“What the bleep #@%&*#@...” Parte 2
Atualizado dia 12/09/2006 21:38:59 em Autoconhecimentopor Fátima Rodrigues Graziottin
O homem, acompanhado de seu filho, quando viu que eu estava bem, através do meu sinal com a mão, comentou, sorrindo meio sem graça, tentando aliviar a situação constrangedora: "A SENHORA REALMENTE DEU COM A CARA NA PORTA!
E esta frase continua, também, ressoando em meus ouvidos...
Fiz novamente o gesto de “POSITIVO”, agora com a mão esquerda, pois a direita estava apalpando e “acalmando” o nariz, as maçãs do rosto e os dentes...
Dei um “sorriso amarelo”, respirei fundo e então consegui falar:
"Tá doendo muuuuito...!!!!"
Imediatamente, comecei a chorar, baixinho, de tão forte que era a dor que sentia no rosto e especialmente no NARIZ.
Continuei apalpando e passando a mão no NARIZ, tentando verificar se não o tinha quebrado.
O tempo parecia estar voltando ao seu curso normal, “REAL”.
Pensei:
“Ai, que dor! Mas que vidro DURO!!!”
E remendando meu raciocínio:
“Felizmente, o vidro da porta é grosso, forte! Poderia ter me machucado gravemente!”
E logo em seguida, no encordoar do pensamento:
"Ainda bem que tenho NARIZ! Caso contrário... teria QUEBRADO meus óculos no meu rosto, nos meus olhos!”
Então... AGRADECI por NÃO TER acontecido NADA disso!
“(...) Qualquer informação que processamos no ambiente, sempre é intensificada pelas experiências já vividas por nós e, principalmente, por uma resposta emocional associada àquilo que vivenciamos.
Sim, o que há pouco tinha ocorrido, era “dos males, o menor”!
Curioso é que imediatamente pensei: " ‘Deus’ ou a ‘Natureza’, ou ‘Quem’ quer que seja, FEZ O CORPO HUMANO de uma forma PERFEITA: está TUDO CERTO, cada coisa no seu EXATO LUGAR!"
Novamente o tempo parecia sair de seu curso “normal” e, como num flash, veio à minha mente aquela cena do filme “WHAT THE BLEEP...” que questiona e explora um pouco a questão do TEMPO:
“(...) O grande mistério é o da direção do tempo. De uma certa forma, as nossas leis fundamentais da física não fazem distinção entre passado e futuro. Por exemplo, um quebra cabeças do ponto de vista das leis da física: por que nós somos capazes de lembrar do passado e não temos o mesmo acesso epistemológico com o futuro?
Por que devemos pensar que nossas ações no presente afetam o futuro, mas não o passado?
O fato de termos um diferente acesso epistemológico para o passado e futuro, o controle que nossas ações têm sobre o futuro, mas não sobre o passado, tudo isso é fundamental para o modo como sentimos o mundo. Não termos curiosidade sobre isso é o mesmo que estarmos mortos”.
E, naquele instante, minha “realidade” era o “passado”.
Na minha mente, ocorria um flashback: lembrei-me que na infância e pré-adolescência, uma de minhas distrações era imaginar como seria o CORPO HUMANO, CASO PUDÉSSEMOS TROCAR SUAS PARTES DE LUGAR.
E eu passava um bom tempo “brincando” mentalmente como se as partes do corpo fossem um quebra-cabeças no qual eu pudesse dispor as peças ao meu bel prazer, tentando encontrar outros lugares onde essas peças pudessem se encaixar.
Passar a infância e pré-adolescência numa cidade minúscula do interior, onde não havia muitos entretenimentos, principalmente nos dias rigorosos de inverno e onde a televisão ainda não havia chegado, era pouco atraente e muito monótono!
Logo, imaginação e criatividade não podiam fazer falta na “bagagem e recursos emergenciais interiores”!
Esta brincadeira solitária era um “jogo” simples, apenas das partes “visíveis”, externas do corpo, pois internamente eu não conhecia a disposição exata dos órgãos e muito menos suas funções!
Então, na minha brincadeira mental, eu tentava “encaixar” o nariz acima dos olhos, por exemplo. Mas logo desistia da idéia, pois... além de ficar muito estranho, quando eu ficasse gripada, com o nariz escorrendo... pobres dos meus olhos! Que nojo!
Quem sabe a boca, acima dos olhos? E me imaginava no inverno, tomando uma sopa quentinha. Ai... e se a sopa escorresse da boca? Os “prejudicados” seriam os olhos de novo! Não seria uma boa idéia!
E seguia no meu quebra-cabeças visual-criativo, tentando trocar o lugar dos olhos, pelo das orelhas, pensando que de repente poderia ter uma visão mais ampliada do que havia ao meu redor. Curiosa como era, queria ver tudo ao mesmo tempo! Quem sabe... os olhos estivessem na nuca? Poderia ter a visão das costas! Não... e como ficaria a frente? As costas fariam a vez do peito e o peito a vez das costas e... não adiantaria nada! Quem sabe, de repente, se poderia trocar o lugar das mãos pelo das nádegas? Mãos no lugar das orelhas e orelhas no lugar dos joelhos? Que confusão! Nada se encaixava e fazia sentido, a não ser no EXATO LUGAR onde as “peças” do “quebra-cabeça do corpo humano” se encontravam!
Que SABEDORIA!
Que PERFEIÇÃO!
Hoje entendo que isso só poderia ser resultado de uma INTELIGÊNCIA SUPERIOR!
... afinal, será que eu fora até o passado ou o passado viera até mim? Ou eu fora até o passado E o passado viera até mim ou o passado viera até mim E eu fora para o passado?
Ou...
E...
Ou... E...
Leia a Parte III
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 7
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