A briga com o espelho
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Autor Aline Charane M.
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 1/13/2014 10:51:11 PM
Numa manhã nesta semana estava num banheiro de mulheres, e enquanto escovava meus dentes, uma moça lutava com seu cabelo na frente do espelho. Ela tinha os cabelos levemente ondulados, compridos, e havia amarrado eles com um prendedor de cabelos. O que me chamou a atenção é que durante algum tempo ela molhava sua mão na pia e passava no cabelo, como se tivesse levando uma parte de suas mechas para trás da orelha. Ela repetiu o movimento por alguns instantes e pensei comigo: o que ela está fazendo? Ao identificar meu olhar intrigado (é incrível como as mulheres se comunicam sem palavras!), ela me respondeu: “Estou tentando colocar uns “chifrinhos” para trás da orelha, mas meu cabelo é muito rebelde, eu tenho uma raiva disto que você nem imagina”. E diante daquele exposto só pude falar: “É incrível como enxergamos coisas absurdas em nós mesmos, eu não estou vendo nada de errado com seu cabelo”. Ela sorriu e saiu. E eu juro para vocês, eu realmente não vi nenhum “chifrinho” ou “cabelo rebelde” ali.
Fiquei pensando na luta das pessoas com sua imagem refletida no espelho, um comportamento que encontramos mais precisamente nas mulheres! E pasmem, logo de manhã. Como é passar o dia olhando-se no espelho e vendo defeitos, que talvez sejam apenas frutos de nossa imaginação?
É engraçado porque, se você entra num banheiro feminino coletivo destes que tem um espelho enorme (sim, banheiros femininos possuem espelhos enormes!!!) e reparar nas feições das mulheres diante deste objeto, o que verá serão suspiros e certa frustração, isso quando você não vê mulheres que passam com a cabeça baixa diante do aparato sem ao menos olhar o que está à sua frente. Até hoje eu não encontrei ninguém que tivesse uma expressão de contentamento com sua imagem refletida (você percebe isso através da postura corporal). Ainda não tenho certeza se é uma modéstia das mulheres, ou se realmente elas estão infelizes com o que encontram. Confesso que gostaria que fosse a primeira opção.
Ok, tenho que concordar que em nossa sociedade capitalista, consumista, temos uma mídia que nos empurra goela abaixo um estereótipo de beleza, colocando em nossas mentes um padrão físico inatingível e junto com essa imagem implantada a seguinte mensagem subliminar: “é assim que você precisa ser para ser feliz, ser aceita e ser amada!!!”. E, que fugir desta “verdade” é como nadar contra a correnteza em mar aberto. Mas, ao estar neste oceano, digo a vocês, ou vocês nadam e tentam se salvar em uma ilha segura, ou vocês serão arrastados por essa correnteza, sabe Deus para onde, provavelmente para uma morte.
E se vocês pensam que a briga com o espelho é privilégio dos menos “favorecidos” no quesito “beleza física dentro dos padrões mídia”, estão redondamente enganados. Existem milhares de pessoas que estão dentro deste perfil imposto, e que ao se deparar com o “monstro do espelho” ficam tão horrorizados quanto nós reles mortais. Prova disto são as incessantes matérias de beldades que ao nosso olhar estão lindos e perfeitos, mas, ainda assim, arriscam suas vidas em dietas mirabolantes e processos invasivos que mais parecem cena de Jogos Mortais (não estou falando somente de mulheres, existem muitos homens nesta situação). Eu mesmo, já tive a oportunidade de ter no meu consultório, mulheres lindas, que me procuraram por uma estima baixíssima. Que loucura é essa? O que está acontecendo com estas pessoas? Se elas estão dentro dos “padrões mídia” porque ainda não se sentem bonitas?
Quero deixar claro que eu apoio as pessoas que buscam se sentir melhor com sua imagem, seja através de exercícios físicos, seja através de procedimentos de beleza não invasivos. O que não consigo tolerar é quando estes procedimentos utilizados são extremos. É saudável buscar recursos para se sentir bem. O exercício físico, por exemplo, é ótimo para liberação de uma série de hormônios que produzem a sensação de bem-estar, além de melhorar corpo, mente de uma forma geral. Mas, quando fazer exercícios se torna prioridade, a ponto de você deixar de sair com os amigos, família, deixar de fazer um curso, aí é hora de soar um alerta.
Quanto aos procedimentos cirúrgicos, sou categórica: apenas em necessidades funcionais. Todo processo invasivo deixar marcas em nosso corpo energético, e quem entende um pouco de terapia vibracional sabe disto. Você pode até usar anestesia ou ser forte à dor, mas essa ruptura ficará ali marcada no teu campo. Além disto, li o resultado de uma pesquisa recente, onde mostrava pessoas que tinham se submetido a intervenções cirúrgicas estéticas e ainda continuavam de mal com o espelho. A autoestima tinha dado o “ar da graça” durante um tempo, mas após um período, eles se olhavam no espelho e descobriam outra coisa que os deixavam frustrados. Ou seja, a maioria das pessoas que passaram por tratamentos estéticos invasivos ainda não se sentia bem consigo mesmo!
Novamente, eu não sou contra a busca de processos estéticos, desde que os mesmos não ultrapassem um limite. Mas se aqueles que o buscaram de alguma forma invasiva, e hoje se sentem bem e realizados, ok, então está válido. Mas não é o que eu vejo por aí.
Deixando minha opinião de lado, uma reflexão gostaria de deixar. Baixa estima é um mal que atinge mais de 90% da população. Estima significa mais que uma imagem no espelho, envolve todo o teu ser, comportamentos, pensamentos etc., portanto ficaremos com a reflexão apenas de nossa imagem física, por enquanto. Sugiro que vocês se olhem no espelho e percebam suas reações diante dele. Muitas pessoas não conseguem ficar muito tempo se olhando sem começar a procurar defeitos. Isto é um HÁBITO. Sim, um hábito! Habituamo-nos e aprendemos a ser assim. E como todo hábito, nós podemos mudar esta percepção. Como disse Margaret Wolfe Hungerford: “A beleza está nos olhos de quem vê”. Então os convido a fazer o seguinte exercício: olhem-se no espelho e comecem a ver apenas aquilo que os tornam bonitos. Se não achar nada (o que para mim é apenas um sintoma da baixa estima), comece com seus olhos. Pense como seria se você não enxergasse. Quantas coisas lindas você deixaria de conhecer, seu mundo seria sombras e escuridão. Portanto, seus olhos são realmente muito bonitos, não concorda?
Quando um amigo muito querido chega perto de você se queixando do quanto se sente mal, se sente feio, desinteressante, o que você costuma dizer a ele? Você não diz: “realmente você tá um bagaço!”, então o que você diz? Você procura levantar seu astral, não é verdade? E por mais que você não o veja como um top model, pelo menos o faz pensar assim, porque você gosta dele, é seu amigo, quer que ele esteja feliz, esteja bem. Então porque não fazemos o mesmo com aquele amigo que aparece refletido no espelho??? Pense nisto.
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Terapeuta, Consteladora Familiar, Facilitadora de vivências em grupo; Atendimento terapêutico via Skipe, Joinville, SC E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |