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ZOZ - A família é a estrutura de tudo

Atualizado dia 7/19/2024 7:08:42 PM em Autoconhecimento
por Margareth Maria Demarchi


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A família é a estrutura de tudo.[1] Assim é também a estrutura do mundo e de tudo o que nele existe como fruto de relacionamentos e boa comunicação.
A família é uma instituição do mais alto valor em todos os sentidos. Moral, ético, social, psicológico, educativo, etc. Na religião, se houver uma crença, e independentemente do credo ou da doutrina, a família é pelo menos em palavras, preservada como algo acima de nossa existência, algo sagrado, tanto que faz parte das juras de altar.

Mas porque algo de tanta importância parece não passar de um tema curto numa peça teatral? Porque depois de tantos compromissos assumidos, em tantos casos que conhecemos ou ouvimos falar, tudo é esquecido, com a tranquilidade de que não se sente a punição por uma transgressão?

Vamos encarar a realidade objetiva do que significa uma família. Ninguém estaria aqui se não fosse pela conexão entre as duas energias, masculina e feminina, que não importando a forma como aconteceu, gerou vida nova, com aceitação, ou com rejeição, de renovação, de modificação, com crescimento interior, amor, união, enfim, um novo processo. Uma nova vida sempre altera as vidas que a geraram, seja no plano consciente, seja no plano inconsciente.

Na sua melhor forma, pela ação do amor entre um homem e uma mulher, a confiança e o respeito são conquistados e são cristalizados para uma nova perspectiva de vida em família.

Para isso é importante que nos atenhamos a um dos conceitos de família, o conceito simples de família, encontrado nos dicionários antigos. Aquele que define família como célula social, um grupo composto de pai e mãe e filhos.

É importante mencionar desde já, que Pai e Mãe nunca serão vistos pelos filhos de forma separada, porque nunca deixarão de ser os seus pais, não importa o que os pais possam fazer do seu relacionamento como casal.

A pessoa que é escolhida[2] com liberdade e decisão, pois não nos foi imposta, para uma vida conjunta de amor, respeito, fidelidade, crescimento pessoal, construção de um ambiente de conforto e estabilidade, felicidade e realização, em número cada vez mais impressionante de casos, com muita facilidade passa a receber desprezo e menosprezo. Até chegar a situações adversas que conduzam ao arrependimento e daí a separação.

Nada mais que escolhas após as escolhas. Algumas transformadas em avanços posto que sejam correções, outras transformadas em atrasos irreversíveis, e para isso não há qualquer explicação razoável, nem definitiva.

O homem ou mulher escolhido para um passo tão importante em nossas vidas é tão simplesmente a escolha que fizemos para nós mesmos como complemento desejado. Cada uma e cada um sabe sim o complemento que desejam, por isso devem esperar o momento certo de tomada de decisão e isto requer autoconhecimento e respeito próprio.

É desta forma que criamos um ideal de família, se ao olharmos para a nossa e vermos muitas faltas e falhas, passamos a rejeitá-la. Com isso, agravamos o mal estar interno, o que não ajuda em nada. Por isso, sempre é mais fácil simular o papel de quem não influenciou o resultado da situação adversa que é observada (aconteceu alguma coisa, mas, não sou eu a culpada). Sempre alguém é responsável, mas mesmo quando somos a parte que provoca a má ruptura, quase nunca admitimos ser esse alguém.

Agora vamos pensar em aceitar a família do jeito que é e agir no amor, mudando o comportamento de julgar para o comportamento de compreender, onde o respeito e a confiança devem ser à base das relações. Isso é o que deve contagiar os relacionamentos. Ao se experimentar esse modo de agir percebe-se o quanto o comportamento de todos se altera favoravelmente.

Como todo processo de mudança, este também é um processo de etapas. A felicidade e o bem estar só aumentam com a evolução favorável das mudanças, todos aprendem, todos apreendem, todos vivem melhor.

Ao aprender e reconhecer que o amor nasce de dentro de cada um e que ao identificar que só quem deseja dar amor pode dar amor, e que o outro só pode receber se você possuir amor, basta agora viver conscientemente o que quer para si e para se sentir feliz, é desta forma que o seu bem estar irá sempre refletir no bem estar da família.

A família é nutrida de sentimentos e emoções pelo casal e ter consciência disso torna os pais responsáveis por tudo que possam fazer de bom ou ruim no relacionamento familiar. Esse é o maior encargo que ambos têm e, portanto sabem o seu peso e o significado na sua lista de responsabilidades.

Em meio a tudo isso certos aspectos da vida precisam estar bem claros para cada membro da família, é inegável que sempre houve a necessidade de um homem e uma mulher para a perpetuação da espécie humana. Antes de nós, como pais, estão nossos pais, os pais dos nossos pais e assim se segue, cada vez mais distante do tempo atual.

