Você pode meditar o tempo todo, sabia?
Autor Ton Alves
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/26/2015 1:58:14 AM
Oprimido pelo enorme vazio interior criado pela superficialidade da vida moderna, o ser humano procura, desesperadamente, uma saída indo em busca de um consolo espiritual que dê sentido ao seu existir. E, não são poucos os que caem nas armadilhas das “novas versões modernizadas” das religiões tradicionais.
São capturados pelas caricaturas fáceis e grosseiras das profundas verdades intuídas pelas grandes tradições, ao longo do tempo. Como é o caso da prática da meditação que acabou virando moda e meio de vida fácil para alguns charlatões. Assim, generalizou-se a crença de que a meditação é uma panaceia, ou seja, um remédio fácil e de uso indiscriminado para todos os males da alma.
Ao aprender que meditar é “se sentar em posição de flor de lótus, com os olhos fechados e não pensar em nada”, as pessoas acabam fazendo exatamente o contrário: excitando a mente, contraindo o corpo e ficando, cada vez mais perdidas e sem direção.
Afinal, sentar-se na posição do lótus não é fácil e confortável para o ocidental acostumado, há séculos, com cadeiras, bancos, sofás e poltronas. É preciso um longo tempo de treino para se ficar comodamente nessa posição. Outra incoerência é a recomendação de “não pensar em nada”. Como perceber que não está pensando em nada, se não estiver pensando? Coisa não apenas difícil, mas realmente impossível, que faz com que muita gente desista de meditar.
Então, o que é mesmo a meditação?
A palavra vem de “meditare”, que em latim significa: “voltar-se inteiramente para o centro de si mesmo”, “desligar-se do mundo externo”. É uma atividade mental praticada com vários nomes e objetivos por todos os povos conhecidos. No Oriente, é denominada “dhyana”, em sânscrito, ou seja, "concentrar intensamente o olhar ou a atenção em algo".
Então, meditar não é “pensar em nada”, mas colocar o foco da atenção em um só pensamento até que este se sobreponha aos demais. E, para isto não se faz necessária nenhuma posição corporal específica. Basta apenas relaxamento do corpo, concentração da mente e disposição do espírito. E ficar firme no momento presente. Sem tentar interromper o fluxo dos pensamentos, apenas não permitindo ser dominado por eles.
Então, muitas das ações que praticamos ao longo do dia é meditação? Sim, é!
Comer, trabalhar, caminhar, sentar-se quieto, lavar a louça ou varrer o chão, estando plena e inteiramente presente, é meditação. Observar, com total atenção, o fluir do trânsito, o por do Sol, a paisagem que passa pela janela do carro ou a parede branca e fria à sua frente no elevador, é também meditação.
Portanto, a qualidade da meditação não depende da grandiosidade nem da duração do momento ao qual estiver plenamente presente. Sua atenção ficou totalmente centrada por dez segundos no simples voar de uma mosca ou no caminhar acelerado de uma formiga? Ótimo. Você meditou. E, a qualidade desse momento de meditação está na sua estabilidade, na profundidade alcançada e no efeito que isso causou à sua mente.
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Ton Alves é coordenador do Projeto CASULO DE LUZ de incentivo à prática da MEDITAÇÃO HOLOMÍSTICA TRANSRELIGIOSA (MHT), baseada no exercício do silêncio interior, na contínua atenção ao instante presente e no amplo cuidado com as várias dimensões da realidade. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
