Dia da Mentira – Uma Reflexão Sobre Nossas Crenças
Atualizado dia 4/1/2012 1:21:54 PM em Corpo e Mentepor Marcelo Hindi
Uma das crenças que nutrimos, com persistência às vezes (e por mais incômodo que isso seja, não abrimos mão) é o sentido que damos à ofensa. Considere a título de exemplo, que duas pessoas -uma delas nossa amiga- caminham pela calçada, em sentidos opostos, e acidentalmente dão um tremendo encontrão, uma trombada. Seguem seus rumos, mas antes o desconhecido rapidamente se dirige ao nosso amigo e diz algumas palavras em um tom ríspido, mas noutro idioma.
Foi um pedido de desculpas? Alguns palavrões talvez? Uma chamada à atenção? O que poderia ter dito aquele sujeito? O nosso amigo considera o tom de voz, a expressão facial do outro, e aposta que foi ofendido. Fica contrariado, pois nada fez, senão andar distraído. A indignação aumenta, o rosto fica corado. "Sim, fui ofendido, como ele pôde? Meu ombro ficou dolorido e ainda fui ofendido? Isso é injusto!".
Percebemos que prejuízo e ofensa são diferentes. Nós podemos sofrer um prejuízo mesmo que não queiramos, mas jamais poderemos ser ofendidos contra a nossa vontade. No exemplo, fica bem fácil de notar esse poder que temos: se o outro sujeito tivesse sorrido e dito algumas palavras hostis e chulas em outro idioma, nosso amigo poderia até considerar o sorriso, a expressão fácil e não se sentir ofendido.
Ou seja, o significado atribuído a um fato pode diferir do significado concreto desse mesmo fato. E a opinião que temos, a crença que nutrimos determinará nossa experiência. Podemos até acreditar que uma mentira é uma verdade, e podemos defendê-la como tal, argumentando bravamente sobre sua validade e sentido. A mentira não deixará de ser mentira.
Sobre as ofensas e as crenças que nutrimos que nos afastam de situações queridas e pessoas que amamos, temos o poder da escolha. Se renunciarmos a uma opinião ou ponto de vista como "eu me sinto ofendido", eliminamos nosso protesto. Dispensando o protesto como "eu fui ofendido", eliminamos a ofensa. Resultado: bem-estar.
Nossa experiência de vida comprova: dos problemas e conflitos de que nos lembramos, boa parte foi imaginada à época - não foi real - e hoje, mais experientes, teríamos nos poupado de isolamentos, angústias e sofrimentos, se tivéssemos dirigido atenção aos fatos e dispensado as falsas crenças.
Esse tempo passou e somos a essência das experiências vividas, além disso, estamos no tempo das realizações, o Presente. E hoje, dia primeiro de abril, dia da mentira, proponho a reflexão: em que nós estamos acreditando que nos afasta de pessoas que amamos? São grandes verdades? Escolheremos opiniões ou pessoas? Temos um poder fenomenal de significar e resignificar nossa realidade. Em quais crenças nos depositaremos a nossa felicidade? Escolhas, em nossas mãos. Uma ótima semana.
Marcelo Hindi - Psicoterapeuta Holístico
Texto revisado
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