Você está pronto para a Verdade?
Atualizado dia 28/06/2016 17:32:00 em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
Na verdade muito pouco, pois nos orientamos por crenças e acreditar em algo significa não querer saber a verdade.
Acreditamos em postulados religiosos introduzidos por luminares talentosos que pululam em nosso meio, com discursos morais e promessas consoladoras.
Acreditamos em conceitos filosóficos que fundamentam a nossa forma de pensar, ao mesmo tempo que influenciam nossas escolhas e criam condicionamentos.
Acreditamos na ciência, como se a verdade científica fosse algo imaculado e perene, como se ela não pudesse ser profanada com questionamentos.
Por fim, acreditamos nos sentidos, como se apenas a realidade sensorial pudesse determinar o que é a realidade.
Nietzsche dizia que as convicções são muito mais perigosas que a mentira, pois são inimigas da verdade. Estar convicto é estar programado, vivendo de forma automática o grande desafio da existência, que sempre foi e sempre será, desprogramar-se de crenças e valores que resultam em convicções. O caráter humano é formado de um conjunto de características e essas características são as nossas convicções. O homem é aquilo que acredita ser.
O ego não é nada mais do que um programa. Cada cidadão do mundo é um software ambulante, um conjunto de arquivos que se juntam em torno de associações favoráveis.
Quando Pilatos perguntou para Jesus o que é a Verdade, ele se calou. Será que ele não sabia a resposta? Claro que sabia, mas como explicar para um cego o que é o amarelo.
Para explicar a Verdade Jesus precisaria ir além das fronteiras do conhecimento limitado da humanidade. A verdade não pode ser explicada com palavras, pois as palavras são signos que fazem parte da linguagem mental e para alcançar o entendimento da verdade é preciso ir além da mente.
A humanidade vive de crenças, substituindo com muito sofrimento uma verdade anacrônica por outra mais atualizada; sempre foi assim. Estamos engatinhando ainda e o caminho do despertar, para a grande maioria, é uma longa estrada.
No livro O Muro de Jean Paul Sartre, encontrei uma frase que nunca deixou de reverberar em minha cabeça: “Bem, posso suportar um pouco de dúvida, é o preço que terei que pagar pela pureza”.
O sujeito desse conto existencialista lembra em muito aquele do filme Show de Truman, pois vivia no mundo questionando, o tempo todo, a própria realidade. Lembra também o personagem Neo do filme Matrix, nos dois casos é sempre a estória de alguém que consegue acordar e perceber que tudo aquilo em que acreditava era falso.
Não se pode conhecer ou encontrar a verdade, só podemos criar as condições para que ela nos encontre. Enquanto isso não for possível, é importante sabermos que toda a nossa realidade é feita de verdades úteis e transitórias.
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