Takê Odori Por causa de um Bambu!
Autor William Camolesi Di Biasi
Assunto Corpo e MenteAtualizado em 2/27/2011 2:09:53 PM
Takê Odori
Por causa de um Bambu!
"A primeira vez que vi o Takê Odori, fiquei curioso. Já sabia dos benefícios do bambu, de suas lendas e importância para o povo chinês. Também já havia visto massagens com bambus, das mais diversas massagens, aos mais diversos tipos e tamanhos de bambus. Mas esse era interessante. Cortado em tiras poderia machucar como pode se a pessoa não souber o que faz. Mas depois de aprender alguns fundamentos, entendi que qualquer pessoa pode trabalhar com essa técnica. Por incrível que pareça, mesmo sendo algo tão simples, contem alguns segredinhos de técnicas. Algumas impossíveis de mostrar aqui, mas possíveis de contar.Fui apresentado ao "bambu que dança" na casa de um amigo chinês. Onde fui fazer uma sessão de acupuntura em sua avó. Daquelas velhinhas que dá vontade de levar para casa, e ao vê-la a primeira coisa que me veio à cabeça foi a ilustração do elemento água que sempre aparece nos livros de M.T.C., após o atendimento, que não foi fácil, pois minhas agulhas não machucavam, minha moxa não queimava para deixar bolhas como na china, deixei a vovó descansando e fui perguntar sobre o que era exatamente aquele objeto.
"O Takê Odori foi e ainda é usado em algumas regiões da china até hoje como forma de espantar os maus espíritos, afastando assim as energias perversas. O povo lá, dança com eles nas mãos, passando-os por alguns elementos, como o fogo, a água. Batem um contra o outro, e usam depois em massagem, como se a pessoa fosse um instrumento de percussão e o Takê fosse as baquetas."
Para um estudante de M.T.C. os termos "maus espíritos e energias perversas" não era de assustar. Pois o pensamento oriental se difere em muito do pensamento ocidental.
Após um tempo de especulação consegui fazer esse meu amigo me ensinar as técnicas que conhecia.
A mais simples de todas é a usada em cadeiras de Quick Massagem. Dando uma "surra" nas costas do cliente. "Surra" é só expressão. Você usa o bambu e para aumentar a circulação sanguínea. Dentro de pouco tempo as costas estão vermelhas (cuidado com hematomas). Usando óleos para massagem associados às batidas do bambu, a pele aquece, o sangue circula melhor, e há um relaxamento muito satisfatório.
Pode ser usado em qualquer parte do corpo (onde a pessoa aguentar é claro) e eu particularmente gosto muito de usa-lo na sola dos meus pés.
E para os praticantes de M.T.C. cuidado ao usar o Takê Odori na região do Dai Mai, principalmente em indivíduos de nível energético Shao Yin, não é uma experiência agradável.
Continuando, fui aprendendo técnicas simples para usar com o cliente em pé, ou deitado na maca, e em nada diferia uma da outra. Era só pegar o bambu, e bater com suavidade ou deixando o peso dele mesmo ser o mediador. Podia usar juntos, ou separados. Nada além disso.
Mas porque Bambu que Dança? Somente por causa dos tidos rituais que realizavam? Pergunta essa que ficou sem respostas por um tempo.
Inseri não só o Takê Odori, como outros tipos de bambus em meditações, Tai Chi, e Chi Kung (Qi Gong, Qi Kun, Ki Kung), entre outras.
Um dia, chegando à casa desse amigo, ouvi uma música bem suave, fui recebido na porta e ao entrar, vi a vovó fazendo exercícios de Lian Gong. Não quis interromper, mas fui convidado por ela, apenas com os olhos a me juntar à atividade. E ali naquela meditação ativa e suave, ela me disse entre os lábios. Vou te ensinar algumas coisas sobre o "bambu que dança".
Depois de terminados os exercícios, usamos meu amigo como "cobaia" ela pediu a outro neto seu que colocasse música típica da china. Com muitos tambores. E naquele ritmo frenético, usou o corpo do meu amigo como se fosse uma bateria, e acompanhou o ritmo da música. O mais interessante era ela não movimentar os braços mas somente as mãos. Punhos rápido para uma mulher de quase cem anos. E batendo me falou que o Takê Odori, assim como o bambu, nos ensina paciência, resignação, nos ensina o Yin. Quando o vento vem o bambu se dobra, não quebra. Quando unido a outros, ficam firmes, fortes, resistem, protegem. E que o movimento do bambu, transformava a forma Yin do Bambu, em pura energia Yang. Era o Yin da Mãe Terra, acelerando seu coração, o ritmo dos tambores da música, enviando seu Shen para os Céus. E que nesse contato, as energias perversas, os maus espíritos, era afastados. Porque para haver a cura, era necessário haver relaxamento, interação.
Ficamos amigos. E aprendi muito com essa família. Até se mudarem de cidade, porém até hoje mantenho contato com esses amigos, a vovó já não mais, pois sua energia retornou ao Tao (como ela falava). Mas vale o pensamento de respeito e simplicidade de um povo. Que vê na Natureza e em elementos da natureza, fontes de ensinamento, como o bambu.
Nas palavras da Vovó SimSim: "como o bambu, envergo-me às tempestades, dobro-me a sua grandiosidade, mas nunca me quebro".
Luz e Paz.
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Terapeuta Holistico. Professor e Escritor. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Corpo e Mente clicando aqui. |
