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Teorias sobre como atua a acupuntura no organismo - Parte II

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Autor Verde Ilha

Assunto Corpo e Mente
Atualizado em 1/8/2011 11:48:56 AM


 

Teorias sobre como atua a acupuntura no organismo - Parte II 

 

2.1 - O estímulo acupuntural transmite-se por via nervosa

Após pesquisas realizadas pelos fisiologistas do Shanghai College of Traditional Chinese Medicine entre 1959 e 1960 em dissecações anatômicas percebeu-se a afinidade entre os nervos periféricos e os pontos de acupuntura. Dos 324 pontos acupunturais dissecados, 304 estavam associados a nervos cutâneos superficiais, 155 com nervos profundos e 137 possuíam inervação superficial e profunda ao mesmo tempo. Observações microscópicas demonstraram que todas as camadas da pele e músculos nas regiões dos acupuntos continham numerosos ramos nervosos, plexos e terminações neurais. Existe uma particular afinidade entre vias dos canais tradicionais e as vias dos ramos periféricos, como visto nos canais do Pulmão, similar ao do nervo músculo cutâneo, o canal do pericárdio, similar ao nervo medial, o canal do coração similar ao nervo ulnar e cutâneo medial do braço. Essas afinidades somadas ao desenvolvimento da embriologia, que definiu histórico-embriologicamente as relações entre a pele e o sistema nervoso, e entre a pele e os órgãos internos via sistema nervoso, permitiu a formulação da teoria nervosa: o estímulo acupuntural se transmite através de reflexos vísceros-mio-cutâneos, por estimulação de mecanismos receptores na derme, tecido celular subcutâneo, músculos, tecido conjuntivo, ligamentos e tendões. Os impulsos progridem ao longo dos nervos sensoriais até o segmento espinhal correspondente. Ali, o impulso sensorial é modulado a um nível segmentar e o reflexo completa-se pela estimulação de nervos eferentes e das vias autonômicas. A atividade reflexa entre os pontos acupunturais e os órgãos internos é explicada através da participação das vias do sistema nervoso autônomo.

Em 1965 uma explicação satisfatória para o mecanismo da ação analgésica da acupuntura foi elaborada por Melzack e Wall em sua Teoria da Comporta ou teoria do sistema de controle do portão da dor. Segundo Melzack-Wall, o estímulo acupuntural produz impulsos que são conduzidos rapidamente por fibras A-delta, grossas e superficiais. Esses impulsos bloqueiam na substância gelatinosa do corpo posterior da medula a chegada do impulso doloroso conduzido lentamente pelas fibras finas C. Essa teoria explica o bloqueio por competição quando usamos a mesma inervação segmentar, mas não explica o fato de efeito analgésico acupuntural para o caso dos pontos distantes e sem relação com o local doloroso. Para isso o próprio Melzack sugeriu a existência de um mecanismo de indução central inibitório, possivelmente localizada na formação reticular do tronco cerebral, isto é, um sistema de comporta central.

Observando já distribuição dos canais tradicionais e a dos nervos, encontramos uma orientação vertical para os primeiros e horizontal para os últimos. Essa observação é particularmente manifestada no tronco por seus dermátomos (território de inervação segmentar dos nervos cutâneos). Referências nos livros clássicos chineses para "vias do Qi para a cabeça, peito, abdome e membros", ou a divisão funcional do tronco em "Três aquecedores" tem afinidade com o conceito horizontal para os pontos e canais, quando utilizamos os pontos de alarme (mo) e os pontos de assentimento (shu), no torax e costas para tratar afecções funcionais orgânicas percebemos a relação respectiva entre o segmento neural ou dermátomo no qual está localizado.

Por exemplo:

B13, B14, VC17, Dermátomo T3 e T4 - doenças cardiorespiratórias.
B20, B21, VC12 - Dermátomo T9 e T10 - Doenças do Trato Digestivo.
B23, VG4, VC4 - Dermátomo T12 e L1 - Doenças Urogenitais.

A observação clínica de reações intersegmentais, ou seja, a observação de que, estimulando determinado ponto, provoca-se resposta em segmentos neurais inteiramente diferentes tem sido examinado sob a luz da moderna análise neurofisiológica. Acredita-se que o fato aconteça devido à excitação de áreas específicas no sistema nervoso central, principalmente no córtex cerebral, as quais estão arranjadas em conjunto por função. Hipotetiza-se que os canais de acupuntura sejam projeções desses arranjos funcionais específicos dentro do sistema nervoso central. Os trabalhos de Albe-Fessard da Faculdade de Ciências de Paris sobre os fenômenos da inibição recíproca, da convergência e divergência nervosas, demonstraram que as técnicas de punção e associação de pontos tradicionais da acupuntura são suficientes para atingir o córtex cerebral e provocar ações reflexas viscerais no subcórtex. Essas hipóteses encontram respaldo na "Teoria do Sineurônio" de Ramon e Cajal, a qual demonstrou que a extensa rede de sinapses nervosas constitui-se numa série de circuitos não fixos, mas móveis, que aparecem e desaparecem de acordo com o mecanismo regulatório íntimo do sistema nervoso e com as necessidades fisiológicas do organismo.


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