Nossos problemas sempre estão em nós e não nos outros.
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Autor Ana Cristina Monteiro Fernandes
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 6/5/2013 10:04:03 AM
Hoje eu vou falar, não, falar não. Eu vou escrever... Como não sou artista e não sei tocar, pintar, cantar ou esculpir, me valho da palavra, não a palavra dos poetas (o que também não sou), mas da palavra que todo ser humano se apropriou.
E vou escrever sobre o que? Bem gostaria de escrever sobre a vida, algo que fosse comum a todas as pessoas, ou quase todas e aí percebi que cheguei aos sentimentos!
Sim, se há algo comum a todo ser humano (e não só aos humanos, podemos comprovar isto quando nosso cãozinho leva uma bronca nossa e como ele demonstra sua “chateação”.) é o sentimento. A correspondência entre o fato, a situação e o sentimento podem variar, mas o sentimento é o mesmo: se você bate a cabeça no armário pode ficar com raiva, outro pode ficar chateado e outro ainda pode gargalhar achando a maior graça! Aqui a situação foi a mesma, mas a reação emocional foi diferente.
Quando uma pessoa sente tristeza, por exemplo, por estar só e outra pessoa sente tristeza por ter perdido algo, ambas sabem o que é tristeza e mesmo que não sejam iguais (a intensidade da tristeza) sabemos identificar em nós aquilo que o outro sente.
Fiquei pensando dentro do referencial da psicologia, em diferentes abordagens, a questão das partes: somos várias partes, vivemos cada uma delas em diferentes situações, mas e o todo? Quando vamos conseguir essa integração de nós mesmos e poderemos viver essa totalidade que cada pessoa é?
É possível conseguir, mas é necessário muito trabalho antes: primeiro o real desejo de querer se conhecer.
E aí fica a pergunta que já sugeri muitas vezes e que leva a inúmeras reflexões: “quem sou eu”.
Você deve achar fácil, mas se detenha nesta pergunta por mais de um minuto; depois do sou isso ou aquilo, começa a escassear as respostas, uma certa angustia de não saber mais o que responder e o pior! (no caso melhor) não sei muito sobre quem eu sou! Ótimo já é um passo interessante que pode levar a vários passos depois.
Numa outra parte do trabalho (aquele pra se chegar à totalidade de si mesmo) aparece a observação de que tem coisas dentro de mim que eu reconheço, mas não aceito: coisinhas básicas do tipo: sou ciumenta (o), sou egoísta, sou orgulhosa (o) etc., etc., etc.
Nesta parte do trabalho é necessária uma grande dose de AUTOPERDÃO.
O que? Porque tenho que me perdoar se não fiz mal algum?
Fez mal sim!
A você mesmo.
Ficou lidando com culpa, recriminação por ser assim e não ser “melhor” não ser bacana!
Se eu me perdoar eu posso aceitar aquela característica (a que eu não gosto em mim) e aí possa olhar pra ela sinceramente e posso mudá-la, ou melhor, posso me mudar, transformando-a.
Ah vai e lá isso é fácil? Vai dizer que ciumento deixa de ser assim num passe de mágica?
Não, num passe de mágica não, mas pode se perguntar: porque são tão ciumentos? Do que tenho medo? Porque sinto insegurança?
E aí meus amigos nós colocamos o problema onde ele deve estar: nossos problemas sempre estão em nós e não nos outros (embora adoremos jogar a culpa nos outros):
-- Veja não sou tão ciumenta (o) assim é ele (a) que fica olhando pra tudo que é mulher (homem) que passa por ai!
Já ouviram isso, já falaram isso?
Diz um velho ditado que: “só muda de endereço, mas é tudo igual”.
Nos sentimentos humanos é mais ou menos isso: muda a pessoa e pode mudar a intensidade, mas é tudo igual!
Então se somos todos iguais (respeitando a individualidade de cada um) o que todos desejamos? Pense um pouco, te dou um tempinho...
Todos desejamos ser felizes, sermos amados, viver bem.
Mas dizemos que é difícil ser feliz em um mundo “decadente”.
E o mundo decadente é feito por quem?
Não diga que você não, pois todos fazemos parte da humanidade.
Então caros amigos, se não temos braços e mãos enormesssss para mudar o mundo de uma só vez, temos cabeça e coração para que juntos possam dialogar e transformar a única coisa que nos pertence: Nós mesmos.
Que estas pequenas palavras que não são nem música, nem poesia, nem pintura nem escultura, possam tocar seu coração e estimular sua cabeça, e que você possa buscar ser mais feliz.
Com carinho
Ana Cristina Monteiro Fernandes
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Psicóloga formada pela Universidade São Marcos -1985. Especialização em Psicodrama pela Sociedade de Psicodrama de São Paulo (SOPSP). Psicóloga colaboradora do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1987-1988). Psicoterapeuta clínica. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |