ninguém é educado para buscar a verdadeira felicidade, pelo contrário, sofremos uma pressão gigantesca para vencer, prosperar e alcançar um pódio qualquer.
Somos compelidos a atuar no palco da existência através da máscara de uma personagem qualquer, acreditando apenas na realidade do corpo, das sensações, dos sentidos e presos às injunções orgânicas. Como insetos ao redor de uma lâmpada, vivemos em busca do prazer como única resposta para o nosso bem estar.
Criamos uma identificação tão profunda com essa personagem que fica difícil reconciliar-se com a própria alma.
O que nos leva a essa condição? Como é possível mudar esse cenário na própria consciência? Como deixar de envolver-se tão intensamente com o enredo de nossa experiência corporal sem deixar de colocar tanta carga afetiva nos eventos?
É simples, basta olhar para o mundo e para si com outros olhos, entendendo que o manifesto é impermanente e se dissolve como tudo aquilo que não é real. Tudo aquilo que tem começo e fim não é real, faz parte de um linguagem qualquer.
A única realidade eterna e perfeita é o Self, todo o resto faz parte de um jogo cósmico voltado para o desenvolvimento de uma única coisa: nossa noção de realidade.
Estamos aqui, passando pelas vicissitudes da existência para conseguirmos discernir sobre a Realidade. Enquanto estivermos presos aos nossos desejos, cegos de paixão, atordoados pelo apego excessivo aos fenômenos da existência, às pessoas e coisas, continuaremos distantes dos objetivos que nos trazem aqui.
Ramakrishna ensinava: "Pode o barco estar na água, mas a água não deve estar no barco. Pode o aspirante viver no mundo, mas o mundo não deve viver dentro dele".
Jesus, Krishna, Buda, Ramana, Nisargadatta e tantos outros iluminados disseram a mesma coisa, de formas distintas, todos eles falaram do desapego e da renúncia necessários para a transcendência da nossa natureza fictícia.
Quando Herodes pergunta a Jesus: "Então, tu és rei?", o Nazareno suavemente responde: "Só vim ao mundo para testemunhar a verdade". É isso, Jesus exemplifica que a melhor forma de nos relacionarmos com esse mundo é apenas adotando um condição de testemunha, sem querer interferir ou lutar contra a realidade.
Sei que é difícil adotar um comportamento tão radical, principalmente pelo fato de trazermos inúmeros condicionamentos e estarmos profundamente identificados com as sensações e energias pesadas do escafandro de carne que nos aprisiona nesse oceano de ilusões que é a vida na Terra, mas é preciso ponderar.
Para quebrar os grilhões que nos prendem nesse ambiente limitado pela dor e pelo prazer teremos que diminuir a importância exagerado que damos aos eventos e lutar contra os nossos desejos. Será necessário ainda bater nas portas da própria consciência e entender que tudo aquilo que buscamos já temos, apenas desconhecemos.
Viver no mundo sem ser do mundo, eis o segredo da felicidade.
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