É fundamental então que saibamos honrar aqueles que permitiram que estivéssemos aqui hoje, minimamente como genitores, e assim, passar a entender a importância dos nossos antepassados.

Num outro aspecto, o marido que serve a esposa com amor e respeito tem dela a possibilidade de segui-lo com amor.[3] O afeto, o carinho, a atenção, são necessários para o equilíbrio e sustentação emocional do casal, mas a base principal do casal é o amor. No amor é que se estabelecem os vínculos mais íntimos, sobretudo a verdadeira intimidade da intimidade, a intimidade com cumplicidade, o que ainda é um desafio e uma dificuldade a serem superados por um número muito expressivo de casais.

Quando o casal entender que para manter o equilíbrio, o masculino é servidor do feminino e o provê em suas necessidades mais fundamentais (conhecendo e respeitando a mulher), entenderá consequentemente que é assim que o feminino lhe confere valor e o segue.

No entanto, cada vez mais na atualidade o feminino está servindo o masculino nas necessidades fundamentais e o masculino prova cada vez menos que está ciente das vontades da mulher e nesse movimento o feminino deixa de ser respeitado, deixa de conferir valor ao masculino o que cria um ciclo vicioso.

Em alguns casos, podemos afirmar que cresce o número de homens que procuram mulheres com aspectos da personalidade masculina, da mesma forma, muitas mulheres procuram homens com aspectos da personalidade feminina. Isso se deve à confusão dos valores femininos e masculinos nas atribuições das atividades em família. E como agravante, há uma grave distorção e equívocos em relação ao correto sentido do que é a submissão entre mulher e homem e entre homem e mulher.

Como aqui estamos entendendo a família, a mulher tem que incluir o amor da sua mãe em sua atitude materna para se sentir completa como mulher e o homem tem que incluir o amor do seu pai em sua atitude paterna para se sentir completo como homem.

Este é um processo que exige muita atenção e clareza de todos nós. O amor quase sempre é visto com a leveza da compreensão, do fazer incondicional.

Mas quando o amor abriga em si, uma tentativa inútil de proteção contra a frustração, medos e insegurança dos pais, entre vários sentimentos e emoções próprios ou herdados, ele pode se manifestar em forma de rigidez, agressividade ou ausências que precisam ser decodificadas, entendidas e compreendidas antes de serem criticadas.

Avaliem como realmente se sentem em relação a isso e tentem perceber se o sentido dessa colocação acima explica algo em sua forma de ser pais ou filhos maduros.

Muitos problemas no relacionamento entre a mulher e homem, devem-se ao fato de faltas que sentiram no relacionamento com os pais. Essa confusão cria conflitos de personalidade, pois a mulher necessita da identidade feminina e o homem precisa da identidade masculina, sendo que algum momento de suas vidas um deles senão os dois sentirão a necessidade de integrar em si aquilo que faz parte dele e está presente no outro.

Da forma como se vive hoje, em sociedade, com materialismo e suas exigências, os valores do pai e da mãe estão sendo alterados. Muitos pais e mães que trabalham, retornam para casa no final de um dia sem a autoridade de pais e preferem o conforto exclusivo do papel de amigos dos filhos.

Por que dessa necessidade de ser amigo?

- Por que a própria ausência como pais cria o medo de perder o carinho do filho. Perde-se uma referência (autoridade de pais, o que é diferente de simples autoridade, pois a autoridade de pais representa um misto de experiência, admiração, respeito, compreensão, importar-se como filho ou filha, etc.) que equivocadamente não é apreciada.

Os filhos necessitam dos pais para se desenvolverem com segurança, pois os pais são as figuras de força e proteção. Quando os pais tratam os filhos como “amigos” (digo que é muito saudável que os pais sejam amigos dos filhos, porém sem perder a autoridade legítima de pais).

Quando os filhos se ressentem dessa ausência de autoridade, vão buscar fora da família essa base de força e proteção em grupos ou se relacionando com pessoas que demonstrem autoridade de forma admirável. E aqui o conceito de admiração muda em relação a cada pessoa.

Avaliem sem restrições o impacto sobre seus filhos quando identificam de alguma forma, mulheres que mandam nos homens (mães que mandam nos pais) ou homens que mandam nas mulheres (pais que mandam nas mães).

Pai e Mãe têm que ter cada qual a sua autoridade e ambos têm que estar em acordo, um com o outro, para que a mãe seja respeitada em sua tomada de decisão e o pai também. Quando o filho percebe que existe respeito entre os pais ele consegue reconhecer a autoridade e respeitá-la.

Um casal em conflito acaba por envolver os filhos e as consequências são sérias para todos. Filhos que poderão dar suporte às atitudes da mãe, e rejeitar a figura paterna, ou ainda, dar suporte às atitudes pai e rejeitar a figura materna. Por mais que existam razões para uma situação de conflito, os pais têm que cuidar para que os filhos saibam que o problema está entre o casal, e não entre o casal e os filhos.

Grande parte dos problemas em família começa no casal, a briga dos opostos, portanto tenham consciência da imagem que você carrega do seu pai e da sua mãe.

- Você julga os seus pais?

- Seus filhos julgam você?

Responda a essas perguntas e perceba a influência que as respostas têm através da posição dos filhos em relação a você e sua posição em relação aos seus pais. Se for o caso, ter julgado e agora ser julgado não é uma simples coincidência.

Vamos listar algumas situações que merecem boa consideração.

Os pais cuidam dos filhos.[4] Os filhos sempre tomam algo dos pais (tudo que é necessário para o seu desenvolvimento) esse é o movimento correto da vida. Mais tarde os filhos podem “auxiliar” os pais, mas nunca serão pais para os pais, nunca serão superiores aos pais.

Os pais que respeitam e educam com base na hierarquia dos irmãos, onde o mais velho possui alguns encargos diferentes do mais novo, promovem também o desenvolvimento e o respeito entre todos, vale lembrar que aqui a hierarquia de habilidades deve prevalecer, mas não é o caso que estamos abordando.

Mulheres que acreditam que tenham poucos atributos e qualidades vivem com a preocupação de que seu marido vá querer “outra”. Quem na verdade é essa outra? O que aconteceu com a mulher original que foi escolhida para uma vida conjugal cheia de promessas?

Essa outra, em princípio, deveria ser a mesma mulher daquele primeiro dia do casamento que com o passar do tempo agregou algumas mudanças em função das experiências. Portanto, como é essa outra, e quais as suas qualidades, desejos e realizações?

Essa outra é a mulher que deve acreditar nas suas qualidades e não nos seus defeitos. Essa outra é a mulher que evoluiu e que deve encantar a si mesma com a certeza de que irá encantar o seu marido. É a mulher que recupera a moça da promessa de casamento e a melhora com tudo o que a experiência pode beneficiar e proporcionar. Só assim obterá mais segurança em ser mulher, pois irá ser e sentir como se desejar e não terá dúvidas sobre o amor.

Muitas vezes desejamos que o marido diga – eu te amo, mas pergunte para você bem lá no fundo da sua alma.

- Você o ama?

Se alguma dificuldade surgir para uma resposta, você terá uma grande surpresa, pois perceberá que a falta de amor é mais sua, sendo esse o motivo da necessidade de saber se ele a ama, porque nem você tampouco sabe se o ama. Isso sempre acontece com quem está descontente consigo mesma e por se sentir assim, não nutre amor por si e consequentemente acredita que o outro também não a ama. Só podemos amar quando sentimos o amor por nós.

Este é o maior e melhor motivo para tomar uma decisão consciente quando se escolhe o parceiro de vida.

É muito gostoso quando reconhecemos nossas qualidades e os nossos talentos e nos tornamos carinhosas conosco e com os outros também. Assim a vida flui a partir do nosso sentimento e não da percepção que temos sobre o sentimento do outro.

É maravilhoso quando possuímos esse amor e o transmitimos através de atitudes, onde o outro percebe a sinceridade e retribui com muito carinho. O que queremos é amar e ser amadas.

A família é um grupo, onde cada membro pode alterar o ritmo desse grupo, seja para a harmonia, seja para o desequilíbrio.

Mulheres, passem a observar o seu comportamento e sejam realistas para perceber que muitas vezes criamos o campo de batalha, porque não aprendemos como criar o campo de amor.

Comecem encarando a situação de frente, seja qual for. Saiba compreender aquilo que faz falta na sua vida. Comece por você. Dê um sentido de amor pela sua vida, fazendo o melhor para você, porque com certeza será o melhor para os outros também. Somente quando estivermos com o amor dentro de nós é que poderemos encontrar situações amorosas para nossas famílias.


 [1] Bert Hellinger, fala que temos três consciências: individual, coletiva e espiritual. “A família está interligada em ambiente maior, onde cada membro desta ancestralidade em o seu feito, efeito, bom ou ruim que será passado através das gerações.”


Carl Gustav Jung, o inconsciente coletivo, demonstra o quanto estamos envolvidos por essa energia coletiva.
 
[2] A atração está intimamente ligada ao o que eu nego no meu interno e que passa ser atraído como uma força, sentida até como contrária, mas é o que mantém a atração (SEMPRE QUE UM CORPO EXERCE UMA FORÇA SOBRE OUTRO, ESSE OUTRO EXERCERÁ SOBRE O PRIMEIRO UMA FORÇA DE MESMO MÓDULO E EM SENTIDO CONTRÁRIO Lei de Newton).
 
[3] Bert Hellinger – O amor do espirito, homem e mulher pg. 42 (a ordem do amor entre o homem e a mulher).
 
[4] Bert Hellinger, O amor do espirito, pais e filhos, pág. 35.

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Texto retirado do Livro ZOZ - Mulheres Libertem sua Alma
Direitos autorais Margareth Maria Demarchi
Texto Revisado

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