ZOZ - Valorizando o relacionamento
Atualizado dia 6/2/2024 10:01:08 PM em Autoconhecimentopor Margareth Maria Demarchi
Vivemos
em grupo. Ficar isolada é questão de esforço ou vocação, mas trata-se de
exceção. Ainda assim, alguém pode isolar-se mentalmente dentro de um grupo. Há
inclusive aquelas que se isolam dentro do próprio relacionamento a dois. Basta
lembrar quantas vezes já ouvimos a expressão: - "parece que está presa numa
concha".
Partindo disso, vamos considerar que quando iniciamos um relacionamento, seja amizade seja intimidade, a atração que acontece, surge da comparação entre o que vemos na pessoa e o que entendemos daquilo que está sendo visto, isto é automático. Se o nosso entendimento nos agrada, o relacionamento tem seu início, caso contrário, não há aproximação, ou há mera formalidade.
É importante notar como a interpretação que fazemos dos sinais corporais e faciais do outro às vezes se transforma em barreira que impede uma aproximação. Se o sinal se traduz em simpatia nos aproximamos, se não se traduz em simpatia, nos mantemos indiferentes, ou evitamos o contato, ou nos afastamos.
Certas expressões faciais podem causar repulsa. Uma expressão facial muito séria quase sempre é uma barreira. Inversamente, um sorriso franco, daqueles que até os olhos sorriem, sempre causa uma impressão positiva, sobretudo no pensamento de quem o vê, ou é recebido assim.
Mas, nos afastarmos ou nos aproximarmos depende de como estamos em relação a esses sinais, porque o que eles representam para nós pode nos causar indiferença, tanto a expressão séria, como o sorriso franco. Por isso, tudo está diretamente ligado à forma como vemos o outro, e aí é que está o ponto central da questão; Somos o reflexo dos nossos próprios sentimentos, e vemos no outro o que vemos em nós. O que gostamos e o que não gostamos. Resultado das percepções a partir de nossas inferências.
Se você estiver nervosa vai transmitir esse nervosismo através do corpo e das expressões faciais, e as pessoas vão perceber que tem algo errado acontecendo. Cada qual fará a sua própria interpretação do momento (inferências), isso também acontece conosco em relação ao nervosismo sentido pelo outro. Podemos dizer que é uma espécie de instinto que temos.
Como já foi visto, o valor dado ao relacionamento está diretamente ligado à capacidade de amor que cada uma trás da experiência que obteve com os seus pais de origem, não importa o tipo de situação vivida. É algo que começou na vida intrauterina e que criou um vínculo, e essa experiência permanece arquivada mentalmente e afeta nosso padrão de amor nos relacionamentos.
É uma situação muito tênue, não temos consciência deste arquivo. Para entender isso, podemos como tentativa de prova de sua existência, compará-lo ao fato de que não nos damos conta do oxigênio que junto com nosso sangue circula em nosso corpo e afeta o funcionamento de cada célula que temos.
Este arquivo e esta capacidade, definem com muita clareza como direcionamos nosso comportamento amoroso nos relacionamentos. Isto é fundamental: "só pode existir amor quando o julgamento estiver ausente". Esta é uma experiência que só é possível através do fluxo gerado entre pais e filhos, não como pessoas, mas como sequência e continuidade de um sentimento, uma energia, a energia do relacionamento.
Não se julga os pais, a menos que se queira julgar a própria origem, que se queira julgar a própria concepção. É uma atitude de dentro, muito profunda. Para isso é preciso ter muito discernimento do que é gerar uma vida e as ações de quem gera essa mesma vida.
Se a alma estiver feliz com aquilo que possui e motivada para as coisas que faz, podemos dizer que o amor já existe e será fácil nos aproximarmos das pessoas, porque assim, a alma nos torna radiante, e radiante, faz do rosto e do corpo um convite para o relacionamento. Entenda a partir disso, como o seu estado de ânimo pode contagiar o outro para uma aproximação ou retirada, para união ou para julgamento.
Para valorizar um relacionamento é necessário ir fundo no sentimento interno e saber observar os efeitos que causamos no outro com o nosso comportamento. É sempre mais tranquilo justificar nossas falhas atribuindo ao outro a responsabilidade por elas.
No relacionamento sempre existirá causa e efeito em tudo o que acontece entre as partes, porque todo comportamento é dirigido pela lei do 'dar' e do 'receber', tão simples como o alimento que todo ser vivo necessita para continuar vivendo. Observe a si mesma e veja que tipo de tratamento está dando e saberá por que recebe o tipo de tratamento que está recebendo.
Faça um exame.
Pode ser que quando alguém lhe ajuda, imediatamente sente uma necessidade interna de retribuir para se equilibrar e se sentir bem. Mas, se gosto de dar de mim e não sei receber de alguém, como fica o outro que só recebe?
Muitos relacionamentos estão baseados no salvador e na vítima, se coloque como salvadora e depois como vítima e veja em que posição se sente melhor. O 'dar' como salvador e 'receber' como vítima chega a um momento que o salvador quer ser a vítima por sentir-se sem o correspondente amor e a vítima também chega a um ponto que sente que necessita ser 'salvador' para ter sentido de vida, nesse caso ambos estão carentes de amor.
Para não ser doentia, essa relação de forças precisa evoluir para uma situação de equilíbrio, que passa pelo reconhecimento de que falta o amor incondicional, e para chegar a esse ponto é necessária a iniciativa de um dos dois lados da relação e o consentimento de consciência de ambos de que é preciso uma mudança, movida pela vontade, não pelo desejo, manifestada mais pelas ações e menos pelas palavras.
Normalmente, o salvador se cansa primeiro e passa a perceber que possui uma vítima própria dentro de si e resolve assumir, olhar e compreender o que falta nela mesma para voltar a acreditar na sua força e seguir a sua vida. Quanto à vítima, sofrerá na posição de dependência até que descubra que possui um salvador próprio dentro de si.
Vamos a um exemplo:
Raia, uma mulher de grande competência e já bem posicionada em sua carreira, pela ação de uma amiga, encontrou-se com Leonel, um rapaz alegre, praticante de esportes, e que trabalha como professor de educação física. O primeiro encontro acontece num barzinho, bem ao estilo esportivo de Leonel, os dois conversaram por horas e Raia foi sentindo um crescente de encanto misturado com admiração e até mesmo um pouco de inveja, pois Raia encontrou em Leonel a leveza, a objetividade, a alegria contagiante e o 'bom astral' em conversas maduras, cheias de sentido, permeadas com brincadeiras bem apropriadas para o momento.
Ambos tiveram interesse em se encontrar novamente, e assim novos encontros se repetiam, até que quase um ano mais tarde, Raia propõe a Leonel morarem juntos, dizendo:
- Poderíamos compartilhar ainda mais coisas, juntos.
Leonel concordou, e se mudou na semana seguinte para o apartamento de Raia, que logo sentia as mudanças causadas pelo novo modo de vida. Leonel chegava, cuidava do jantar, maravilhando Raia com surpresas que sua facilidade e habilidade na cozinha proporcionavam.
Alguns meses mais tarde, Raia recebe uma nova promoção na empresa, e devido a isso faz viagens rápidas e esporádicas. Entretanto, para atender uma reunião de planejamento, Raia teria que se ausentar por quinze dias.
Pensando em uma surpresa agradável, Raia consegue antecipar sua volta, mas quando chega em casa, ela mesma é surpreendida pelo que vê.
Não era o horário habitual de chegada de Leonel, e o apartamento estava quase irreconhecível. Louças acumuladas, copos espalhados pela casa, embalagens de produtos deixadas pelo chão e sobre os sofás, CDs fora da estante.
O quarto, onde sempre se anulavam as distancias, estava todo desarrumado, toalhas pelo chão se confundiam em odores.
Raia, com certo horror, pensou numa possível invasão do apartamento como a única forma de entender tal desordem.
Leonel chega e quando percebe a presença de Raia, larga sobre mesa os pacotes de compras que trazia e com seu jeito habitual, e envolve Raia num abraço afetuoso.
Mais contrariada do que acolhida, Raia pergunta a Leonel porque o apartamento estava tão desorganizado. Leonel disse que convidou uns amigos para jogar vídeo game e não tivera tempo para reparar a bagunça pois todos saíram tarde, já pela madrugada.
Raia, por sua vez, menos parceira e mais executiva, pensou desanimada:
- Meu Deus isso não pode estar acontecendo comigo?
A vontade de causar uma surpresa dá então lugar a uma sensação de ilusão desfeita, que logo fermenta uma raiva impossível de ser contida e nesse crescente, Raia explode em si mesma e diz:
- Não consigo entender isso Leonel, você não passa de um moleque. Como é possível deixar o apartamento neste estado e ignorar o quanto desagradável é ver uma cena de tanto desleixo num lugar onde deve existir respeito.
- Raia, eu não esperava que você voltasse hoje. Disse Leonel.
Raia retruca:
- Pois é, eu quis fazer uma surpresa e eu recebo isso! É como se a minha vida normal dependesse de avisar quando vou estar e quando não vou estar.
Palavras ríspidas, olhares enraivecidos, gestos traídos, expressões de reprovação, tons agressivos de voz, tudo ao mesmo tempo, um conjunto perfeito de destruição, que ocupa espaços sem pedir licença. O início de algo, cuja necessidade é quase sempre duvidosa.
Passaram-se meses, Raia começou a se sentir cansada e desanimada. Exigências no trabalho tomavam lugar da intimidade e apontavam para mudanças mais significativas. Leonel a procurava, mas ela sempre estava muito cansada para maiores intimidades.
O relacionamento que antes tinha espaço para saídas e companhia ganhava tintas de tensão. O espaço que antes era oportunidade para compartilhar mais coisas juntos, agora também é o espaço para observação de comportamentos e atitudes. Raia se irritava quando percebia que Leonel passava horas dando atenção ao vídeo game e internet, passando a sentir uma certa angústia e mal estar na companhia de Leonel.
