Desapegando-se do desapego [ parte 2 ]
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Autor Zhannko Idhao Tsw
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 26/01/2010 17:17:07
[ Segunda parte ]
Voltando a Redfield, que usa técnica semelhante, mas com nome diferente, identificar os padrões é o primeiro passo para conseguir ir além deles. Para isso a prática da meditação pode ser de grande valia. Tanto Castaneda, como Redfield, ou Gurdfief e tantos outros pensadores, recomendam a mesma prática, que no final se resume a: observar atentamente. Essa prática também é conhecida, como Lucidez. A idéia central dessa prática é estar plenamente atento para perceber e identificar os padrões usados por nós. Uma vez conseguido isso podemos seguir o padrão ou elaborar uma nova resposta. Dessa forma deixamos de ser autômatos que respondem de forma programa e passamos a ser donos de nossas prórpias vidas. Uma vez que possamos reelaborar nossas respostas estamos libertos das correntes da personalidade e podemos finalmente trazer para nossa vida mudanças reais.
Agora, que temos melhor compreenção sobre nós mesmos, e já aprendemos a enchergar além de nossos próprios padrões, podemos voltar àquelas perguntas iniciais: "Quem está sentido isso, quem está desejando isso?" Talvez agora possamos perceber porque algumas coisas nos atraem, e outros nos repelem, porque algumas coisas nos agradam e outras não. Via de regra, e salvo diferenças fisiológicas inerentes a cada um, aquilo que nos agrada é o que está associado, a vivências agradáveis, e o que nos desagrada está associado a vivências desagráveis. Obviamente a coisa não é tão simples assim, mas vou limitar-me a esse enunciado para não estender cansativamente a explicação, mesmo correndo o risco de pecar na clareza. Dessa forma, quando dizemos "eu gosto", na verdade queremos dizer "já passei por experiência semelhante a essa e ela me foi agradável".
Então, respondendo à pergunta "Quemm gosta": Ninguém gosta. Isso mesmo, porque gostar nada mais é do que uma resposta automática a uma dada situação, aprendida anteriormente, e reforçada posteriormente, repetidas vezes, em cada situação semelhante a que essa reposta é invocada.
Neste ponto é importante esclarecer onde ficam armazenadas essas respostas automáticas. Sem entrar em detalhes mais complicados vou dizer apenas que elas são guardas na mente, independente de onde a mente esteja. Importante também entender como essas respostas funcionam com relação a nossas escolhas do cotidiano. Alguns pensadores costumam afirmar que a mente humana (ou subconsciente) é burra, porque sempre aceita o que lhe é dito. Para entender como a mente funciona vamos estudar um pouco de probabilidades.
Imagine uma caixa que contenha 100 bolas, 50 delas são brancas e 50 delas são vermelhas. Dessa forma, ao colocar a mão dentro da caixa você terá 50% de chance de retirar uma bola branco, e 50% de retirar uma bola vermelha. Agora imagine que, a cada vez que você retira uma bola da caixa, você devolve essa bola duplicada, ou seja, se você tira uma bola vermelha, voltam para a caixa duas bolas vermelhas. Assim, na segunda vez que você retirar uma bola da caixa, haverá uma maior probabilidade de retirar uma bola vermelha, porque o número de bolas vermelhas é maior.
A mente humana funciona da mesma forma. Ela guarda nossos pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, idéias, medos, alegrias, etc. A probabilidade de encontrarmos dentro dela um determinado elemento é diretamente proporcional ao número de ocorrências dele dentro de nossa mente. Cada vez que pensamos ou sentimos, esse pensamento ou sentimento é multiplicado, porque são geradas novas ocorrências na "biblioteca" da mente. Esse multiplicar de pensamentos na mente gera a inércia dos padrões mentais, de ação e reação, gostos e desgostos. Essa inércia é necessária, pois nos possibilita ter estabilidade, não fosse ela, seriamos, a cada dia, a cada momento, pessoas diferentes, com personalidades, gostos e intenções diferentes, o que tornaria a convivência entre pessoas algo caótico.
Entender que há essa inércia é importante para compreender-mos que, não é da noite para o dia que vamos mudá-la. A inércia tem conexão direta com o número de ocorrências de um dado pensamento ou idéia em nossa mente. Se queremos mudar a inércia, vamos ter que gerar outro pensamento, e repeti-lo diversas vezes. É assim que a mente funciona. A emoção, e sua intensidade, também está envolvida nesse processo.
[ Continua... ]
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