“What the bleep #@%&*#@...” Parte 3
Atualizado dia 12/09/2006 21:41:22 em Autoconhecimentopor Fátima Rodrigues Graziottin
E... se quebrei o nariz?!?
“Batida forte...”
“Será que bati também a cabeça?”
“Anticoagulante...”
“Risco de hemorragia interna...
“Ai...” – suspirei baixinho, sentindo um frio no estômago e arrepio na espinha.
“(...) Fundamentalmente nós contamos uma história para nós mesmos de como o mundo exterior é. Qualquer informação que processamos no ambiente, sempre é colorida pelas experiências que já vivemos e por uma resposta emocional àquilo que estamos vivenciando”.
“(...) Se você acreditar com todo o seu ser que pode andar sobre a água, isso acontecerá sim. É como um pensamento positivo, que é um conceito maravilhoso. Mas geralmente temos uma névoa de pensamento positivo, cobrindo uma enorme massa de pensamento negativo. Pensar positivo apenas disfarça o nosso pensamento negativo”.
Pois é... adiantou eu AGRADECER que tenho NARIZ e me dar conta que “está TUDO CERTO, cada coisa no seu EXATO LUGAR" , se agora estou pensando - DE NOVO - de forma “negativa”?
“(...) O Universo em sua “infinitude” nos oferece incontáveis possibilidades de escolhas em nosso cotidiano. Mas mesmo assim, temos os mesmos padrões repetitivos de escolhas. Temos os mesmos comportamentos, escolhemos os mesmos tipos de relacionamentos, mesmos tipos de pensamentos, respondemos emocionalmente da mesma forma a diversas situações que nos são apresentadas durante a nossa vida. Isto se dá pelo fato de sermos viciados em nossos conceitos mentais, da mesma forma que em nossas emoções, e se engana quem pensa que este vício é somente de ordem psicológico, ele é também classificado como bioquímico”.
Será que há risco mesmo de hemorragia interna ou estou condicionada a , ou melhor, viciada em pensar desta forma?
“(...) Quem está no comando quando controlamos nossas emoções ou reagimos emocionalmente? Sabemos fisiologicamente que as células nervosas que disparam juntas, ficam interconectadas. Se você praticar algo sempre repetidamente, essas células terão um relacionamento longo. Se você diariamente ficar com raiva ou diariamente ficar frustrado, ou diariamente sofrer... ou der razão a sentir-se vítima na sua vida... estará re-conectando e reintegrando a rede neural diariamente, e essa rede neural terá agora um relacionamento de longo prazo com todas as outras células, chamado ‘uma identidade’ “.
Então... e só então...
Dei-me conta de que não tomo mais anticoagulante há um mês, após 4 anos tomando este medicamento!
“Verifiquei” meu nariz mais uma vez. Ainda doía muito e estava inchado, mas as maçãs do rosto e os dentes já não doíam tanto.
E agora?
Volto para casa, me recolho, me lastimo, vou “lamber esta e outras feridas” ou escolho o filme e sigo até o shopping para abraçar minha amiga?
“(...) O mundo tem várias formas de realidade em potencial, até você escolher. Tem que escolher o que quer. Pode estar em muitos lugares ao mesmo tempo, experimentando várias possibilidades, até elas convergirem para apenas uma.
Respirei lenta e profundamente, endireitei o corpo, passei a mão nos cabelos, sequei as lágrimas, ajeitei minha roupa e me dirigi à estante para escolher os filmes.
“(...) Sabemos que as células nervosas que não disparam juntas, não se conectam mais. Elas perdem seu relacionamento de longo prazo, pois sempre que interrompemos um processo de pensamento que produz uma resposta química no corpo, toda vez que interrompemos, células nervosas que estão conectadas umas as outras começam a quebrar a sua conexão de longo termo. Quando começamos essa interrupção e observamos, não por estímulo e resposta a uma reação automática, mas sim observando o efeito que essa interrupção produz, então deixamos de ser este corpo-mente, conscientemente e emocional, que está respondendo ao seu ambiente como se fosse no automático”.
Bem devagar, quase em câmera lenta, comecei a observar os títulos dos filmes nas prateleiras.
Aos poucos, o tempo foi novamente entrando no seu tique-taque usual.
Porém, no meu interior, iniciava-se uma nova realidade, num novo ritmo, com toques decididos, mais fortes, mais compassados, mais harmoniosos, num outro patamar de vibração!
“Casamento Grego” e “Vivendo na Eternidade”.
Aproximei-me do balcão, olhei para o gerente e falei:
“Vou levar estes!”
Ele colocou-os na embalagem e imediatamente coloquei-os dentro da bolsa.
“E agora, garota, rumo ao shopping!” - disse para mim, com um sorriso de triunfo e de prazer.
Eu conseguira “quebrar” o circulo paradigmático antigo, mais uma vez. E eu sabia que a cada vez que se quebra o círculo vicioso, dá-se um “salto quântico”. Não importa o tamanho deste salto, o que importa é criar as condições e dar o salto. De salto em salto, vamos crescendo e evoluindo!
Segui meu caminho, mudando o trajeto costumeiro, respirando o ar fresco da noite.
No shopping, fui até o cinema ver se encontrava minha amiga.
“QUEM SOMOS NÓS?” Dizia um cartaz na entrada do cinema.
Olhei acuradamente e não vi minha amiga...
Voltei por corredores que não costumo andar e entrei na Livraria.
A Livraria estava cheia de gente.
Lá, encontrei o “bálsamo que precisava para a minha alma”, naquele EXATO momento!
Senti-me como se meu ser estivesse iluminado e parecia que “quase” eu mesma podia enxergar minha aura brilhando, piscando, vibrante!
Estava me sentindo muito bem, divina, maravilhosa, apesar do nariz inchado e ainda muito dolorido. Isso não tinha a menor importância diante de como me sentia interiormente.
Passeando entre as estantes, escolhi o que queria LER e o que desejava VER!
O que está FORA, na realidade exterior, não importa. O que importa é o que está DENTRO, pois tudo acontece DENTRO!
Escolhi um livro, procurei um lugar para sentar.
Ao abrir uma página do livro, aleatoriamente, li:
“Quando olho para fora, estou dormindo, quando olho para dentro, acordo.”
Sorri, docemente e pensei:
“A Verdade está nos paradoxos e nada, mas nada mesmo, acontece por acaso!”
Fátima Grazziotin
29/04/06
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 11
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