Para Leonel, as constantes implicações de Raia, indicavam que já não são mais os mesmos um para o outro.
O bom diálogo e a exposição de sentimentos verdadeiros dá lugar às ações sem muita reflexão, e sobretudo sem a reflexão conjunta da situação. Leonel resolve que irá separar de Raia e a princípio ela tem um choque com a notícia, e sem procurar explorar as razões da tal decisão, passa a brigar com ele, dizendo:
- Você é um ingrato! Não sabe reconhecer tudo que eu fiz: sempre dei apoio a você, muita coisa melhorou para você depois que você veio para o meu apartamento, e como pagamento, o que eu recebo? Sua ingratidão.
Leonel pega as suas malas, sai nervoso e bate à porta.
Raia chora e sente-se infeliz com atitude de Leonel, mas resolve que se manterá firme na sua posição. Passadas algumas semanas, as marcas do relacionamento são dissipadas, o apartamento volta a ter a características que Raia lhe dava antes da chegada de Leonel mas, algo dentro dela chora e ainda lamenta a falta de Leonel.
Raia, procura por Leonel, reaproximam-se, mas 'cada um no seu canto', até se desentenderem novamente.
Raia desta vez, toma a iniciativa do rompimento e diz para Leonel:
- Estou cansada de você ficar muito tempo dedicando-se a coisas sem sentido e deixar comigo as responsabilidades e as despesas.
Leonel, aceita a crítica e sai com juras de que jamais voltaria a relacionar-se com Raia.
Relacionar-se, implica em 'dar e receber amor em equilíbrio[19] para que os envolvidos possam ver um ao outro como realmente são, e aceitarem-se. No caso que acabamos de acompanhar, percebe-se claramente um relacionamento no qual as pessoas assumem papéis de 'salvador e vítima'.
Quando isso acontece, há uma negação interna tanto da vítima como do salvador, que não é externada, para manter um sigilo, pois, sempre é mais fácil ver a vítima no outro do que ver a vítima de si mesmo. Da mesma forma, também é mais fácil ver o salvador no outro do que em si mesmo.
Esses dois personagens vão buscar no mundo externo a parte que rejeitam em si[20], por falta de compreensão consigo mesmo, porque sentem necessidade de completar a parte oposta.
A busca de alternativas de preenchimento usando o que está no mundo externo acontece quando não se consegue identificar e compreender a origem da vítima ou salvadora que é carregada dentro de si mesmo.
Quando esse encontro acontece, as duas pessoas envolvidas normalmente acreditam com bastante convicção, que conhecem um ao outro como se conhecem a si mesmos. O fato é que realmente tem esse conhecimento, porque o projetam inconscientemente no outro a sua contraparte, vítima ou salvador, e isso impede de ver o outro como realmente ele ou ela é.
Essa uma forma que a própria natureza humana propicia para equilibrar o sentimento que carrega. É a lei do equilíbrio, e dessa forma torna-se possível que cada pessoa consiga externamente aquilo que não consegue internamente, e então, defeitos e virtudes são mais facilmente vistos no outro, e raramente em nós mesmos.
A vítima interna (do salvador) é assumida com consciência a partir do momento que este consegue desenvolver em si o que antes buscava de atrativo na vítima externa, como vimos no caso, a alegria, espontaneidade, sensibilidade e amor.
Ao compreender a origem de suas dificuldades e explorar suas capacidades para identificar a origem dos seus sentimentos e entendê-los, o salvador passa a cuidar da sua vítima interna e percebe aos poucos que fica livre do controle porque passa a olhar para os motivos dos sentimentos, que se resumem a medos e rejeições, e os transforma em compreensão amorosa consigo mesmo.
O salvador interno (da vítima), quando é reconhecido e está desenvolvido, equilibra sentimento de autodesvalorização com pensamento mais racional e prático, e o aplica em um próximo relacionamento no qual passa a ter a necessidade natural e espontânea de compartilhar as atividades, as trocas de conhecimento, o exercício de responsabilidades, o respeito e a admiração que fluem naturalmente de ambas as partes envolvidas.
Há uma forma fácil de definir os dois personagens, podemos entender que o salvador é o pensador que tem medo do que sente e a vítima é sentimento que tem medo do que pensa. Normalmente, como no caso de Raia e Leonel, se desenvolve o comportamento dependente. Leonel demonstra um comportamento espontâneo, alegre, sensível e amoroso, mas tem dificuldade em organizar a própria vida de forma consistente, assim é atraído por Raia que tem essa forma de comportamento desenvolvida, mas por outro lado, tem dificuldade em manifestar um comportamento mais solto, alegre, espontâneo, sensível e amoroso, eles se atraem numa relação que busca pelo equilíbrio, e se completam transferindo um ao outro o que têm, e buscando um do outro o que lhes falta, entretanto para que isso traga benefícios aos dois é fundamental manter um diálogo aberto e tranquilo.
A valorização do relacionamento está na capacidade de olhar sua real carência interna e dizer:
- Agora, eu vejo você.
- Obrigada! Por fazer com que eu a compreenda.
- Sim! Eu amo você e lhe reconheço como parte minha.
Nesse momento, acontece a integração daquilo que era segregado pela própria pessoa para que esteja unido a ela e que, com consciência, possa ser manifestado.
Isto é fundamental e necessário para que se consiga a liberdade para amar e para ser amada, da mesma forma como foi feito com parte que agora está integrada.
A maioria das mulheres dificilmente abandonam responsabilidades, o que muitas vezes é o motivo pelo qual assumem várias coisas ao mesmo tempo. A mulher que sabe fazer, pouco usa sua experiência para delegar. Assumir muitas responsabilidades que poderiam ser compartilhadas, é estar em uma condição inconsciente de ser superior ao homem e essa é a verdadeira razão dela manter o encargo ao invés de dividi-lo. No momento que ela percebe que dividir encargos é permitir que o outro possa dar a ela a condição de receber, e que esse movimento lhe conduz à fazer e ao outro retribuir, e enquanto isso seja um fluxo e não uma necessidade, é que então prepondera o equilíbrio na vida do casal.
Há um lado sentimental muito pronunciado em algumas mulheres, essas mulheres em particular não conseguem ou simplesmente não fazem distinção nem separação entre o que é amor e o que é sexo. Não porque não haja diferença, mas sim porque integram fortemente as duas coisas.
Para esse tipo de mulher não haverá "entrega" se o homem que a acompanha não a ouve, e por não participar ou não tentar compreender seus anseios e temores, não a conhece. Com o tempo, ela própria passa a ter certo receio para expor seus anseios e temores, e com isso, os momentos de real intimidade passam a ser resguardados. A mágica que dá motor ao relacionamento íntimo é substituída por desejos secretos não satisfeitos até que o casal perceba a necessidade de expressar sentimentos. Mas, expressar esses sentimentos é uma arte que depende de boa comunicação.
...e olhando o outro lado
A praticidade e a objetividade, sejam elas mais ou menos acentuadas, é uma característica de quase todos os homens, sendo assim, é comum que o homem tenha pouca paciência para ouvir uma mulher que necessita de muitas palavras para expressar apenas um sentimento. Mas este mesmo homem é extremamente sensível à imagem que a mulher tem dele, sendo essa uma preocupação que o ronda desde a adolescência.
O jovem adolescente se inicia muitas vezes, com mais de uma mulher, como se fosse um ritual de preparação para não falhar com sua escolhida (que só a vivência dirá se é a definitiva). Pois é forte o código social de que ao casar ele tem que satisfazer a mulher, ou seja, o resultado parece ser mais privilegiado do que o sentimento.
Enquanto isso, ela, a mulher, para uma parcela que é a grande maioria da sociedade, se casará e será uma "esposa", uma cuidadora e administradora, tendo o marido como provedor. Nessa condição, a "mulher" praticamente é substituída pela "esposa". Essa função de "esposa" pode sufocá-la, deixando-a sem energia para ser a "mulher". E isso certamente vai acontecer se a sua função se converter num compromisso solitário de constante resolução de problemas domésticos e de ocupação centrada nas decisões relacionadas à família.
Se a mulher chegar ao ponto de expressar ou demonstrar para o homem os momentos nos quais ele se mostra fraco, teimoso, chato, incompetente, egoísta, insensível e intolerante, ela estará expressando sua rejeição aos atributos mais masculinos que inconsciente estão se manifestando nela mesma (a mulher passa a exigir do homem aquilo que ela exige de si mesma), pois começa a se ver mais racional do que emotiva. Quando não diz por palavras ela pensa e age, e isso é suficiente para minar aos poucos a relação de carinho entre eles.
A mulher de hoje bebe cada vez mais da mesma fonte de poder masculino e se afasta da sua fonte feminina sem avaliar consequências. Com isso, homens e mulheres perdem na troca de conhecimento e vivências. A forma de comportamento masculino, está para ser compartilhada, e não imitada pela mulher.
Mulher, em consideração à sua liberdade não permita que a sociedade guie os seus passos e decisões de forma a perder o que lhe é mais precioso, que é a sua capacidade de amar e compreender.
Partindo disso, vamos considerar que quando iniciamos um relacionamento, seja amizade seja intimidade, a atração que acontece, surge da comparação entre o que vemos na pessoa e o que entendemos daquilo que está sendo visto, isto é automático. Se o nosso entendimento nos agrada, o relacionamento tem seu início, caso contrário, não há aproximação, ou há mera formalidade.
É importante notar como a interpretação que fazemos dos sinais corporais e faciais do outro às vezes se transforma em barreira que impede uma aproximação. Se o sinal se traduz em simpatia nos aproximamos, se não se traduz em simpatia, nos mantemos indiferentes, ou evitamos o contato, ou nos afastamos.
Certas expressões faciais podem causar repulsa. Uma expressão facial muito séria quase sempre é uma barreira. Inversamente, um sorriso franco, daqueles que até os olhos sorriem, sempre causa uma impressão positiva, sobretudo no pensamento de quem o vê, ou é recebido assim.
Mas, nos afastarmos ou nos aproximarmos depende de como estamos em relação a esses sinais, porque o que eles representam para nós pode nos causar indiferença, tanto a expressão séria, como o sorriso franco. Por isso, tudo está diretamente ligado à forma como vemos o outro, e aí é que está o ponto central da questão; Somos o reflexo dos nossos próprios sentimentos, e vemos no outro o que vemos em nós. O que gostamos e o que não gostamos. Resultado das percepções a partir de nossas inferências.
Se você estiver nervosa vai transmitir esse nervosismo através do corpo e das expressões faciais, e as pessoas vão perceber que tem algo errado acontecendo. Cada qual fará a sua própria interpretação do momento (inferências), isso também acontece conosco em relação ao nervosismo sentido pelo outro. Podemos dizer que é uma espécie de instinto que temos.
Como já foi visto, o valor dado ao relacionamento está diretamente ligado à capacidade de amor que cada uma trás da experiência que obteve com os seus pais de origem, não importa o tipo de situação vivida. É algo que começou na vida intrauterina e que criou um vínculo, e essa experiência permanece arquivada mentalmente e afeta nosso padrão de amor nos relacionamentos.
É uma situação muito tênue, não temos consciência deste arquivo. Para entender isso, podemos como tentativa de prova de sua existência, compará-lo ao fato de que não nos damos conta do oxigênio que junto com nosso sangue circula em nosso corpo e afeta o funcionamento de cada célula que temos.
Este arquivo e esta capacidade, definem com muita clareza como direcionamos nosso comportamento amoroso nos relacionamentos. Isto é fundamental: "só pode existir amor quando o julgamento estiver ausente". Esta é uma experiência que só é possível através do fluxo gerado entre pais e filhos, não como pessoas, mas como sequência e continuidade de um sentimento, uma energia, a energia do relacionamento.
Não se julga os pais, a menos que se queira julgar a própria origem, que se queira julgar a própria concepção. É uma atitude de dentro, muito profunda. Para isso é preciso ter muito discernimento do que é gerar uma vida e as ações de quem gera essa mesma vida.
Se a alma estiver feliz com aquilo que possui e motivada para as coisas que faz, podemos dizer que o amor já existe e será fácil nos aproximarmos das pessoas, porque assim, a alma nos torna radiante, e radiante, faz do rosto e do corpo um convite para o relacionamento. Entenda a partir disso, como o seu estado de ânimo pode contagiar o outro para uma aproximação ou retirada, para união ou para julgamento.
Para valorizar um relacionamento é necessário ir fundo no sentimento interno e saber observar os efeitos que causamos no outro com o nosso comportamento. É sempre mais tranquilo justificar nossas falhas atribuindo ao outro a responsabilidade por elas.
No relacionamento sempre existirá causa e efeito em tudo o que acontece entre as partes, porque todo comportamento é dirigido pela lei do 'dar' e do 'receber', tão simples como o alimento que todo ser vivo necessita para continuar vivendo. Observe a si mesma e veja que tipo de tratamento está dando e saberá por que recebe o tipo de tratamento que está recebendo.
Faça um exame.
Pode ser que quando alguém lhe ajuda, imediatamente sente uma necessidade interna de retribuir para se equilibrar e se sentir bem. Mas, se gosto de dar de mim e não sei receber de alguém, como fica o outro que só recebe?
Muitos relacionamentos estão baseados no salvador e na vítima, se coloque como salvadora e depois como vítima e veja em que posição se sente melhor. O 'dar' como salvador e 'receber' como vítima chega a um momento que o salvador quer ser a vítima por sentir-se sem o correspondente amor e a vítima também chega a um ponto que sente que necessita ser 'salvador' para ter sentido de vida, nesse caso ambos estão carentes de amor.
Para não ser doentia, essa relação de forças precisa evoluir para uma situação de equilíbrio, que passa pelo reconhecimento de que falta o amor incondicional, e para chegar a esse ponto é necessária a iniciativa de um dos dois lados da relação e o consentimento de consciência de ambos de que é preciso uma mudança, movida pela vontade, não pelo desejo, manifestada mais pelas ações e menos pelas palavras.
Normalmente, o salvador se cansa primeiro e passa a perceber que possui uma vítima própria dentro de si e resolve assumir, olhar e compreender o que falta nela mesma para voltar a acreditar na sua força e seguir a sua vida. Quanto à vítima, sofrerá na posição de dependência até que descubra que possui um salvador próprio dentro de si.
Vamos a um exemplo:
Raia, uma mulher de grande competência e já bem posicionada em sua carreira, pela ação de uma amiga, encontrou-se com Leonel, um rapaz alegre, praticante de esportes, e que trabalha como professor de educação física. O primeiro encontro acontece num barzinho, bem ao estilo esportivo de Leonel, os dois conversaram por horas e Raia foi sentindo um crescente de encanto misturado com admiração e até mesmo um pouco de inveja, pois Raia encontrou em Leonel a leveza, a objetividade, a alegria contagiante e o 'bom astral' em conversas maduras, cheias de sentido, permeadas com brincadeiras bem apropriadas para o momento.
Ambos tiveram interesse em se encontrar novamente, e assim novos encontros se repetiam, até que quase um ano mais tarde, Raia propõe a Leonel morarem juntos, dizendo:
- Poderíamos compartilhar ainda mais coisas, juntos.
Leonel concordou, e se mudou na semana seguinte para o apartamento de Raia, que logo sentia as mudanças causadas pelo novo modo de vida. Leonel chegava, cuidava do jantar, maravilhando Raia com surpresas que sua facilidade e habilidade na cozinha proporcionavam.
Alguns meses mais tarde, Raia recebe uma nova promoção na empresa, e devido a isso faz viagens rápidas e esporádicas. Entretanto, para atender uma reunião de planejamento, Raia teria que se ausentar por quinze dias.
Pensando em uma surpresa agradável, Raia consegue antecipar sua volta, mas quando chega em casa, ela mesma é surpreendida pelo que vê.
Não era o horário habitual de chegada de Leonel, e o apartamento estava quase irreconhecível. Louças acumuladas, copos espalhados pela casa, embalagens de produtos deixadas pelo chão e sobre os sofás, CDs fora da estante.
O quarto, onde sempre se anulavam as distancias, estava todo desarrumado, toalhas pelo chão se confundiam em odores.
Raia, com certo horror, pensou numa possível invasão do apartamento como a única forma de entender tal desordem.
Leonel chega e quando percebe a presença de Raia, larga sobre mesa os pacotes de compras que trazia e com seu jeito habitual, e envolve Raia num abraço afetuoso.
Mais contrariada do que acolhida, Raia pergunta a Leonel porque o apartamento estava tão desorganizado. Leonel disse que convidou uns amigos para jogar vídeo game e não tivera tempo para reparar a bagunça pois todos saíram tarde, já pela madrugada.
Raia, por sua vez, menos parceira e mais executiva, pensou desanimada:
- Meu Deus isso não pode estar acontecendo comigo?
A vontade de causar uma surpresa dá então lugar a uma sensação de ilusão desfeita, que logo fermenta uma raiva impossível de ser contida e nesse crescente, Raia explode em si mesma e diz:
- Não consigo entender isso Leonel, você não passa de um moleque. Como é possível deixar o apartamento neste estado e ignorar o quanto desagradável é ver uma cena de tanto desleixo num lugar onde deve existir respeito.
- Raia, eu não esperava que você voltasse hoje. Disse Leonel.
Raia retruca:
- Pois é, eu quis fazer uma surpresa e eu recebo isso! É como se a minha vida normal dependesse de avisar quando vou estar e quando não vou estar.
Palavras ríspidas, olhares enraivecidos, gestos traídos, expressões de reprovação, tons agressivos de voz, tudo ao mesmo tempo, um conjunto perfeito de destruição, que ocupa espaços sem pedir licença. O início de algo, cuja necessidade é quase sempre duvidosa.
Passaram-se meses, Raia começou a se sentir cansada e desanimada. Exigências no trabalho tomavam lugar da intimidade e apontavam para mudanças mais significativas. Leonel a procurava, mas ela sempre estava muito cansada para maiores intimidades.
O relacionamento que antes tinha espaço para saídas e companhia ganhava tintas de tensão. O espaço que antes era oportunidade para compartilhar mais coisas juntos, agora também é o espaço para observação de comportamentos e atitudes. Raia se irritava quando percebia que Leonel passava horas dando atenção ao vídeo game e internet, passando a sentir uma certa angústia e mal estar na companhia de Leonel.
Para Leonel, as constantes implicações de Raia, indicavam que já não são mais os mesmos um para o outro.
O bom diálogo e a exposição de sentimentos verdadeiros dá lugar às ações sem muita reflexão, e sobretudo sem a reflexão conjunta da situação. Leonel resolve que irá separar de Raia e a princípio ela tem um choque com a notícia, e sem procurar explorar as razões da tal decisão, passa a brigar com ele, dizendo:
- Você é um ingrato! Não sabe reconhecer tudo que eu fiz: sempre dei apoio a você, muita coisa melhorou para você depois que você veio para o meu apartamento, e como pagamento, o que eu recebo? Sua ingratidão.
Leonel pega as suas malas, sai nervoso e bate à porta.
Raia chora e sente-se infeliz com atitude de Leonel, mas resolve que se manterá firme na sua posição. Passadas algumas semanas, as marcas do relacionamento são dissipadas, o apartamento volta a ter a características que Raia lhe dava antes da chegada de Leonel mas, algo dentro dela chora e ainda lamenta a falta de Leonel.
Raia, procura por Leonel, reaproximam-se, mas 'cada um no seu canto', até se desentenderem novamente.
Raia desta vez, toma a iniciativa do rompimento e diz para Leonel:
- Estou cansada de você ficar muito tempo dedicando-se a coisas sem sentido e deixar comigo as responsabilidades e as despesas.
Leonel, aceita a crítica e sai com juras de que jamais voltaria a relacionar-se com Raia.
Relacionar-se, implica em 'dar e receber amor em equilíbrio[19] para que os envolvidos possam ver um ao outro como realmente são, e aceitarem-se. No caso que acabamos de acompanhar, percebe-se claramente um relacionamento no qual as pessoas assumem papéis de 'salvador e vítima'.
Quando isso acontece, há uma negação interna tanto da vítima como do salvador, que não é externada, para manter um sigilo, pois, sempre é mais fácil ver a vítima no outro do que ver a vítima de si mesmo. Da mesma forma, também é mais fácil ver o salvador no outro do que em si mesmo.
Esses dois personagens vão buscar no mundo externo a parte que rejeitam em si[20], por falta de compreensão consigo mesmo, porque sentem necessidade de completar a parte oposta.
A busca de alternativas de preenchimento usando o que está no mundo externo acontece quando não se consegue identificar e compreender a origem da vítima ou salvadora que é carregada dentro de si mesmo.
Quando esse encontro acontece, as duas pessoas envolvidas normalmente acreditam com bastante convicção, que conhecem um ao outro como se conhecem a si mesmos. O fato é que realmente tem esse conhecimento, porque o projetam inconscientemente no outro a sua contraparte, vítima ou salvador, e isso impede de ver o outro como realmente ele ou ela é.
Essa uma forma que a própria natureza humana propicia para equilibrar o sentimento que carrega. É a lei do equilíbrio, e dessa forma torna-se possível que cada pessoa consiga externamente aquilo que não consegue internamente, e então, defeitos e virtudes são mais facilmente vistos no outro, e raramente em nós mesmos.
O salvador e a Vítima 21
Podemos dizer que o salvador tem um comportamento controlador que é na maioria das vezes guiado pelo pensamento. O salvador tem dificuldade para liberar o sentimento contrário (vítima interior) e por isso é atraído por alguém que como vítima, tem facilidade para seus sentimentos, sejam positivos ou negativos.A vítima interna (do salvador) é assumida com consciência a partir do momento que este consegue desenvolver em si o que antes buscava de atrativo na vítima externa, como vimos no caso, a alegria, espontaneidade, sensibilidade e amor.
Ao compreender a origem de suas dificuldades e explorar suas capacidades para identificar a origem dos seus sentimentos e entendê-los, o salvador passa a cuidar da sua vítima interna e percebe aos poucos que fica livre do controle porque passa a olhar para os motivos dos sentimentos, que se resumem a medos e rejeições, e os transforma em compreensão amorosa consigo mesmo.
Vítima
A vítima nega seu potencial de liderança e tem dificuldade para lidar com o seu pensamento racional (salvador interno). A vítima, sente medo de não conseguir manter um compromisso de organizar a sua vida, e suprir o que lhe falta, e passa a olhar o salvador de dentro de si, sentindo medo da responsabilidade que deverá assumir. Diante disso, pode e caso queira, atrair o salvador externo para suprir essa falta ou reconhecer suas capacidades, e assim persistir até sentir que ganhou a segurança necessária para dar vida às suas realizações.O salvador interno (da vítima), quando é reconhecido e está desenvolvido, equilibra sentimento de autodesvalorização com pensamento mais racional e prático, e o aplica em um próximo relacionamento no qual passa a ter a necessidade natural e espontânea de compartilhar as atividades, as trocas de conhecimento, o exercício de responsabilidades, o respeito e a admiração que fluem naturalmente de ambas as partes envolvidas.
Há uma forma fácil de definir os dois personagens, podemos entender que o salvador é o pensador que tem medo do que sente e a vítima é sentimento que tem medo do que pensa. Normalmente, como no caso de Raia e Leonel, se desenvolve o comportamento dependente. Leonel demonstra um comportamento espontâneo, alegre, sensível e amoroso, mas tem dificuldade em organizar a própria vida de forma consistente, assim é atraído por Raia que tem essa forma de comportamento desenvolvida, mas por outro lado, tem dificuldade em manifestar um comportamento mais solto, alegre, espontâneo, sensível e amoroso, eles se atraem numa relação que busca pelo equilíbrio, e se completam transferindo um ao outro o que têm, e buscando um do outro o que lhes falta, entretanto para que isso traga benefícios aos dois é fundamental manter um diálogo aberto e tranquilo.
A valorização do relacionamento está na capacidade de olhar sua real carência interna e dizer:
- Agora, eu vejo você.
- Obrigada! Por fazer com que eu a compreenda.
- Sim! Eu amo você e lhe reconheço como parte minha.
Nesse momento, acontece a integração daquilo que era segregado pela própria pessoa para que esteja unido a ela e que, com consciência, possa ser manifestado.
Isto é fundamental e necessário para que se consiga a liberdade para amar e para ser amada, da mesma forma como foi feito com parte que agora está integrada.
Assumindo o encargo
Percebemos mulheres casadas que começam a perder o interesse pelo marido e o amor de antes, aquele amor "de casalzinho feliz", acaba. No lugar pode ficar uma grande frustração de estar casada e com filhos para educar, e com uma família talvez diferente do ideal imaginado por elas.A maioria das mulheres dificilmente abandonam responsabilidades, o que muitas vezes é o motivo pelo qual assumem várias coisas ao mesmo tempo. A mulher que sabe fazer, pouco usa sua experiência para delegar. Assumir muitas responsabilidades que poderiam ser compartilhadas, é estar em uma condição inconsciente de ser superior ao homem e essa é a verdadeira razão dela manter o encargo ao invés de dividi-lo. No momento que ela percebe que dividir encargos é permitir que o outro possa dar a ela a condição de receber, e que esse movimento lhe conduz à fazer e ao outro retribuir, e enquanto isso seja um fluxo e não uma necessidade, é que então prepondera o equilíbrio na vida do casal.
Descobrindo a realidade
- Conversa de travesseiroHá um lado sentimental muito pronunciado em algumas mulheres, essas mulheres em particular não conseguem ou simplesmente não fazem distinção nem separação entre o que é amor e o que é sexo. Não porque não haja diferença, mas sim porque integram fortemente as duas coisas.
Para esse tipo de mulher não haverá "entrega" se o homem que a acompanha não a ouve, e por não participar ou não tentar compreender seus anseios e temores, não a conhece. Com o tempo, ela própria passa a ter certo receio para expor seus anseios e temores, e com isso, os momentos de real intimidade passam a ser resguardados. A mágica que dá motor ao relacionamento íntimo é substituída por desejos secretos não satisfeitos até que o casal perceba a necessidade de expressar sentimentos. Mas, expressar esses sentimentos é uma arte que depende de boa comunicação.
...e olhando o outro lado
A praticidade e a objetividade, sejam elas mais ou menos acentuadas, é uma característica de quase todos os homens, sendo assim, é comum que o homem tenha pouca paciência para ouvir uma mulher que necessita de muitas palavras para expressar apenas um sentimento. Mas este mesmo homem é extremamente sensível à imagem que a mulher tem dele, sendo essa uma preocupação que o ronda desde a adolescência.
O jovem adolescente se inicia muitas vezes, com mais de uma mulher, como se fosse um ritual de preparação para não falhar com sua escolhida (que só a vivência dirá se é a definitiva). Pois é forte o código social de que ao casar ele tem que satisfazer a mulher, ou seja, o resultado parece ser mais privilegiado do que o sentimento.
Enquanto isso, ela, a mulher, para uma parcela que é a grande maioria da sociedade, se casará e será uma "esposa", uma cuidadora e administradora, tendo o marido como provedor. Nessa condição, a "mulher" praticamente é substituída pela "esposa". Essa função de "esposa" pode sufocá-la, deixando-a sem energia para ser a "mulher". E isso certamente vai acontecer se a sua função se converter num compromisso solitário de constante resolução de problemas domésticos e de ocupação centrada nas decisões relacionadas à família.
Se a mulher chegar ao ponto de expressar ou demonstrar para o homem os momentos nos quais ele se mostra fraco, teimoso, chato, incompetente, egoísta, insensível e intolerante, ela estará expressando sua rejeição aos atributos mais masculinos que inconsciente estão se manifestando nela mesma (a mulher passa a exigir do homem aquilo que ela exige de si mesma), pois começa a se ver mais racional do que emotiva. Quando não diz por palavras ela pensa e age, e isso é suficiente para minar aos poucos a relação de carinho entre eles.
A mulher de hoje bebe cada vez mais da mesma fonte de poder masculino e se afasta da sua fonte feminina sem avaliar consequências. Com isso, homens e mulheres perdem na troca de conhecimento e vivências. A forma de comportamento masculino, está para ser compartilhada, e não imitada pela mulher.
Mulher, em consideração à sua liberdade não permita que a sociedade guie os seus passos e decisões de forma a perder o que lhe é mais precioso, que é a sua capacidade de amar e compreender.
[19] Bert Hellinger a ordem do dar e receber, sendo que usadas em
equilíbrio gera harmonia, quando alguém dá mais do que recebe, acaba cansada e com faltas, aquele que recebe
também se torna enfraquecido e sem valor por sempre necessitar receber.
[20] Projeção da sombra, segundo C.G. Jung.
[20] Projeção da sombra, segundo C.G. Jung.
[21] Carl Gustav Jung, fundador da psicologia
analítica, nos alerta que, por trás do desejo de ajudar e salvar os outros
(complexo do salvador), muitas vezes há uma dinâmica inconsciente: o complexo
da vítima.
Texto retirado do Livro ZOZ - Mulheres Libertem sua Alma
Direitos autorais Margareth Maria Demarchi
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