Métodos alternativos de tratamento
Atualizado dia 9/9/2015 11:42:17 AM em Corpo e Mentepor Renato Mayol
São médicos que perceberam que eles propriamente não curam, mas são intermediários, aperfeiçoados pelo estudo e pela especialização, para propiciarem aos seus doentes condições mais favoráveis para a cura.
Ao analisarmos um fato conhecido, como uma fratura óssea, por exemplo, verificamos que a função do ortopedista é alinhar os dois ou mais pedaços de osso quebrado e impedir que movimentos sejam executados, para que o processo curativo se processe, e o que vai se passar para que isso aconteça, após a imobilização da fratura, já escapa ao controle do médico que, após a sua intermediação, passa a ser expectador dos fatores curativos, em sua maioria, desconhecidos e imponderáveis, que passam a agir. Fatores esses que também estão presentes quando da sutura de um ferimento por um cirurgião. Este une as bordas da ferida, porém, depois, não há quase mais nada a se fazer para atuar no processo intrínseco de cicatrização que vai levar à cura.
Assim, não é raro, nos dias atuais, haver dentro do arsenal terapêutico de muitos médicos, além daqueles remédios encontráveis nas farmácias, outros métodos para tentar restabelecer o equilíbrio energético e a harmonia que caracterizam a saúde, tais como - homeopatia, acupuntura, moxa, cromoterapia, musicoterapia, quiroterapia, bioenergética, macrobiótica e por aí afora.
Considerando que, independentemente de qual seja o método usado, sempre há pacientes que conseguem auferir resultados clínicos satisfatórios que resistem até a uma análise objetiva sob o prisma da medicina convencional, analisemos sucintamente alguns desses outros métodos terapêuticos, tentando achar neles um fator em comum que nos ajude a entender um pouco da dinâmica desses processos curativos que aparentemente funcionam melhor quando selecionados ao gosto do paciente, por ele sentir-se mais afim com esta ou aquela técnica.
Na acupuntura, a aplicação das agulhas em determinados pontos da superfície do corpo do paciente visa a atuar em certos centros nervosos, tentando restabelecer o equilíbrio energético que se encontra alterado.
A moxa, ou mocha, é outro método de origem oriental que também tenta restabelecer o fluxo normal de energia pela implantação na superfície da pele, e posterior combustão, de pequenas hastes de Artemísia – uma planta que é macerada, comprimida e moldada com as mãos para conseguir a sua introdução na pele. Tal como a acupuntura, baseia-se na premissa de que dores de estômago, dores ósseas, dores de cabeça, fraqueza e outros males originam-se do desequilíbrio do fluxo energético normal que está sob a coordenação do sistema nervoso.
Ao invés de agulhas ou de pequenas hastes de Artemísia, a quiropatia (ou quiropraxia), utiliza as mãos para exercer pressões e massagear certas partes do corpo com a mesma finalidade da acupuntura e da moxa. Baseia-se no fato de que as funções importantes do corpo são controladas pelo cérebro e pelos nervos que passam entre as vértebras, e a saúde resultaria do funcionamento apropriado do sistema nervoso.
Rituais e práticas em terreiros de umbanda também tentam melhorar as condições energéticas do organismo através de passes, de ritmos e de um ambiente propício para esse fim, desde que exista alguma receptividade do indivíduo necessitado, pois há muitos aspectos folclóricos e religiosos envolvidos nesses procedimentos.
Regimes macrobióticos, por sua vez, tentam recuperar a harmonia física que se teria perdido pelos maus tratos infligidos ao corpo quando de sua entrega aos venenos que nos cercam, tais como as substâncias químicas que contaminam os alimentos que ingerimos ou a água que bebemos. Assim, a macrobiótica visa ao restabelecimento do equilíbrio energético por uma ação direta no próprio metabolismo da célula, através da ingestão de alimentos não poluídos.
Considerando-se que a célula com seus constituintes é a unidade responsável pela transformação da energia existente nos alimentos em energia vital, é claro que quanto mais natural e harmônica a alimentação, tanto melhor será a sua assimilação e aproveitamento.
Disso tudo, nota-se que a finalidade da maioria desses outros métodos curativos é interferir, de alguma forma, no desequilíbrio energético do organismo, tentando restabelecer a ordem natural principalmente através de atuações diretas ou indiretas sobre o sistema nervoso. Não há, portanto, porque não utilizar tais métodos terapêuticos em associação aos métodos convencionais desde que exista um desejo do seu uso por parte do paciente.
Infelizmente, chamar tais métodos de alternativos, ou, a este tipo de medicina, de medicina alternativa, ajuda a discriminá-los, pois, na realidade, não deveriam ser colocados como opção para os recursos de que dispõe a medicina convencional, que é científica e técnica, mas sim como uma variedade terapêutica complementar.
Afinal, de que adianta ao médico arvorar-se em sua presumida onisciência e arrogância e dizer ao paciente que só a medicina convencional irá curá-lo, se nós mesmos, médicos, sabemos intimamente que não é bem assim? Por exemplo, quantas vezes um paciente com câncer em estágio avançado não é submetido a drogas que lhe fazem mais mal do que bem e a irradiações que o deixam pior, sem que, com isso, possamos dar-lhe a esperança, sequer, de uma melhora passageira? Muitas vezes, nem a qualidade de vida conseguimos melhorar, mas apenas prolongamos e pioramos o ato de morrer. Sendo capazes de reconhecer as nossas limitações, nos tornamos mais humildes, tolerantes, compreensivos e abertos ao que nos cerca.
Ademais, compete ao paciente expor com confiança ao seu médico os seus sentimentos e eventuais desejos em relação ao uso de métodos terapêuticos não convencionais, e cabe ao médico saber ganhar a confiança do paciente para que isso aconteça, pois de outra forma estará fazendo com que os doentes, em especial aqueles com doenças graves, não lhe segredem as tentativas que certamente farão nesse sentido em busca da cura.
Desta forma, será facilitado ao paciente exercer o papel que lhe é de direito, qual seja, o de participar e decidir sobre o seu tratamento.
Assim, orientado e amparado por seu médico, o paciente poderá, se desejar, avaliar por si mesmo outras terapias que, às vezes, são apresentadas de forma convincente e aparentemente lógica, mas que podem não passar de uma mistura de charlatanismo com pseudociência.
Certamente, frente a uma doença, o paciente deverá sempre se consultar primeiro com um especialista, porque senão poderá ser perdida para sempre a chance de cura de alguma doença grave, como o câncer, por exemplo.
Texto extraído do livro "Câncer, Medicina e Milagres", do Dr. Renato Mayol Adquira aqui
Texto Revisado
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