Voltar a Ser Criança
Atualizado dia 3/27/2007 5:10:33 PM em Autoconhecimentopor Maria Cristina Tanajura
Jesus já dizia que se não formos como as criancinhas, não entraremos no reino de Deus... Perdemos um tesouro, quando não aproveitamos a convivência com elas para nos educarmos e nos transformarmos. As crianças não perguntam quem somos, de onde viemos, qual o nosso sobrenome, quanto ganhamos, quando se aproximam e sentem simpatia por nós. Se apenas chegam... se dão num sorriso, num trejeito, num olhar carinhoso. Ou se afastam, independente do que tentam lhes ensinar os adultos – “cumprimentem fulano, venham abraçar beltrano”... elas sentem e fazem suas triagens – são verdadeiras. Ainda não conhecem as máscaras, o bom tom, as trapaças e as meias verdades. São a pura expressão do Ser que encarnam.
Que beleza é uma criança, tenha ela a fisionomia que tiver! Pela pureza que encarna, pela espontaneidade, pela fragilidade e ao mesmo tempo pela total confiança com que vive na entrega total do que são. Vem-me à mente o sofrimento de tantas, neste momento e em todos os tempos, mas quero continuar lembrando da criança que fui e que todos fomos e que ainda somos e que sofre, também, tanto, a todo momento, quando, oprimidos pela vida do dia-a-dia, trapaceamos, fingimos, dizemos o que não sentimos, tratamos mal o outro, muitas vezes por estarmos feridos no que temos de mais puro e sagrado em nós – na nossa criança, aquela parcela de nós que encarnou cheia de belos e importantes planos de crescimento, de fazer o bem que era nosso para ser feito e que só se sente feliz quando estamos realizando essa brincadeira simples e pura de sermos nós mesmos, sem comparações, competições, sem vaidades, sem medo – aqueles que só nós sabemos ser, pois nunca haverá outra criança exatamente igual a nós!
Ressuscitemos nossa criança! Primeiro, vamos trazê-la para nossa consciência. O álbum antigo de retratos, encalhado na prateleira, vai ajudar agora. Olhemos nos olhos daquela criança que fomos e lembremos de tudo que sonhou ser, de como fazia da alegria pequena a realização de um dia feliz. De como seguia o sentir de seu coração puro e sabia se defender dos tropeços apenas pelo que intuía, sem muitas explicações racionais. Como brincava! Vendo as nuvens nos céus, sonhava com lindas estórias, pois em cada uma visualizava um herói, um personagem. Quando dormia, relaxava realmente, pois se entregava com confiança à Vida. Não tinha medo – experimentava. Não guardava rancor, pois tantas coisas novas aconteciam, que ela não tinha tempo de viver a ruminar as antigas. Como sorria! Como pulava, corria, cantava, gargalhava – solta, livre, protegida, na sua fragilidade e pequenez, por Deus, Pai de todas as crianças e que espera por todas elas, a cada instante – na verdade, espera que nos tornemos como criancinhas, novamente, para que possamos estar com Ele em todos os lugares que estivermos, em qualquer cantinho deste nosso mundo...
Texto revisado por: Cris
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Socióloga, terapeuta transpessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |