ZOZ - Quando a Mulher resolve manter a atitude de homem
Atualizado dia 6/13/2024 3:20:02 PM em Autoconhecimentopor Margareth Maria Demarchi
Texto retirado do Livro ZOZ - Mulheres Libertem sua Alma
Direitos autorais Margareth Maria Demarchi
Para compreender bem a questão das atitudes, vamos fazer algumas associações costumeiras para o aspecto feminino e para o aspecto masculino, essas associações determinam quando e quanto o feminino está carregado de atitudes masculinas, e o masculino carregado de atitudes femininas,[1] não se trata de certo ou errado, são associações costumeiras. Por exemplo, algumas atitudes associadas ao feminino são: compreensiva, simpática, sensível, obediente, sentimental, tranquila, tola, criativa, abrangente, e outras. Algumas atitudes associadas ao masculino são: intolerante, chato, mandão, racional, impaciente, lógico, objetivo, prático, e outras.
Ocorre que neste aspecto, a atitude de uma pessoa está influenciada por sua forma de relacionamento com os pais, como é comum. Isto também se aplica à quem quer que seja, que no lugar dos pais, foi responsável pela educação familiar desta pessoa, ou seja, uma mulher com atitudes masculinas, por exemplo, mandona e prática, deu mais atenção aos aspectos masculinos da pessoa que a educou, um homem com atitudes femininas, por exemplo, sentimental, compreensivo, deu mais atenção aos aspectos femininos da pessoa que o educou e com a qual sempre teve maior afinidade.
Isto não tem nada a ver com homem afeminado ou mulher masculinizada. Afinal, quantas de nós conhecemos mulheres que mandam nos maridos, por não tolerarem indecisão, e homens que não sabem dizer não, só para não decepcionar.
Para deixar isso bem esclarecido o feminino aqui se refere a tudo o que envolve sentimento e emoção, e o masculino se refere a tudo o que envolve a lógica e a razão, portanto, uma atitude direcionada pelo sentimento resulta em uma aceitação ou rejeição, pois, há um valor embutido na emoção e no sentimento. Uma atitude direcionada pela razão resulta num direcionamento, numa direção lógica e racional, pois quer definir, quer objetivar a situação, não existe meio termo, só a polaridades, É ou NÃO É.
É preciso muita atenção para compreender o que estamos tratando aqui, pois é um tema simples, mas fácil de ser confundido nas palavras. Vamos começar assim, uma mãe que comanda, é racional e exigente, e nem sempre é compreensiva e tolerante, isso pode ter várias origens, mas a principal delas, é que ela age dessa maneira porque as experiências de relacionamento com seus pais ou com quem a criou, a fizeram escolher o papel de força masculina como defesa e controle da sua vida.
Se a filha, dessa mesma mãe que acabamos de descrever, se espelhar na mãe terá semelhantes atitudes masculinas, mas não como defesa e sim porque toma a mãe como referencial. Isso a fará com que tenha uma força masculina e uma retração da sua força feminina[2] .
Um dos efeitos da escolha do papel de força masculina é que normalmente este tipo de mulher prefira buscar homens com mais atitudes de força feminina, pois terá necessidade de completar a si mesma experimentando situações que desafiam sua lógica. Por exemplo, uma mulher prática pode escolher um homem indeciso para se relacionar, e mesmo não tolerando a indecisão consigo mesma, pode se casar com esse homem, pois inconscientemente quer dominar e modificar este comportamento de indecisão como se fosse seu próprio comportamento.
Este é só um aspecto dentre uma enorme variedade. Se a mulher está vinculada ao seu masculino, ela não explorará seu feminino de forma completa até encontrar no outro uma maneira de conhecer os aspectos femininos que ainda não pôde vivenciar. Por isso é importante ter consciência de quais aspectos comportamentais sentimos falta, e o quanto desses aspectos está presente na pessoa com quem se relaciona.
Já estamos na segunda década do século XXI, e chega a ser assustador o numero de mulheres que reclamam de seus parceiros homens,[3] a ponto de que muitas das mulheres que se dão bem e vivem em harmonia com seus parceiros se sentem constrangidas em admitir isso numa roda de conversa e não raro omitem o fato para que não sejam criticadas.
Normalmente, a mulher que reclama ainda não consegue ver o seu parceiro na condição ideal, como um ser masculino, sem o julgar a partir de seus próprios conceitos, já que vê nele o seu feminino. Como o seu próprio feminino é inferior e fragilizado, ela não consegue conferir o valor ao parceiro que se torna um espelho dessa inferioridade e fragilidade combatida por ela internamente.
Para cada um sentir que está no seu papel, no papel de ser mulher, no papel de ser homem, um vê no outro aquilo que necessita. Há uma relação de projeção, um vê no outro aquilo que precisa ter de experiência para se sentir completo, mas, o que realmente necessita é sentir a sua parte feminina e sua parte masculina em equilíbrio no ser único que é.
No entanto, se insistir em ser como é, ou seja, não identificando e não compreendendo seu aspecto de força masculina, a mulher anulará a possibilidade de sentir a segurança que é proporcionada quando incorpora para si o papel que só vê no parceiro, e isto é muito difícil. E o homem dentro de uma condição de força feminina predominante não está buscando o feminino na mulher, ele quer o masculino que está representado pela sua parceira.
Isso é aparentemente confuso, mas se torna claro quando não se toma o processo a partir do aspecto físico, mas sim considerando o aspecto mental, é o aspecto mental que está trocado, o homem está fascinado pelo aspecto masculino dentro da mulher, e a mulher está fascinada pelo aspecto feminino dentro do homem.
Sempre que o julgamento estiver ausente, e o reconhecimento desta situação for natural, a harmonia sobressairá.
Conforme já mencionado, não podemos ignorar a transformação imposta pela mudança social através dos tempos, o que não significa ter que concordar com a mudança. A mulher que mantém o seu papel masculino, o faz porque a sociedade aceita isso, e até impõe, porém, ela sentirá falta do lado feminino e irá cobrar do homem (independentemente de ser parceiro ou não) mais carinho e atenção.
Tanto o homem como a mulher se desenvolvem de acordo com as suas necessidades internas e externas e isso implica que as transformações e ajustes devem ser feitos para proporcionar felicidade.
O que as mulheres precisam entender é que tanto a figura feminina quanto a figura masculina lhe pertencem. Assim, têm que buscar dentro de si a sua feminilidade e descobrir o motivo que as levaram a diminuir os seus aspectos femininos, por exemplo, podemos tentar explorar quais as transformações que levam tantas mulheres a preferirem calças como vestimentas principais, tão masculinas, mais do que os vestidos e as saias, tão femininas. Este exemplo não é uma revolta contra as calças, é uma evidencia da aproximação da mulher com aspectos materiais masculinos que influem em seu comportamento mental e também a distância do seu aspecto feminino.
Depois que compreender isso, viva intensamente o seu estado de mulher e perceberá que encanta e irradia feminilidade sem prejudicar as capacidades e habilidades necessárias para viver. O homem que busca um complemento, tem que saber o porquê de ter diminuído o seu lado masculino e começar a usá-lo, para também tornar-se encantador com sua masculinidade. Deste modo, homens e mulheres, conscientes e satisfeitos com suas estruturas mentais, livres de confusão, equilibrados, poderão se juntar apenas pelo motivo de compartilhar ambos os aspectos.
[1] C.G.Jung, desenvolvimento da anima e animus, onde a filha necessita
de ir para mãe para se tornar mulher e o filho ir para o pai para se tornar
homem.
[3] C.G. Jung, Os arquétipos e o inconsciente coletivo, complexo
materno negativo, pg. 106, "esse tipo de mulher é uma companheira desagradável,
exigente, pouco satisfatória". Ela nega a mãe, portanto sua feminilidade
torna-se obscura.
Cometários são bem vindos - e-mail [email protected]
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