Era uma vez e sempre, até... a próxima sessão!
Atualizado dia 17/02/2013 10:53:40 em Corpo e Mentepor Marilene Pitta
Hoje, nessa manhã de domingo com gosto de início de ano (o carnaval está acabando e as máscaras guardadas) gosto de meditar nos contos de fadas. Então, penso no determinismo do “patinho feio”, a pessoa internaliza um papel, uma persona, uma máscara e fica enjaulada no perfil. Aquele perfil de alguma forma tem um ganho secundário: coitadinha faz tudo pelos outros, como é boazinha, feia, mas boazinha, é um gordinho que nos faz rir, a companhia não é boa, porém damos risadas com suas piadas. São histórias que ouvimos e fazem parte do repertório do nosso cotidiano. É disso que gostaria de escrever: o patinho feio dos nossos dias.
Era uma vez, um ser humano como outro qualquer chamada XYZ. Filha do meio e todos diziam que ela tinha o jeito da tia WMO. Essa tal tia era fofoqueira, adorava falar da vida dos outros, cheia de moral, regras, sabia tudo de todos. Na verdade, ninguém gostava dela, mas aturava, afinal, ela tinha uns guardados (quem sabe tinha herdeiros à vista). Pronto o cenário está pronto para XYZ encenar a história. Tinha um sentimento de não pertencer, como se não fizesse parte daquela família. Procurava fazer tudo para agradar as primas, os primos, os tios... Pai e mãe eram os deuses! Nunca ela agradava a eles. Chorava baixinho em seu quarto com o rosto colado no travesseiro, afinal, não queria se chamada de mimada, chata; senão poderia não ir ao show de rock tão esperado e sonhado... Fingir era a melhor saída.
Os dias foram passando e veio o tempo... ah, o tempo! Grande deus africano! Tempo!
Aos trancos e barrancos, YXZ cresceu com esses padrões internalizados! Estudou, era aplicada e fazia todo o trabalho de grupo, queria ser aceita, era a fórmula mágica que tinha aprendido na infância. A vida tem caminhos, sendas, atalhos para que possamos encontrar o nosso caminha por essa boa estrada vermelha como os nativos americanos falam. Ganhou uma bolsa de estudos, teria que fazer prova, entrevista e passar por processo analítico. "Besteira isso de terapia, não sou louca, Deus me livre de falar em casa; aí que estou frita torrada e sem manteiga".
Tirou forças do fundo do coração e lá se foi andando devagar morrendo de medo e com vergonha da terapia. O sonho de estudar fora era maior. Enfrentar o dragão em silêncio. Em casa todo mundo ficou bestando sem entender nada. Como foi que YXZ conseguiu aquela oportunidade, burra como ela era, só pode ser mentira. Os pais logo avisaram: contanto que bote dinheiro para ajudar a escola de XXX, está tudo certo!
Sim, sim, sim não vai atrapalhar. Vou continuar ajudando e trabalhando.
Chegou à terapia silenciosa e começou a chorar (sem esconder o rosto no travesseiro) abriu o choro, o pranto, as lágrimas rolavam e os soluços era uma cachoeira. Silêncio, a terapeuta sabia que estava diante dos portões do reprimido, honrando esse momento,esperou, aguardou. Ah! O tempo!
O tempo passou e YXZ começou a desmontar a sua vida emocional. Deu conta de como a sua baixa estima tinha prejudicado suas decisões, suas opiniões. Sempre queria a aprovação do outro. Sua identidade interna estava fraturada por não assumir a sua vida. Quanto engano! YXZ pensava que sendo boazinha iria ter o respeito do outro, das pessoas, do grupo! Começou a lembrar das cenas de criança. Quanta coisa perdida, escondida, calada, sofrida! Foi com a ajuda da terapia se reestruturando emocionalmente. Entendeu que o sim ou não vem de uma postura de valores, de um discernimento subjetivo. Teria que refletir sobre sua resposta, pensar e agir. Aprender a não reagir. (bacana!)
Entendeu as figuras de autoridade que sempre a estavam castigando. Libertou-se. Abriu asas e fez um lindo voo de libertação. Compreendeu a posição de WMO (a tia) ela só estava repetindo esse papel. Nessa sessão, chorou de compaixão por WMO, faleceu com a dor e o tal dinheiro ficou para o Estado. Não fez testamento e não tinha herdeiros diretos! Ah! O Tempo! Num dia chuvoso, veio à tona a história de XXX (malandro, mentiroso, dissimulador, enganava a todos) e YXZ pagando a escola para ele perder o ano! Deu um basta! Falou que tinha aceitado uma bolsa de estudos e que iria embora dentro de pouco tempo. Os pais chiaram, disseram que ela era mal agradecida. Dessa vez, YXZ não chorou e foi para o cinema (A Negociação, com Richard Gere) durante a sessão foi ficando tão claro o jogo do poder emocional!
Na saída do cinema, viu uma pena branca no chão. Como já sabia ler os sinais, logo pensou... E se essa pena fosse um espelho... para nunca mais eu esquecer de mim. Da minha vida, do meu desejo. Nessa hora, tocou o celular. Era um SMS “você foi selecionada. Passe no departamento para pegar sua passagem. Embarca na segunda-feira” . YXZ riu e olhou para o céu e viu uma linda nuvem azul passando naquela cidade onde todos corriam em busca de alguma coisa, sem saber para onde... Entrou num bar e pediu um chocolate bem gelado. Depois, de tanto tempo, YXZ sabia o que fazer, para onde ir.
Projetos reais.
Conquistas internas.
(Eu do outro lado da minha história, penso de agradeço ao Dr. Freud). Ele explica.
E nós (terapeutas), interpretamos histórias nossas e de todos que desejam mergulhar nas águas profundas, onde habitam sereias, peixes, tubarões, baleias e golfinhos.
Aí, tem coisa...
Olho e abençoo a minha agenda de trabalho.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 2
Formada em Registros Akáschicos;Alinhamento Energético;Terapia Floral;Formação Holística de Base (UNIPAZ) com Pós Graduação em Terapias Holísticas;Mestrado em Educação e Desenvolvimento Humano. Consultas em Roda Xamânicas. Animal Poder.Atendimento com Conexão com o Povo das Estrelas (Arcturianos e Pleidianos). Atendimento á Distância e Presencial. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |
