O Despertar do Feminino no Labirinto




Autor Rose Romero
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 19/01/2012 18:53:24
Muitas pessoas me perguntam se as Oficinas do Feminino que desenvolvi durante os últimos 15 anos tem uma correlação estreita ou mesmo uma continuidade na Meditação do Labirinto.
Nas Oficinas do Feminino o trabalho é orientado para o despertar da mente consciente para a dualidade: Princípio Masculino x Princípio Feminino. Primeiro de forma intelectual através de conceitos, exemplos teórico-práticos e metáforas. Depois de forma prática através de dinâmicas, vivências, rituais e meditações. A Meditação no Labirinto promove por si só uma síntese de todo esse processo.
Uma das coisas que acontece quando se entra no Labirinto é naturalmente se mudar a consciência do linear para o não-linear. Fazer uma mudança para que o ego, o gerente da nossa personalidade que nos diz como levantar de manhã e nos diz como vestir, agir e tudo o mais - tire um período de férias e volte a ser recessivo e deixe outras partes emergirem: o profundo, o intuitivo, o padrão não-linear, de nós mesmos. Em nossa cultura, essa parte tem sido chamada de princípio "feminino", mas talvez o termo mais fácil de compreender seja o princípio "receptivo".
O princípio receptivo no Labirinto - o centro, está diretamente ligado a simbologia feminina: a flor, as pétalas, a roseta. As pétalas são símbolo do lírio e da rosa e tudo isso é simbólico da Virgem Maria, o arquétipo feminino da grande doação e recepção de Si Mesma.
Ao entrarmos no Labirinto o percebemos – e a nós mesmos também – como um vaso pronto para receber e intuitivamente nos permitimos viver o Mistério e não “fabricamos” e nem “resolvemos” o Mistério, mas passo a passo nos permitimos ser preenchidos por ele.
Na nossa consciência comum dividida entre mente, corpo e espírito, não conseguimos discernir, compreender e muito menos viver a Unidade, o Mistério. Ao caminhar no Labirinto temos a oportunidade de ter uma conversa de coração para coração com nosso interior. Você pode ter uma conversa de coração para coração com o seu corpo sobre uma doença ou porque as coisas não estão indo bem etc.
Esta experiência é difícil de articular. Ela entra no aspecto não-verbal, intuitivo, profundo, feminino de nós mesmos.
Na compreensão antiga e tradicional de Deus, Deus é "Ele" - o Deus do céu, o Deus transcendente que está lá fora, que mantém todas as regras, o Deus Pai Celestial. O que as pessoas precisam descobrir é o outro lado de Deus, que é o Deus que está dentro, a experiência de muitas pessoas com o que chamam de o sagrado feminino, a Mãe Divina. Um Deus que não é duro, mas misericordioso. Um Deus que está sempre fluindo, dando, e quer que os nossos dons desabrochem para florescer neste planeta.
As pessoas precisam deixar de ver este sentido de Deus fragmentado e integrar o masculino e o feminino divinos. O debate sobre um "ele" ou "ela" Deus, e a Igreja associando Deus somente com "o Pai", tem sido muito destrutivo, e é isso que tem feito as pessoas muito inseguras sobre como alcançar essa parte receptiva, forte e segura do seu ser e ter uma oração/conexão viva.
Há uma revolução espiritual acontecendo no mundo em torno destas questões e eu creio que o Labirinto pode contribuir positivamente para uma reorientação construtiva da fé e da integridade espiritual de todos que o procurarem.









Psicóloga Junguiana, Teóloga e Facilitadora das Oficinas ArteVida de Meditação do Projeto Labirinto E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |