Menu
Somos Todos UM - Home

O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE

Facebook   E-mail   Whatsapp

Autor Vicente Romano Mattos

Assunto Corpo e Mente
Atualizado em 2/4/2009 11:53:44 AM


Que pena que muitas vezes esquecemos que somos todos irmãos, filhos de um mesmo PAI, feitos a imagem e semelhança dEle... É momento de reflexão e lembrar de AMAR O NOSSO PRÓXIMO como a nós mesmos..

 


O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE

Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da
invisibilidade pública. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam
apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse
critério, vira mera sombra social.

Plínio
Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito
anos como gari, varrendo ruas da universidade de São Paulo. Ali, constatou
que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são seres
invisíveis, sem nome. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu
comprovar a existência da invisibilidade pública, ou seja, uma percepção
humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho,
onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$
400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua
vida:
Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode
significar um sopro de vida, um sinal da própria existência, explica o
pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um
ser humano. Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam
por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,
esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me
ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão, diz.
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa
térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um
clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua
com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para
ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de
refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha
suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles
se servissem primeiro. Eu nunca apreciei
o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro,
não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de
refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem
barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,
parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:
E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca? E eu bebi.
Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar
comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu
entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar
térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci
a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a
lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém
em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia
como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se
ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da
comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a
situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando
- professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia
trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um
poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que
essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens
hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas
periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são
tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome.
São tratados como se fossem uma COISA.

*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!


Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 4


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido pelo Autor Vicente Romano Mattos   
Massagista, Reflexologia, Acupunturista, Mestre em Reiki, trabalho com Aletiômetro. Sou facilitador da E.F.T. (Técnica de Tranformação Emocional) conhecida também como acupuntura emocional sem agulhas e ministro palestras, cursos e atendo pessoalmente com hora marcada.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 

Energias para hoje



publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2025 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa