Você convive bem com o silêncio?
Atualizado dia 30/06/2016 21:06:21 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
(Dalai Lama)
Sabemos que o silêncio é a ausência de qualquer ruído, mas se estivermos perceptivos a este momento único, verificaremos que ele é capaz de nos fazer refletir e nos ajudar a tomar decisões.
Vivemos em um mundo pós-moderno, repleto de estímulos visuais e sonoros. Portanto, desligar um pouco da correria do cotidiano e ficar em silêncio por alguns minutos diariamente, tem alguns benefícios para a saúde física e mental.
Segundo a revista "Ocupational Environmental Medicine", a exposição de longo prazo a ruídos com mais de 30 decibéis, estão associados a hipertensão arterial, ansiedade e estresse. E a pessoa exposta a barulhos intensos no trabalho ou atividades de lazer também pode estar em risco aumentado de doença cardíaca.
De acordo com um artigo publicado na revista "Phychiatry Research: Neuroimagin", meditar a mente durante 30 minutos diários, num período de oito semanas, apresenta mudanças mensuráveis em regiões do cérebro associadas à memória.
Aquietar a mente também melhora a concentração, pois os sons desnecessários podem fazer sua atenção rapidamente diminuir, e justamente por isso é importante ter uma pausa e meditar.
Para a terapeuta corporal Andréa Bonfim Perdigão, autora do livro "Sobre o silêncio", silenciar a mente através do exercício meditativo, além de descansar a mente, melhorar a concentração, trazer bem-estar e organizar os pensamentos, ainda coloca as pessoas em contato com as mudanças positivas e renovadoras, abrindo espaços para novos processos criativos e desacelerando o organismo, que passa a funcionar melhor.
Por último, mas não menos importante, o silêncio também é uma forma de demonstrar respeito e interesse pelo ponto de vista do próximo: "Aprendemos a nos ouvir e a ouvir o outro, além de escolher o momento certo de falar e o que falar, evitando o desperdício das palavras e valorizando gestos como um sorriso, um toque ou olhar mais profundo", completa a psicóloga e psicanalista Blenda de Oliveira, de São Paulo.
Para quem não está acostumado a ficar quieto, a terapeuta Andréa Perdigão sugere treinar diariamente, por dez minutos. "No início, um turbilhão de pensamentos vai passar pela sua cabeça, mas assim que eles forem se acalmando, vai experimentar a serenidade. É comum também relacionar a ausência de som à solidão e a momentos tristes, mas, se conseguir superar essa etapa sem ligar a televisão ou o rádio, vai perceber o quanto é recompensador inserir períodos silenciosos na rotina".
Comentário
Nos velozes e envolventes dias atuais, manter a mente quieta é uma difícil tarefa, no entanto, indispensável como todas as nossas necessidades fisiológicas.
Nestes anos de atendimento psicoterapêutico, tenho observado que boa parte dos casos que envolvem ansiedade, compulsividade e depressão, poderiam ter seus sintomas amenizados ou até mesmo suprimidos, se seus portadores utilizassem a meditação como ferramenta de equilíbrio da saúde mental e espiritual.
As reflexões e elaborações que resultam de uma consulta psicoterapêutica ou de uma experiência regressiva de objetivo terapêutico, só fazem sentido se a pessoa aceitar o silêncio como um aliado no seu processo de autoconhecimento e cura interior.
O silêncio tem o poder de transformar emoções, reações, estados mentais e pensamentos, mas são poucos os que acreditam que algo que "não diz nada" pode lhes ser útil. Existe uma crença difundida principalmente na cultura ocidental, que somente através do pensamento e da fala é que podemos encontrar solução para os nossos problemas, obter conhecimento e fazer bem a nós mesmos. É difícil para nós entendermos que o silêncio tem outra forma de falar, que não usa palavra nem precisa de som, mas diz muito do que precisamos saber.
Para o Budismo, há níveis diferentes de maestria (conhecimento). O primeiro passo é ser máster (mestre) dos órgãos dos sentidos e ser máster do corpo físico. O segundo passo da maestria é ser mestre dos órgãos sutis - mente, intelecto e sanskaras (termo em sânscrito cujo significado se assemelha ao subconsciente).
Portanto, o silêncio é uma das principais ferramentas de uso para que possamos atingir o equilíbrio psíquico-espiritual, ou seja, o "caminho do meio" que prega o Budismo, ou o bem-estar bio-psico-espiritual que idealiza a Psicologia Humanista e o Holismo.
Uma mensagem encontrada na internet, de autoria desconhecida, resume a importância do silêncio em nossas vidas. É o que veremos a seguir.
"Aprende com o silêncio a respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e saber que precisa conhecer aquele que ainda não descobriu. Aprende com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares. Aprende com o silêncio a respeitar o seu Eu, a valorizar o ser humano que você é, a considerar o templo que é o seu corpo e o santuário que é a sua vida".
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
