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Você Tem Fome de Quê?

Atualizado dia 1/4/2020 7:19:16 AM em Autoconhecimento
por Carolina Marrocos


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Você está comendo as suas emoções?
Por experiência, esse é um assunto que eu entendo bem.

Digo que quando eu nasci não tinha um pediatra na sala e sim um nutricionista! Já tive todos os pesos, dos 50kg aos 100kg e assim, desde sempre, busquei saber mais sobre “a minha fome”. O primeiro passo é entender que somos seres “biopsicossociais”; difícil a palavra, porém, com um conceito simples, é um modelo que estuda a causa e a evolução das doenças, considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, ou seja, somos um único ser, o que determina, que não podemos ter um olhar sobre nós de forma fragmentada, como apenas: o nosso lado corporativo, ou somente o lado pessoal, ou aspectos da nossa infância, ou somente nossos traumas, somos a junção de toda nossa história de vida.

Partindo desse conceito, o processo da nossa “fome” não está separado da nossa jornada, comer demais, ou de menos, excessos e faltas; são apenas mecanismos para nossa atuação no mundo.
Quem nunca devorou um chocolate ou, no meu caso, uma bandeja de brigadeiro, em um momento delicado na vida? Como, realizar uma prova, dizer o que está engasgado, decidir algo que mudaria seu futuro?
Pois é, o que você come, bem como a quantidade, está diretamente ligado ao seu estado psíquico, emocional.

O fato é que normalmente temos como uma válvula de escape “COMER NOSSAS EMOÇÕES”, e por que isso acontece?
Porque o tipo de alimento e a quantidade ingerida é um conforto imediato para aquilo que é difícil resolver, ou melhor "digerir"! Ah, que delícia, como a comida alivia nossas dores!

No livro, “Fazendo as pazes com o corpo”, a jornalista Daiana Garbin descreve a sua relação com a comida e traz diversos profissionais para contribuir com o tema.

A nutricionista Marcela Kotait, fala da equação: comida e corpo, com o contexto desde a pré-história até os dias atuais, onde todo esse caminho faz parte da nossa memória enquanto seres humanos e somos impactados por esses diversos conceitos na nossa relação com o alimento.

Fazer as pazes com a comida permeia o processo do autoconhecimento. Precisamos entender, perdoar e ser perdoado, percorrer um caminho, uma estrada e por esse motivo não é algo simples e fácil.

O primeiro desafio para deixar de comer nossas emoções é RECONHECER o que lhe faz comer suas emoções constantemente.
Reconhecer vai lhe permitir chegar mais perto do ofensor. Afinal, só podemos tomar um remédio quando reconhecemos a dor, sem reconhecer não será possível dar o primeiro passo. Reconhecer o que mesmo?

Reconhecer o que nos tira do eixo, o que faz com que aquela fome voraz apareça, o que me deixa louca, maluca por um chocolate, o que é o pontapé inicial para eu devorar muito mais ou muito menos do que meu corpo é capaz de processar.

Reconhecer é como um descascar de uma cebola, camada por camada, vamos entrando no mundo dos nossos medos, nossos desejos, tristezas, decepções, repreensão, o pacote completo. E assim a cada nova camada, reconhecida, entendida e suprida, a comida vai perdendo força para aquele aspecto tratado, aquele chocolate ou a bandeja de brigadeiro, já não possuem "a mesma função", podem sim ser saboreados de outra maneira e não como uma “rolha” para fechar nossos buracos de amarguras e incompreensões.

Comer e saborear terá outra missão na sua vida, quando você conseguir detectar os gatilhos que substituem as resoluções necessárias por comida, quando isso acontecer, a comida passará ser sua amiga e não inimiga.

No livro que citei acima, a jornalista Daiana Garbin agradece a nutricionista Marcela Kotait, por ter ensinado que “ um pão é apenas um pão e não seu pior inimigo”.

Comer servirá para nutrir seu corpo e sua alma; vocês se tornarão mais próximos e cúmplices, onde o diálogo entre suas necessidades emocionais, psíquicas, sociais serão de fato resolvidas como devem ser e não trocadas por excesso de alimentos ou pela falta deles.

Não pense que o caminho é fácil, entender suas necessidades, desejos e sonhos e, desta forma, construir uma vida saudável física e emocionalmente faz parte da nossa jornada como seres humanos, precisamos evoluir com o descascar das nossas cebolas e assim nos tornarmos seres mais equilibrados e de bem com a nossa própria vida.

Algumas dicas que aprendi na minha jornada sobre comer nossas emoções:

1) Procure ajuda, médica, nutricional e psicológica, afinal, não se trata de estar acima ou abaixo do peso, trata-se sobre o que eu não consigo “digerir”, e comer por muitos anos suas emoções pode ter trazido para seu corpo consequências como diabetes, pressão alta, entre outras psicopatologias que prejudicam as pazes com a comida.

2) Procure por Deus, ou qualquer outro aspecto que acredite, a espiritualidade está ali, coladinho com o descascar das suas cebolas, autoconhecimento e espiritualidade andam juntas, nunca deixaremos de evoluir, quando resolver um aspecto da sua vida, vai descobrir outro que precisa ser melhorado, nesta jornada não há somente descobertas negativas, existem muitas descobertas positivas, vai encontrar forças que nunca acreditou que teria, é um caminho único e delicioso. Na verdade, conhecer-se é um caminho sem volta e necessário.

3) Não tenha pressa, dar o primeiro passo é mais importante do que querer descascar sua cebola tão rápido. Ir depressa demais terá apenas lágrimas como resultado. Seja gentil com você, respeito os tempos e movimentos da doce dança da sua vida.

4) Seja grato pelo seu corpo. É através dele que será capaz de descascar tantas cebolas em sua caminhada.

5) Tratar suas dores será o melhor alimento para sua fome! E por último, quando não souber mais o que fazer e se encontrar totalmente perdido nessa caminhada, coloque a sua mão em seu peito e transborde todo amor que há dentro de você, para curar todas as suas feridas e recomeçar quantas vezes for necessário.

Texto Revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Carolina Marrocos   
Economista e Psicóloga, atuo como Diretora em uma área estratégica no segmento Educacional. Desenvolvimento em projetos comunitários, saúde e sociais como Psicóloga especializada em Psicóloga Transpessoal. Linkedin https://www.linkedin.com/in/carolina-da-silva-marrocos-de-andrade-3b7a471b
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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