Xale da terra
Autor Janaina Guimaraes Rahal
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 25/08/2009 17:00:26
É como se um cheiro, uma lembrança guardada viesse ao meu encontro...
e minha saia vira uma extensão dela...
me visto de suas nuances...
respiro em memórias ...
Seus fios são raízes de nutrição, transformação.
Ela me passa sua canção.
A essência me fascina
e é para lá que sempre vou.
Nunca achei que fosse trabalhar com dança cigana.
Na época de ballet, jazz
eu era péssima, sempre ficava na última fila, detestava coreografias e posturas forçadas.
Todo mundo igual no mesmo compasso.
Quanta prisão! E a professora gritava:"- Olha a expressão!"
Libertei minha criança e esta me ajuda a fazer a ponte para minha mulher abusar das cores,
sentimentos , lenços, pandeiros e rendas!
E ensinar a girar na verdade da expressão do coração.
Nada como sentir este movimento.
Um convite do corpo para acompanhar a alma.
Nunca fiz aulas de dança cigana, mas minha alma sabe.
Sem pensar, espontaneamente, involuntariamente...
Como um impulso, instinto... vem os passos...
Meus pés pulsam, sondam a Grande Mãe...
É como levantar a brisa e ser ela, ir com o vento,
comungar com o tempo.
"Ciganos, filhos dos ventos"... sigam... os ventos.
Parece que a falta te leva ao encontro do seu Ser.
Aprofundar e criar a partir das cinzas...
Ir para a fonte da sabedoria... inovar, encontrar alegria e potencial.
Caminho no resgate do feminino, na descoberta do jeito de balançar,
encurvar, realinhar ... na coragem de ir para a cura.
Reavivar os antigos rituais, ser guardiã do fogo. Abençoar o Todo...
nos olhos brilhantes e generosos
Fiar ousadia, sabedoria...
Seguir o ritmo e ser fiel a ele.
Honrar a terra ...
Portar o xale da terra.
Avaliação: 5 | Votos: 64
Professora de Dança Nômade...Reverência aos ciganos E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
